Cada conquista é ainda mais valorizada quando se tem alguma limitação física. Limitação por não ter os movimentos das pernas, mas não por não poder fazer o que tanto ama. O esporte sempre foi a vida de Alan Kleber Basílio, de 33 anos, que há 20 anos mora em Campo Largo, morador do Jardim Social. Após sofrer uma lesão medular aos 19 anos, o jovem que por dez anos jogou futebol na base do Paraná Clube, não pode mais andar e mostra diariamente superação e muita vontade em viver, em fazer mais.

Hoje ele consegue viver com bastante autonomia, tem um carro adaptado e sozinho monta sua cadeira de rodas. Mesmo depois do acidente conseguiu fazer faculdade de Contabilidade, atua na área financeira e atualmente cursa Administração de Empresas. “Minha situação hoje não me impede de fazer nada, pelo contrário, tenho mais vontade, valorizo ainda mais todas as minhas conquistas”, enfatiza.

“A sociedade vê o que as pessoas não podem fazer, mas não vê o que elas podem”

Como cadeirante, no esporte precisa de mais empe­nho, pois o alto rendimento exige muita dedicação para estar entre os melhores. Após o acidente, passou por qua­tro anos em médicos, muita hidroginástica, fisioterapia e procedimentos para reabilitação. Primeiro focou nos estu­dos e em se manter no mercado de trabalho. Após cinco anos estabilizado voltou ao esporte, pois sentia muita fal­ta - cerca de dez após a lesão. “É um desafio pelo fato de sair da rotina de cadeirante”, comenta.

Ele chegou a casar nesse período, com quem teve um filho de 07 anos, mas atualmente é separado. Diz que teve muitos aprendizados, principalmente pelo fato de se su­perar e mostrar para ele e para a sociedade que pode se adaptar para conseguir o que deseja e que todos são ca­pazes de fazer coisas grandiosas.

Resultados

Um ano depois de iniciar na natação, integrou a equi­pe de paratletas de alto rendimento da Pontifícia Universi­dade Católica do Paraná (PUCPR). Então, foi convidado a fazer corrida e o ciclismo com cadeiras especiais. Assim, topou participar de uma equipe de triathlon. Conta que com a bicicleta teve de volta uma sensação de liberdade.

Com tanta dedicação nos esportes, hoje ele é uma promessa, tendo conquistado muitas medalhas. Em julho deste ano foi campeão Pan-americano pela Federação In­ternacional de Sports Universitários FISU América Games e campeão nos 100m livre em campeonato nacional de Natação.

No dia 19 de agosto, Alan comemorou a medalha de ouro nos 100m livre, prata no 50m livre e bronze no 50m costas na segunda fase do Campeonato Nacional Circui­to Loterias Caixa.

Tóquio 2020

Hoje ele recebe apoio do Instituto de Fisioterapia Or­topédica, MC Sports Cub, Manzatti Bikes, Associação dos Deficientes Físicos de Campo Largo – ADFCL, assessor de mídias sociais Ronian Enik e recebe do governo esta­dual a Bolsa Talento Olímpico do Paraná 2020. Mas para realizar o sonho de competir na Paralimpíada de Tóquio em 2020 precisa participar e ficar bem colocado em com­petições mundiais, como a de dezembro deste ano na Po­lônia, da qual quer participar e precisa de recursos para viabilizar a viagem.

Quem tiver interesse e condições em ajudar ou patro­cinar o paratleta pode entrar em contato com ele pelo (41) 99644-2576.