Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 02:33:05
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Histórias de família e não de pescador

O peixe grande sempre escapa, né?”, com essa frase iniciamos uma grande história de uma família tradicional campo-larguense, de origem italiana e que é apaixonada pela pesca. O porta-voz da família Bot, Rog&e

Histórias de família e não de pescador

O peixe grande sempre escapa, né?”, com essa frase iniciamos uma grande história de uma família tradicional campo-larguense, de origem italiana e que é apaixonada pela pesca. O porta-voz da família Bot, Rogério Bot, conta que a tradição de ter a pesca como hobby veio ainda da Itália, com o seu avô.

“Ele já era apaixonado pela pescaria quando aportou no Brasil. Espalhou esse amor para seus filhos e meu pai passou para mim.  Meu pai, Santo Bot, nasceu no Rio Grande do Sul, e quando nós viemos morar em Campo Largo eu tinha uns 05 anos, na mesma época que eu comecei a ir junto para pescar com o meu pai. Lembro que nessa época tinha lugares que ele não me levava, dizia que tinha cobra e eu ficava lá, chorando porque queria ir junto. Passava a semana toda pensando em ir pescar.”

A família gosta de pescar tanto em rios como no mar. “Pescávamos naquela época no Rio Verde, Rio Iguaçu, Rio Açungui e sempre tivemos uma preferência por pescar no mar, então sempre íamos. Meu pai, infelizmente, faleceu no ano de 1999, mas nós permanecemos com a tradição de ir pescar, inclusive nos aperfeiçoamos no esporte”, diz.

O pescador conta que chegou a realizar cursos, se interessar por leituras, pesquisas e programas que falam sobre a arte da pescaria. Hoje, além dos equipamentos de pesca apropriados para cada situação, ele possui um barco com sonar, um equipamento que consegue emitir ondas sonoras em frequências altíssimas, capaz de captar ecos e calcular a distância entre todos os objetos encontrados, incluindo peixes. Segundo ele, um dos sobrinhos tomou tanto gosto pelo esporte que acabou tornando-se guia de pesca em uma praia catarinense, onde ensina e leva turistas até os pontos onde há mais peixes.

Rogério conta que antigamente eles pescavam com varas de bambu e iscas naturais, mas hoje utilizam iscas artificiais.“Nós temos muito cuidado com os animais, praticamos muito a pesca esportiva. Antigamente não havia preocupação; os pescadores simplesmente iam até os rios e lançavam redes ou até pescavam com linha, tinha muito peixe. Voltavam para casa com quilos de peixes, às vezes distribuíam até para os vizinhos, isso é um crime. Nós trazemos para casa, mas são poucos. Isso fez com que o número de peixes fosse diminuindo, degradando o meio ambiente. Os pescadores cuidam bastante do espaço onde praticam seu esporte, até se virem alguém jogando lixo no rio ou no mar chamam atenção, independente de quem seja”, salienta.

Ele lembra também que não tinha tempo ruim para pescar, o importante era, ao final do expediente, partir para a aventura. Conta há alguns anos, trabalhava aos sábados até as 11h e já saía para pescar. “A gente sempre ia de caminhão, em até 16 pessoas para Balsa Nova, toda semana. Hoje nós vamos na base de três a quatro vezes por mês para pescar. Na família a preferência é pelo mar abrigado e pelas baías”, diz.

 

Um vício

do bem

“Para quem tem paixão pela pescaria acaba se tornando um vício. Quando entraram em contato comigo para fazer essa matéria eu já fiquei pensando que precisava ir pescar, já até abri as câmeras do porto para ver como estava o mar, fui olhar a temperatura e pressão atmosférica pensando em ir para a praia pescar. A sensação, o silêncio e a conexão que você tem com a natureza e com você mesmo é indescritível. Só praticando a pesca para saber como é”, enfatiza Rogério.

Segundo ele, a ansiedade existe antes de ir e depois fica dias pensando em como tudo foi proveitoso. A pescaria é feita de dias, onde cada um tem uma emoção diferente, porque o mar nunca é o mesmo.

“Quando eu estou pescando, estou sempre lembrando do meu pai, é como se ele estivesse comigo. É um caminho que ele deixou para mim, caminho do bem, é isso que eu tento ensinar para o meu filho, Leonardo, que tem 17 anos. É um momento único e muito proveitoso, não só entre pai e filho, mas para toda a nossa família”, finaliza.