O Dia do Ciclista foi comemorado no último dia 19 de agosto, mas todos os dias são propícios para iniciar no esporte, um dos que mais cres­ce no país. Esse foi o primeiro ano que a data foi comemorada no Brasil, pois ela foi instituída apenas no dia 22 de novembro de 2017. A data é em homenagem ao bi­ólogo brasiliense Pedro Davison, que mor­reu atropelado no Eixão Sul, via expressa da capital federal, que é fechada ao tráfego de veículos aos domingos e se transforma em área de lazer.

Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraci­clo), no ano passado o mercado ficou es­tável e alcançou o crescimento de 9% no setor. Hoje o Brasil está em quarto lugar no mundo em produção.

O veterano nos pedais e presidente do Clube Campolarguense de Ciclismo (CCC), Abel Savio, contou que o município é um grande celeiro de atletas do ciclismo, prin­cipalmente pela grande variedade de rotas que possui, que abrangem desde pessoas que estão começando no esporte até quem já é experiente. “Eu vejo o ciclismo princi­palmente como um meio de conseguir liber­dade, conseguir se desestressar, libertar dos problemas. Além disso, também é um ótimo meio para conseguir amizades sóli­das. Pedalar só faz bem.”

Abel separou algumas dicas de rotas na cidade para todos os níveis. Para os ini­ciantes, ele indica o trecho das Colônias, próximo à Barragem, por ser um percurso com menos aclive. Já para o nível interme­diário, são indicadas as rotas sentido Cam­po Magro, como Morro da Palha, e logo após a subida da Serra de São Luiz do Pu­runã. Já para quem está em nível avançado, a subida da Serra de São Luiz do Purunã e também estradas do bairro Retiro. No Par­que Newton Puppi também possui boas trilhas para pedalar. As rodovias são indi­cadas para quem já tem mais experiência e pratica longas distâncias.

“Para quem vai começar agora, o im­portante é conhecer o limite do seu próprio corpo. O ideal é começar pedalando entre 10 e 15 km, e ir aumentando a cada dia. Participar de um grupo, além de ser mais seguro, também haverá maior incentivo para a prática do esporte”, indica.

Em geral, durante os dias da semana, os grupos costumam sair entre 18h e 19h, aos sábados logo após às 13h30 e aos do­mingos pela manhã – porém tudo é variável.

O ciclista não pode esquecer de usar capacete e luvas. “O capacete é primordial. Eu, que estou no esporte há 13 anos, já vi muitas vidas salvas por causa do uso do ca­pacete. As luvas são importantes porque na queda a primeira coisa que você faz é colo­car as mãos no chão. Em saídas noturnas, é imprescindível o uso das lanterninhas, para identificar o ciclista no escuro”, indica.

Não existe idade mínima para iniciar no ciclismo, mas todo cuidado é pouco. “Nós, na condição de motoristas, ainda precisa­mos amadurecer muito sobre o respeito no trânsito. Respeitar o ciclista, independen­te dele praticar o esporte ou estar usando a bike como meio de transporte. Mante­nha sempre o 1,5 m de distância, para evi­tar acidentes. Os ciclistas também devem respeitar as leis, buscando sempre andar seguindo o fluxo dos veículos, jamais na contramão”, aconselha.

Modalidades

Quem está começando pode até não saber, mas há várias modalidades dentro do ciclismo. Uma das mais conhecidas é a mountain bike, que proporciona um contato mais direto com a natureza. Nessa modali­dade, o ciclista precisa ficar atento e des­viar dos obstáculos naturais existentes na pista. De acordo com a Confederação Bra­sileira de Esporte, pode se dividir em “con­vencional, na qual uma pista é traçada com obstáculos e variações dos níveis da pista; e downhill, onde a pista é desenhada numa descida com todos os obstáculos naturais e artificiais da categoria”. O cross country é a adaptação da modalidade estrada para lon­gas distâncias, como trilhas, praia, grama, estrada e o que não for de asfalto.

Já as modalidades praticadas no asfal­to são o ciclismo de estrada e o speed. No ciclismo de estrada é a mais tradicional, em que geralmente largam – em uma compe­tição – um pelotão de ciclistas em circuitos de rua ou estrada. O speed vem se populari­zando e conquistando quem gosta de veloci­dade e pode ser praticado em qualquer rua, sem necessitar locais próprios para prática.

Além dessas existem diversas modali­dades, inclusive as que mesclam equilíbrio e manobras, ou também as que misturam outros esportes, como a corrida de aventu­ra e o triathlon. O mais importante é o en­tusiasta do esporte se sentir bem com a modalidade que está praticando, garantin­do mais saúde e longevidade.