Cemae de Campo Largo tornou-se uma referência paranaense no atendimento de pessoas com deficiência e coleciona troféus em participação de Jogos Escolares
Nesta sexta-feira (21) foi comemorado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, cujo objetivo é conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. Uma das formas de incluir e também mostrar a força das pessoas com deficiência, proporcionando uma melhoria de vida, é o esporte, chamado de paradesporto, no qual Campo Largo tem um grande destaque.
Três alunos do Centro Educacional Municipal de Atendimento Especializado (Cemae) estão classificados para participarem da etapa nacional dos Jogos Escolares, as Paralimpíadas Escolares, que será realizada no mês de novembro em São Paulo. Esses alunos atingiram níveis superiores aos dos atletas campeões do ano passado, por isso foram convocados. Não é de hoje que o Cemae vem se destacando nos jogos paradesportivos – a instituição coleciona troféus e, o melhor, promove a inclusão e o desenvolvimento dos seus alunos por meio do esporte.
“O Cemae trabalha somente com crianças, jovens e adultos com alguma deficiência comprovada em laudo, de todas as áreas, e também atendimentos como Fisioterapia, Psicologia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Estimulação Essencial, Estimulação Visual, Apoio Pedagógico Especializado, Preparação e Inserção no Mercado de Trabalho, Paradesporto, Oficinas de Linguagem e de Dislexia, Equoterapia e Atendimento Domiciliar para crianças que passam por algum tratamento de saúde, como cirurgias de grande porte e câncer. São 345 alunos cadastrados. Nossa prioridade são as crianças de 0 a 5 anos e 11 meses, quando há diagnóstico da deficiência e os estímulos são muito necessários para bons resultados dos tratamentos”, explica Eliane Aparecida Magatão, diretora do Cemae desde 2012.
O Cemae atende todas as crianças regularmente matriculadas na rede municipal de ensino e os bebês que ainda não vão aos CMEIs. “Temos também muitos alunos de inclusão, que ficam nas salas de aulas regulares com a professora de apoio. Nós prestamos assessoria para as escolas também, para auxiliar em dificuldade com as crianças, passamos orientação, sugestão de intervenções, entre outros”, diz.
O programa do paradesporto é realizado com todos os alunos do Cemae desde 2012, em que todos eles têm a oportunidade de tentar uma vaga na disputa pelos Jogos Escolares. O potencial de todos eles é aproveitado, o que resulta em dezenas de troféus de destaques, primeira, segunda e terceira colocações em várias modalidades. Na instituição os alunos têm a oportunidade de praticar a natação – uma parceria com uma academia de natação particular em Campo Largo –, futsal, atletismo, golf sete, bocha para cadeirantes, golbol – específico para crianças com visibilidade reduzida – e o treinamento funcional – para alongamento e fortalecimento muscular.
A diretora ressalta que o foco não é somente a participação na competição, mas sim a atividade física como qualidade de vida. As atividades físicas têm uma grande importância para o desenvolvimento dos alunos, conforme explica a diretora, pois dá a eles a oportunidade do relaxamento, desenvolvimento de cognições, convivência social, espírito de equipe e também sobre aprendizagem de competição – saber ganhar e saber perder. “Muitos alunos que estavam fazendo fisioterapia de manutenção passaram a vir para o paradesporto para fazer atividade física, que seria essa manutenção, abrindo espaço para quem realmente precisa de reabilitação”, explica.
Há algumas modalidades que eles precisam praticar fora do espaço do Cemae e para esses translados, a escola conta com o apoio da Prefeitura, que deixa um ônibus à disposição. “O melhor disso tudo é que desde sempre o Cemae pode contar com o auxílio da Prefeitura, independente da gestão. Eu, por exemplo, sou diretora e já passei por três gestões diferentes, mas as portas sempre estiveram abertas. Muitas das vezes eu preciso fazer bazares, rifas e outros eventos beneficentes, parceiros que sempre nos ajudam e os próprios colaboradores e pais de alunos para poder comprar material que precisa ser imediato, mas de médio e longo prazo consigo com que eles mandem”, conta.
A diretora explica que o Cemae não recebe verbas de forma direta, pois os alunos já estão matriculados em alguma instituição, por isso a verba já é destinada a determinada instituição a qual o aluno faz parte.
Paralimpíadas Escolares
As participações nos Jogos Escolares não são nada fáceis, pois, para que o aluno possa competir com outros municípios e, quem sabe representar o estado do Paraná nas Paralimpíadas Escolares, realizada sempre no mês de novembro, é preciso conseguir alcançar a primeira colocação na categoria inscrita. Há eventos que chegam a reunir mais de cinco mil competidores.
Para que não sejam cometidas classificações consideradas injustas, o comitê organizador utiliza critérios olímpicos de classificação. “São feitos testes com os alunos-atletas para que eles conheçam os níveis de cada um. Já tivemos uma aluna que não pode participar porque estava em um nível mais alto que os demais, chamado inelegível. É tudo muito justo e rigoroso dentro da competição, pois eles seguem os parâmetros das Paralimpíadas a nível mundial, que tem uma classificação funcional”, diz Eliane.
A participação fica restrita aos alunos que estão matriculados nas escolas, a partir dos 12 anos. A inscrição dos alunos nos jogos é feita somente com o aval da escola em que ele está inserido, o Cemae apenas dá treinamento e leva para participar. “Para quem já concluiu os estudos existe o Parajaps, em que são permitidas participações inclusive de pessoas de associações e Apaes. Ele acontece uma vez no ano e nós também participamos”, explica.
Desde 2012, o Cemae leva alunos para participarem das Paralimpíadas Escolares nas modalidades de Natação e Bocha – já levou também participantes do Atletismo. Alunos que são classificados recebem treinamento mais intenso, para estarem preparados para as disputas.
Ajuda
Toda a ajuda é sempre bem-vinda. A diretora disponibiliza o telefone da instituição para quem quiser contribuir e ajudar a ampliar ainda mais o trabalho do Cemae com as pessoas com deficiência. Telefones: (41) 3292-6628/ (41) 3555-1625. O Cemae está localizado na Avenida Cristina, 428-608 - Popular Nova.