Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 01:38:15
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Evento orienta mulheres sobre prevenção de Câncer de Mama

A minoria dos casos de câncer de mama são por fatores ge­néticos, por isso a prevenção é essencial e tão divulgada para tentar reduzir o número de casos. O Hospital São Lucas pro­

Evento orienta mulheres sobre prevenção de Câncer de Mama

Uma ação de conscientização contra o Câncer de Mama foi realizada no Hospital São Lucas na tar­de desta quarta-feira (17). Reuniu pacientes, fun­cionários do hospital e convidados, com a participação de Luciana Saito Massa, esposa do governador eleitor Ratinho Jr.

O cirurgião oncológico Dr. Gustavo Canevari destacou a necessidade do autoexame para conhecimento do corpo, a realização de exames de rastreamento do câncer, evitar fatores de risco e ter uma vida saudável. Quando diagnos­ticado em estágio inicial, a chance de cura é de 90 a 95%, o que vai reduzindo com o avanço da doença. O especialis­ta detalha que são três fatores de risco: genético, hormonal e estilo de vida.

Os casos genéticos de câncer de mama são a minoria, cerca de 5 a 10% apenas, por isso os cuidados de preven­ção são essenciais e podem salvar muitas vidas. Ele orienta que quem tem mãe ou parente de primeiro grau com cân­cer de mama deve sempre ter mais cuidado e realizar cons­tantemente exames preventivos, até mesmo antes dos 40 anos, conforme é indicado à maioria dos pacientes. Em geral, é recomendado fazer Mamografia a cada dois anos após os 40 anos e anualmente após os 50 anos de idade. Dr. Gustavo comenta que devido a esse fator genético, há casos pontuais em que até pode ser recomendado tirar as glândulas mamárias antes da doença aparecer, diagnóstico dado após a realização de exames e teste genético para in­vestigar presença de mutações.

Fatores hormonais também são considerados de risco e recebem maior atenção dos especialistas quando a pa­ciente sofre maior exposição do hormônio feminino, ou pela menstruação precoce e/ou tardia, ou quem engravida tarde, quem não amamenta e quem faz reposição hormonal.

Pacientes obesos, sedentários, que consumam muito álcool e tabaco também estão no grupo de risco, por isso é de extrema importância manter uma vida saudável, alimen­tação balanceada e praticar atividade física regularmente. “O estilo de vida das pessoas tem aumentado o número de casos de câncer de mama. Passam por mais stress, têm fi­lhos mais tarde, bebem e fumam mais. Hoje já são 56 casos de câncer de mama para cada 100 mil mulheres”, argumenta.

Homens

Apesar do maior número de casos de câncer de mama ser em mulheres, os homens também possuem glândulas mamárias e a doença pode se manifestar e com grande ín­dice de mortalidade, já que acaba sendo um diagnóstico tar­dio em muitos casos. “Também é importante os homens se apalparem, porque há casos. Homens acham que só acon­tece em mulheres”, orienta Dr. Gustavo.

Perucas

Representantes da ONG Atitude na Cabeça estiveram presentes no evento e dizem que sempre estão abertas a receber doações de cabelos para fazerem perucas a serem doadas para mulheres em tratamento de câncer. Esse é o quarto ano de parceria com o Hospital São Lucas e pedem cabelos com pelo menos 20cm de comprimento. A cada pe­ruca doada entregam cinco lenços, um para cada dia da se­mana.

Além das perucas, doam almofadas no formato de cora­ção para quem fez a retirada da mama e ao colocarem a al­mofada embaixo da axila estimulam a drenagem e também pode ser usada em frente ao peito para não machucar com cinto de segurança. Para quem fez a retirada da mama tam­bém doam polímero de silicone para ser colocado no sutiã e dar volume.

A ONG realiza trabalho nas escolas para falar sobre o preconceito e levar informação. Com isso, conseguem sen­sibilizar as crianças, as quais escrevem cartas lindas para serem entregues a essas pacientes.

Depoimento

Angelica Martins Pavão, que iniciou tratamento contra o câncer de mama em maio deste ano e comemorou sua últi­ma quimioterapia no dia 01 de outubro, deu seu depoimen­to a todos os participantes do evento.

Enfatizou a importância da prevenção. “Não sabia a di­ferença de descobrir no início, meio ou fim, mas neste ca­minho fui vendo pessoas em diferentes situações. Meu tratamento tinha prazo para terminar, mas vi muitas pesso­as que o tumor foi crescendo e afetando outros órgãos. En­tão digo que pode ficar bem pior. Por isso, a prevenção é a palavra que mais vale em relação ao câncer”, declara.

Hoje ela diz que sorri não só porque terminou a quimio­terapia, mas porque vai fazer uma cirurgia para retirar nó­dulos e toda a mama direita, pegar retalho da barriga para reconstruir e tatuar para formar um novo mamilo, e vai ficar bem. Ela diz se sentir disposta e enalteceu a importância da fé, que acreditar em Deus é fundamental. “Também tenho três filhos que não me dão chance para ficar na cama recla­mando de dor, temos que continuar no ritmo da vida. O cân­cer me ensinou muito, aceitei o desafio”, conta.

Uma das orientações que ela deu é para que os pacien­tes não pensem na dificuldade que estão passando como a pior, que olhem para o lado e vejam que há pessoas em uma realidade bem mais triste e que é preciso ter força. “É muito ruim se achar vítima. Não deixei a doença me engolir, decidi sorrir mesmo sentindo dor”, aconselha.