Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 01:48:35
Geral

Estiagem prejudica produtores rurais e impacta na prestação de serviços

Há muitas semanas não chovia significativamente em Campo Largo e na RMC, o que prejudicou alguns produtores rurais. Para o próximo plantio, de cereais, é importante que chova pelo menos 150mm. A estiagem também alt

Estiagem prejudica produtores rurais e impacta na prestação de serviços

Na última quarta-feira (22), os campo-larguenses amanheceram com ventos fortes e uma chuvi­nha que há muito tempo não aparecia. Há qua­se dois meses a região atravessa um período de estiagem, que acabou até mesmo alterando as paisagens dos par­ques da Lagoa Grande e também do Passaúna. Mas o que preocupou mesmo foi o valor da luz, que está sendo prati­cado na Bandeira Vermelha em segundo patamar. Além dis­so, produtores já registram prejuízos.

Situação do agronegócio

De acordo com Hugo Ruthes, diretor do Sindicato Rural de Campo Largo, agricultores que se dedicam ao plantio de verduras e não possuem irrigação são os mais afetados pe­los períodos de estiagens, que aflige a região nessa época. “Cerca de 30% dos agricultores que participam do Sindica­to Rural, aqui em Campo Largo, possuem irrigação. Esse é um investimento que traz muitos benefícios para o produtor rural, pois permite a produção, sem perca, mesmo nesses períodos de longas secas. Hoje temos programas que con­seguem facilitar a aquisição desse equipamento, com ju­ros baixos, por meio da Agricultura Familiar. O interessado pode comparecer aqui no Sindicato ou na Emater, que da­remos mais informações. Geralmente, o investimento é re­cuperado em três ou quatro anos.”

Segundo ele, nas últimas semanas a região apresen­tou uma grande perda no plantio de trigo, quando cerca de 30% da produção acabou sendo comprometida pela seca. Apesar do impacto, pouco será sentido pelos consumido­res no preço final.

Agora, os agricultores estão se preparando para o plantio de cereais, como a soja. Para que não haja atra­so no plantio e também não aconteça a troca de semen­tes – quando passa a ser utilizada a semente precoce -, é necessária uma chuva constante. “Precisa umedecer a ter­ra para então plantar. Se chover por dois dias, intercalando entre garoa fina e chuva moderada, irá beneficiar os agri­cultores. Caso o plantio atrase, por causa de um período de mais três ou quatro semanas sem chuva, isso pode signifi­car um prejuízo para o agricultor de até 40%. As chuvas in­tensas acabam prejudicando, pois impedem a preparação da terra. Vamos torcer para chuvas de 150 a 200 mm nas próximas semanas”, finaliza.

Conta de luz mais cara

A Companhia de Energia Campolarguense (Cocel), ex­plicou à Folha de Campo Largo que o sistema tarifário não é imposto pela concessionária, mas sim uma determina­ção da Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel. Hoje, no país, “a matriz energética brasileira é essencialmente formada por hidrelétricas e a capacidade de geração des­tas usinas determina qual bandeira estará em vigor”, então, caso elas não consigam atender a demanda pelos baixos níveis em reservatórios, há necessidade de acionar as ter­moelétricas – que geram energia a partir da queima de quaisquer produtos que possam gerar calor, como plantas, restos de madeira, óleo combustível, óleo diesel, gás natu­ral, urânio enriquecido e carvão natural – e que apresentam um custo de produção bem mais elevado.

“De acordo com dados do Operador Nacional do Siste­ma Elétrico (ONS), o volume útil atual de alguns reservató­rios é extremamente crítico. Na Bacia Iguaçu, por exemplo, há quatro hidrelétricas que juntas representam 50,9% da energia produzida na região Sul – os reservatórios estão com volumes úteis entre 19,61% e 39,37%. Como o siste­ma elétrico é interligado, as condições adversas para gera­ção em uma região repercutem em todo o país”, esclarece a Cocel.

Nessas circunstâncias, quando a bandeira verme­lha entra em operação, no primeiro patamar representa R$0,045 a mais por kWh consumido e no segundo patamar o acréscimo é de R$0,075 por kWh consumido.

Reservatório para cinco meses

Apesar do grande impacto na conta de luz, o mesmo não acontece na cobrança da água. A Sanepar mantém o mesmo valor na prestação do serviço e tranquiliza que na Região Metropolitana de Curitiba há reservatório para abastecimento de até cinco meses sem chuvas significa­tivas. Entretanto, há o alerta constante para a importância da economia de água, seguido do pedido para que acon­teça o reaproveitamento da água da máquina de lavar, por exemplo, evite lavar calçadas e automóveis, além de reali­zar economias dentro de casa, como deixar a torneira fe­chada enquanto ensaboa a louça ou escova os dentes.

Quando vem chuva de verdade?

Nesta semana, a previsão do site ClimaTempo para Campo Largo era chuva na quarta, quinta e sexta-feira e também no sábado. Somando todos os dias, o cálculo era de 56 mm de chuva na cidade. Após isso, até o mês de se­tembro a precipitação somará apenas mais 07 mm.