Há muitas semanas não chovia significativamente em Campo Largo e na RMC, o que prejudicou alguns produtores rurais. Para o próximo plantio, de cereais, é importante que chova pelo menos 150mm. A estiagem também alt
Na última quarta-feira (22), os campo-larguenses amanheceram com ventos fortes e uma chuvinha que há muito tempo não aparecia. Há quase dois meses a região atravessa um período de estiagem, que acabou até mesmo alterando as paisagens dos parques da Lagoa Grande e também do Passaúna. Mas o que preocupou mesmo foi o valor da luz, que está sendo praticado na Bandeira Vermelha em segundo patamar. Além disso, produtores já registram prejuízos.
Situação do agronegócio
De acordo com Hugo Ruthes, diretor do Sindicato Rural de Campo Largo, agricultores que se dedicam ao plantio de verduras e não possuem irrigação são os mais afetados pelos períodos de estiagens, que aflige a região nessa época. “Cerca de 30% dos agricultores que participam do Sindicato Rural, aqui em Campo Largo, possuem irrigação. Esse é um investimento que traz muitos benefícios para o produtor rural, pois permite a produção, sem perca, mesmo nesses períodos de longas secas. Hoje temos programas que conseguem facilitar a aquisição desse equipamento, com juros baixos, por meio da Agricultura Familiar. O interessado pode comparecer aqui no Sindicato ou na Emater, que daremos mais informações. Geralmente, o investimento é recuperado em três ou quatro anos.”
Segundo ele, nas últimas semanas a região apresentou uma grande perda no plantio de trigo, quando cerca de 30% da produção acabou sendo comprometida pela seca. Apesar do impacto, pouco será sentido pelos consumidores no preço final.
Agora, os agricultores estão se preparando para o plantio de cereais, como a soja. Para que não haja atraso no plantio e também não aconteça a troca de sementes – quando passa a ser utilizada a semente precoce -, é necessária uma chuva constante. “Precisa umedecer a terra para então plantar. Se chover por dois dias, intercalando entre garoa fina e chuva moderada, irá beneficiar os agricultores. Caso o plantio atrase, por causa de um período de mais três ou quatro semanas sem chuva, isso pode significar um prejuízo para o agricultor de até 40%. As chuvas intensas acabam prejudicando, pois impedem a preparação da terra. Vamos torcer para chuvas de 150 a 200 mm nas próximas semanas”, finaliza.
Conta de luz mais cara
A Companhia de Energia Campolarguense (Cocel), explicou à Folha de Campo Largo que o sistema tarifário não é imposto pela concessionária, mas sim uma determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel. Hoje, no país, “a matriz energética brasileira é essencialmente formada por hidrelétricas e a capacidade de geração destas usinas determina qual bandeira estará em vigor”, então, caso elas não consigam atender a demanda pelos baixos níveis em reservatórios, há necessidade de acionar as termoelétricas – que geram energia a partir da queima de quaisquer produtos que possam gerar calor, como plantas, restos de madeira, óleo combustível, óleo diesel, gás natural, urânio enriquecido e carvão natural – e que apresentam um custo de produção bem mais elevado.
“De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o volume útil atual de alguns reservatórios é extremamente crítico. Na Bacia Iguaçu, por exemplo, há quatro hidrelétricas que juntas representam 50,9% da energia produzida na região Sul – os reservatórios estão com volumes úteis entre 19,61% e 39,37%. Como o sistema elétrico é interligado, as condições adversas para geração em uma região repercutem em todo o país”, esclarece a Cocel.
Nessas circunstâncias, quando a bandeira vermelha entra em operação, no primeiro patamar representa R$0,045 a mais por kWh consumido e no segundo patamar o acréscimo é de R$0,075 por kWh consumido.
Reservatório para cinco meses
Apesar do grande impacto na conta de luz, o mesmo não acontece na cobrança da água. A Sanepar mantém o mesmo valor na prestação do serviço e tranquiliza que na Região Metropolitana de Curitiba há reservatório para abastecimento de até cinco meses sem chuvas significativas. Entretanto, há o alerta constante para a importância da economia de água, seguido do pedido para que aconteça o reaproveitamento da água da máquina de lavar, por exemplo, evite lavar calçadas e automóveis, além de realizar economias dentro de casa, como deixar a torneira fechada enquanto ensaboa a louça ou escova os dentes.
Quando vem chuva de verdade?
Nesta semana, a previsão do site ClimaTempo para Campo Largo era chuva na quarta, quinta e sexta-feira e também no sábado. Somando todos os dias, o cálculo era de 56 mm de chuva na cidade. Após isso, até o mês de setembro a precipitação somará apenas mais 07 mm.