Pode não ser muito comum, mas famílias formadas por pai e filhos também existem. Assim como as mães, eles também têm muitos desafios quanto à educação das crianças, conciliando tud
Pode não ser muito comum, mas famílias formadas por pai e filhos também existem. Assim como as mães, eles também têm muitos desafios quanto à educação das crianças, conciliando tudo isso com o emprego e as tarefas domésticas diárias.
Luiz Antônio Portela é campo-larguense, atua no ramo moveleiro e é pai de duas filhas, Thayná Portela, 16, e Thays Portela, 14. Por muito tempo, Luiz foi pai solteiro e se viu frente ao desafio de criar duas meninas. “Acabei me separando da mãe das meninas quando elas ainda tinham um ano e três anos. Na época que tudo aconteceu eu tinha 25 anos. A mãe delas preferiu passar a guarda para mim e desde então elas não encontraram mais a mãe, isso já faz 13 anos. Ficar com elas ainda muito pequenas foi um desafio, principalmente por se tratar de duas meninas, sem a presença da mãe.”
Essa figura foi logo substituída pela avó e pela tia, que ajudavam a cuidar delas. “Tive muito apoio da minha mãe e da minha irmã, elas cuidavam das meninas enquanto eu estava trabalhando. A minha mãe acabava indo, inclusive, nas apresentações de Dia das Mães que aconteciam na escola”, relembra Luiz.
Luiz é um “paizão”, que está sempre presente e a par do que acontece na vida das meninas. Ele acredita que essa situação acabou os deixando ainda mais próximos, pois proporcionou que ele vivesse praticamente em função das suas duas filhas. “Eu trabalhava em uma montadora que estava instalada na cidade na época, então no período que eu não estava com elas, minha mãe estava. Era eu quem cuidava quando estavam doentes, trocava fraldas, dava mamadeiras e ainda ia trabalhar no dia seguinte para dar o melhor para elas. Eu fico muito feliz e satisfeito com o relacionamento que eu tenho com minhas filhas, pois somos muito companheiros um do outro. Tenho muito orgulho por elas serem quem são hoje, meninas lindas, educadas, muito inteligentes e esforçadas”, ressalta o pai.
Até hoje, o pai só conheceu um homem na mesma situação que ele. “Nós não chegamos a falar sobre esse assunto, nem trocamos experiências, pois eu sou muito reservado quanto a essa situação, mas a minha admiração por pessoas que criam os filhos sozinhas ou têm apoio da família em algumas situações é muito grande”, diz.
Muito embora Luiz não fale muito sobre esse assunto, ele deixa uma mensagem para os pais que também se encontram nessa situação. “Criar um filho sem a presença da mãe por perto pode não ser fácil, mas esse tipo de pai é o tipo de pessoa que está de prontidão a todo instante para ajudar e aprendendo algo novo a cada momento. O importante é os filhos saberem que, não importa a situação, sempre receberão muito carinho e atenção”, aconselha.
Presente e futuro
Hoje o programa preferido da família é viajar sempre que possível ou passear em parques da região, sempre variando os locais. “Meu sonho para elas é que estudem e consigam o que há de melhor, independente da área que vão seguir. Hoje elas vão para a escola e fazem cursos, estou sempre acompanhando o que elas fazem. Acho que esse é o desejo de todos os pais para os seus filhos, sempre o melhor”, finaliza.