Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 02:11:38
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Esporte é ferramenta para inclusão e melhoria de vida para pessoas com deficiência

Cemae de Campo Largo tornou-se uma referência paranaense no atendimento de pessoas com deficiência e coleciona troféus em participação de Jogos Escolares

Esporte é ferramenta para inclusão e melhoria de vida para pessoas com deficiência

Nesta sexta-feira (21) foi comemorado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Defi­ciência, cujo objetivo é conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. Uma das formas de incluir e também mostrar a força das pessoas com deficiência, proporcionando uma me­lhoria de vida, é o esporte, chamado de paradesporto, no qual Campo Largo tem um gran­de destaque.

Três alunos do Centro Educacional Municipal de Atendimento Especializado (Cemae) estão classificados para participarem da etapa nacional dos Jogos Escolares, as Paralim­píadas Escolares, que será realizada no mês de novembro em São Paulo. Esses alunos atingiram níveis superiores aos dos atletas campeões do ano passado, por isso foram con­vocados. Não é de hoje que o Cemae vem se destacando nos jogos paradesportivos – a instituição coleciona troféus e, o melhor, promove a inclusão e o desenvolvimento dos seus alunos por meio do esporte.

“O Cemae trabalha somente com crianças, jovens e adultos com alguma deficiência comprovada em laudo, de todas as áreas, e também atendimentos como Fisioterapia, Psi­cologia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Estimulação Essencial, Estimulação Visual, Apoio Pedagógico Especializado, Preparação e Inserção no Mercado de Trabalho, Para­desporto, Oficinas de Linguagem e de Dislexia, Equoterapia e Atendimento Domiciliar para crianças que passam por algum tratamento de saúde, como cirurgias de grande porte e câncer. São 345 alunos cadastrados. Nossa prioridade são as crianças de 0 a 5 anos e 11 meses, quando há diagnóstico da deficiência e os estímulos são muito necessários para bons resultados dos tratamentos”, explica Eliane Aparecida Magatão, diretora do Cemae desde 2012.

O Cemae atende todas as crianças regularmente matriculadas na rede municipal de ensino e os bebês que ainda não vão aos CMEIs. “Temos também muitos alunos de inclu­são, que ficam nas salas de aulas regulares com a professora de apoio. Nós prestamos as­sessoria para as escolas também, para auxiliar em dificuldade com as crianças, passamos orientação, sugestão de intervenções, entre outros”, diz.

O programa do paradesporto é realizado com todos os alunos do Cemae desde 2012, em que todos eles têm a oportunidade de tentar uma vaga na disputa pelos Jogos Escola­res. O potencial de todos eles é aproveitado, o que resulta em dezenas de troféus de des­taques, primeira, segunda e terceira colocações em várias modalidades. Na instituição os alunos têm a oportunidade de praticar a natação – uma parceria com uma academia de na­tação particular em Campo Largo –, futsal, atletismo, golf sete, bocha para cadeirantes, gol­bol – específico para crianças com visibilidade reduzida – e o treinamento funcional – para alongamento e fortalecimento muscular.

A diretora ressalta que o foco não é somente a participação na competição, mas sim a atividade física como qualidade de vida. As atividades físicas têm uma grande importância para o desenvolvimento dos alunos, conforme explica a diretora, pois dá a eles a oportuni­dade do relaxamento, desenvolvimento de cognições, convivência social, espírito de equipe e também sobre aprendizagem de competição – saber ganhar e saber perder. “Muitos alu­nos que estavam fazendo fisioterapia de manutenção passaram a vir para o paradesporto para fazer atividade física, que seria essa manutenção, abrindo espaço para quem realmen­te precisa de reabilitação”, explica.

Há algumas modalidades que eles precisam praticar fora do espaço do Cemae e para esses translados, a escola conta com o apoio da Prefeitura, que deixa um ônibus à disposi­ção. “O melhor disso tudo é que desde sempre o Cemae pode contar com o auxílio da Pre­feitura, independente da gestão. Eu, por exemplo, sou diretora e já passei por três gestões diferentes, mas as portas sempre estiveram abertas. Muitas das vezes eu preciso fazer ba­zares, rifas e outros eventos beneficentes, parceiros que sempre nos ajudam e os próprios colaboradores e pais de alunos para poder comprar material que precisa ser imediato, mas de médio e longo prazo consigo com que eles mandem”, conta.

                   

A diretora explica que o Cemae não recebe verbas de forma direta, pois os alunos já es­tão matriculados em alguma instituição, por isso a verba já é destinada a determinada ins­tituição a qual o aluno faz parte.

Paralimpíadas Escolares

As participações nos Jogos Escolares não são nada fáceis, pois, para que o aluno possa competir com outros municípios e, quem sabe representar o estado do Paraná nas Paralimpíadas Escolares, realizada sempre no mês de novembro, é preciso con­seguir alcançar a primeira colocação na categoria inscrita. Há eventos que chegam a reunir mais de cinco mil competidores.

Para que não sejam cometidas classificações consideradas injustas, o comitê or­ganizador utiliza critérios olímpicos de classificação. “São feitos testes com os alunos­-atletas para que eles conheçam os níveis de cada um. Já tivemos uma aluna que não pode participar porque estava em um nível mais alto que os demais, chamado inele­gível. É tudo muito justo e rigoroso dentro da competição, pois eles seguem os parâ­metros das Paralimpíadas a nível mundial, que tem uma classificação funcional”, diz Eliane.

A participação fica restrita aos alunos que estão matriculados nas escolas, a par­tir dos 12 anos. A inscrição dos alunos nos jogos é feita somente com o aval da escola em que ele está inserido, o Cemae apenas dá treinamento e leva para participar. “Para quem já concluiu os estudos existe o Parajaps, em que são permitidas participações in­clusive de pessoas de associações e Apaes. Ele acontece uma vez no ano e nós tam­bém participamos”, explica.

Desde 2012, o Cemae leva alunos para participarem das Paralimpíadas Escolares nas modalidades de Natação e Bocha – já levou também participantes do Atletismo. Alunos que são classificados recebem treinamento mais intenso, para estarem prepa­rados para as disputas.

Ajuda

Toda a ajuda é sempre bem-vinda. A diretora disponibiliza o telefone da instituição para quem quiser contribuir e ajudar a ampliar ainda mais o trabalho do Cemae com as pessoas com deficiência. Telefones: (41) 3292-6628/ (41) 3555-1625. O Cemae está lo­calizado na Avenida Cristina, 428-608 - Popular Nova.