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Chuva de granizo que arrasou Campo Largo completa quatro anos

Em 17 de outubro de 2014 os campo-larguenses eram assolados pela intensa chuva de granizo, que atingiu mais de 30 bairros do município. Hoje, Campo Largo é o representante escolhido da Região Sul para se tornar no futuro uma Cid

Chuva de granizo que arrasou Campo Largo completa quatro anos

Na última quarta-feira (17) foi lembrado que há quatro anos – dia 17 de outubro de 2014 – a cidade foi assolada por uma intensa chuva de granizo, que provocou muito prejuízo, pois destelhou casas e comércios, além de atingir automóveis, que na hora da tempestade não estavam abrigados.

A Folha de Campo Largo, à época, cobriu de forma intensa, tanto o estrago da chuva, como também a recu­peração dos campo-larguenses frente ao desastre. Foram atingidos pelas pedras de granizo ao todo 32 bairros, cujos moradores puderam contar com a liberação do FGTS para a reconstrução dos seus telhados. Segundo consta nas maté­rias publicadas pelo jornal, já era possível ver a recuperação das residências e pontos comerciais dias depois.

Hoje, o município trabalha para se transformar em uma Cidade Resiliente, algo que será perceptível somen­te com 20 ou 30 anos de exercício. Segundo o coorde­nador da Defesa Civil de Campo Largo, Wilson Battochio Aparicio, a cidade é a única da Região Sul do Brasil a ser escolhida para participar do projeto piloto. “Fomos escolhidos porque estamos próximos ao atendimento da Central da Defesa Civil do Estado do Paraná, que fica em Curitiba, somos uma cidade de médio porte, o que permi­te uma boa amostragem, temos uma condição geográfica bem variada, pois aqui se encontram serra, planície, rios, entre outros.”

No dia 17 de outubro de 2014, o bombeiro civil e volun­tário da Defesa Civil de Campo Largo, Arilton dos Santos, relembra que começou a trabalhar às 17h e parou somente quatro dias depois. “Em 2014, eu e junto a outros campo­-larguenses que também atuaram nesta data, viajamos até Brasília como delegados do Paraná para participar do pri­meiro evento da Cidade Resiliente. A partir dali, começamos a trabalhar em cima do projeto.”

O primeiro passo foi a assinatura e a liberação de recur­so para que a cidade pudesse desenvolver o projeto, o que foi realizado na atual gestão. “Nós precisamos preencher um questionário que media no nível de preparo da cidade para um caso de emergência, calamidade pública, isso engloba perguntas desde a previsão de desastres até a atuação dos munícipes frente a essa situação. Cada secretaria ficou res­ponsável por preencher, honestamente, as perguntas refe­rentes a sua pasta. Cada pergunta tinha uma régua de nível, variando entre cinco e zero para a questão. Nós ficamos assustados quando aconteceu a tabulação dos dados, pois 70% das respostas era ‘zero’ e os outros 30% não passava de ‘três’ na resposta”, contou.

O trabalho agora será para melhorar esses números, mas de forma efetiva, com a conscientização da população e melhores ferramentas de ação.

O que é preciso para ser Resiliente?

A intenção é trabalhar com a redução do risco de de­sastres. Para isso, foi preciso integrar as 11 secretarias atu­antes no município e realizar um planejamento, visando ma­pear pontos da cidade onde há vulnerabilidade, para então planejar as ações em cada um dos locais.

Apesar do trabalho parecer algo feito diretamente pela Prefeitura, esse projeto envolve também a iniciativa privada e todos os cidadãos da cidade, que ao longo da execução do projeto precisarão mudar velhos hábitos. “A população também participa desse processo, na verdade é uma das mais atuantes. Precisamos mudar a cultura, fazer com que as pessoas entendam que um papel de bala jogado na rua pode trazer sérias consequências em um dia de chuva, por exemplo. A preparação diante de um desastre natural tam­bém é algo que precisa ser trabalhado, identificando pontos de risco, defendendo a vida”, disse.

Há planejamentos previstos até mesmo no Plano Dire­tor do município visando a Resiliência, como transferência dos moradores de área de invasão para habitações que es­tão sendo construídas e também descentralização da ajuda, criando pontos estratégicos de atendimento nos bairros.

Em novembro, a Prefeitura de Campo Largo fará uma grande movimentação sobre o assunto, incluindo palestras e conversas com a comunidade.