Nessa segunda-feira (01) foi comemorado o Dia Internacional das Pessoas Idosas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nove em cada dez idosos continuam trabalhando e muitos procuram se aperfei&ccedi
Nessa segunda-feira (01) foi comemorado o Dia Internacional das Pessoas Idosas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado o Brasil tinha uma população de 28 milhões de idosos, representando cerca de 13,5% da população - a expectativa é que esse número seja dobrado em 2042. Dessa população, nove em cada dez idosos continuam trabalhando e muitos procuram se aperfeiçoar ou até mudar de profissão.
Seja para aprimorar no trabalho, para se atualizar ou simplesmente para fazer novas amizades, os idosos se interessam cada vez mais por cursos na área da informática. Segundo Ramon Moreira, presidente local 2018 do Projeto JCI - uma associação mundial de pessoas jovens que buscam no aprimoramento individual as bases para o desenvolvimento de suas comunidades -, conta que atualmente a instituição oferece curso de Informática gratuito para pessoas acima de 40 anos na cidade, algo muito procurado pelos idosos. “A justificativa que mais os idosos dão na hora de se inscrever é que querem aprender a mexer no computador ou no smartphone, mas que seus netos não têm paciência de explicar o que fazer.”
Atualmente são cinco turmas, com oito alunos em cada, em vários horários, principalmente à noite. As aulas são ministradas por pessoas voluntárias, que possuem um conhecimento intermediário em Informática. Esses voluntários se inscrevem e participam de planejamentos de aulas e também das apostilas que são disponibilizadas aos alunos já no início do curso. Em geral, segundo Ramon, todos se formam ao final do período de um mês – as aulas são realizadas uma vez na semana e têm duração máxima de duas horas.
“Neste ano abrimos para pessoas com mais de 40 anos, porque tivemos uma grande procura, porém tem pessoas de idades variadas. O mais velho este ano é um senhor de 72 anos, mas em sua maioria os alunos são mulheres, mais maduras e que acabam levando junto consigo seus maridos ou amigas/vizinhas, pois não querem ficar sozinhas. Eles são bem curiosos e aplicados, sem contar que são as turmas mais divertidas, pois o clima de descontração é constante”, retrata.
Os conteúdos ensinados são programas básicos – como desenvolvedor de textos, planilhas matemáticas, entre outros – acessar a internet, redes sociais, realizar compras online e também segurança na rede. “Temos muitos alunos que nos procuram para fazer o controle das finanças da casa, por exemplo. Teve até um senhor que era tesoureiro de uma igreja e desejava informatizar tudo, pois ainda era manual. Nós sempre nos programamos de acordo com as demandas dos alunos, para que possamos tirar o maior número de dúvidas possíveis.
No curso também tomam todo cuidado na hora de instruir os alunos sobre os sites que serão acessados, como saber se há certificação de que o site é de fato seguro, quais dados não passar em hipótese alguma na internet, entre outras recomendações. “Muitos deles querem saber como usar as redes sociais, aprender a falar com outras pessoas, muitas vezes familiares que moram distante, ou mesmo com os que estão perto. Parecem coisas pequenas para muitas pessoas, mas que fazem a diferença para muitos alunos”, conta.
Muitas vezes, é preciso voltar ao que havia sido passado na aula anterior, para poder seguir adiante nas explicações. “É um belo exercício de memória para eles, pois são vários processos, muitas vezes, para conseguir um resultado. Uma planilha, por exemplo, para que funcione bem precisa de vários comandos, isso acaba fazendo com que eles exercitem a atenção e a mente. Uma dificuldade bem recorrente é movimentar o mouse, pois exige muita coordenação motora. Porém, como eles treinam bastante, acabam se adaptando ao passar das aulas”, explica.
Segundo Ramon, nestes momentos, durante os intervalos acontecem confraternizações, com lanchinhos e também alguns alunos levam chimarrão para tomar durante a aula. “É um presente para os voluntários, porque nós recebemos muito mais do que entregamos a eles, é sensacional”, relata.
Ao final do curso, os alunos recebem certificados e participam de uma confraternização na Acicla. Novos alunos são admitidos somente no primeiro semestre do ano. As inscrições podem ser feitas na Igreja São Pedro e São Paulo (local onde as aulas são ministradas). Pessoas que querem se voluntariar também podem se inscrever neste período. O presidente local diz que essa é uma oportunidade aos estudantes que precisam de horas complentares.
Smartphones
Hoje os aparelhos smartphones, celulares com recursos de computadores, são uma realidade para a maioria da população, incluindo a terceira idade. Porém, usar esses aparelhos ainda pode levantar algumas dúvidas nessas pessoas. “Nós estamos tendo aulas experimentais sobre o manuseio de smartphones e para o próximo ano pode ser que tenhamos novidades. A intenção é separar pelo menos 10% do tempo total do curso para explicar como usar um smartphone”, revela.