Ainda no início de agosto foi divulgada pelos prin­cipais meios de comunicação uma normativa já praticada desde 2008, mas que acabou surpre­endendo muitos motoristas: a necessidade de manter a hi­pertensão controlada para poderem ter o direito de dirigir.

De acordo com o médico de tráfego e chefe do setor médico do Detran-PR, Dirceu Silveira Júnior, existe essa ne­cessidade para que não aconteçam acidentes provocados por mal súbito ao volante. “Essa medida vem sendo pratica­da desde 2008 pelos médicos que realizam as avaliações de saúde nos motoristas. Assim como ela vale para quem tem hipertensão arterial, também vale para os diabéticos, que podem ter eventos agudos de hipoglicemia e desmaia­rem ao volante e também às pessoas que têm crises con­vulsivas. Por isso, reitero aqui o pedido para que as pessoas não mintam quando vão ao médico para renovação da habi­litação, pois ao esconder um problema, você pode colocar a vida de outras pessoas em risco.”

Segundo o Dr. Dirceu, o médico deve fazer aferição da pressão e pode aprovar pessoas com resultado de 160/100 mmHg - considerando o estresse sofrido durante o dia. Pes­soas com pressão arterial acima de 160/100 mmHg até 180/100 mmHg tornam-se inaptas temporárias, e acima dos 180/100 mmHg já são consideradas inaptas definitivo.

A normativa permite que pessoas consideradas inaptas temporárias consigam reverter a situação por meio da reali­zação de acompanhamento médico, tomem diariamente as dosagens dos remédios corretas e mantenham as consul­tas e exames em dia, e voltem a serem considerados aptos à direção novamente. “O médico pode sugerir que aque­le paciente tenha que renovar em períodos mais curtos do que a legislação recomenda, que são os cinco anos, poden­do prescrever que as renovações aconteçam de cada três anos”, diz o médico.

“Os motoristas precisam entender que o exame físico realizado pelo Detran não analisa somente a visão dele, se ele está enxergando bem. A visão é o principal senti­do que usamos para dirigir, mas precisamos avaliar todo o conjunto do ser humano, se todas as suas funções vitais estão em pleno estado. Uma pessoa que sofre um mal sú­bito ou um evento agudo pode estar sujeita a provocar aci­dentes gravissímos, que podem colocar a vida de outras pessoas em risco. Por isso recomendo até que, aquelas pessoas que fazem o tratamento contra uma pressão alta, ou outras comorbidades, já conversem com seus médicos de confiança sobre a renovação da carteira de habilita­ção e principalmente mantenham seus tratamentos sem­pre em dia”, finaliza.