Baixo número de empresários que pretendem realizar investimentos no Paraná preocupa. Sentimento já é sentido em Campo Largo. Presidente da Acicla comenta a situação e diz buscar saídas jun
A notícia para o mundo dos negócios não é muito positiva. Recentemente a Fecomercio-PR divulgou uma pesquisa da perspectiva para o segundo semestre de 2018, que mostra que a maioria deles, cerca de 58,1% não pretende fazer novos investimentos, apontando que o pensamento mudou pouco do início do ano para cá, quando o índice ficou em 58,4%.
Além disso, a queda de empresas que pretendem investir no próprio negócio caiu de pouco mais de 30% para 26,9%. Nestes investimentos podem ficar inclusos reformas e modernizações, capacitação da equipe e campanhas publicitárias. Na expectativa de aumentar o quadro de colaboradores, apenas 12,7% das empresas se posicionaram a favor.
Entre os principais motivos para essa desconfiança do setor empresarial do Estado estão a instabilidade política, visto que esse é um ano eleitoral, a greve dos caminhoneiros e as paradas para jogos da Copa do Mundo, que ainda acabam refletindo. Os empresários também argumentaram que a carga tributária elevada, os clientes descapitalizados e o aumento no custo das mercadorias também influenciam para esse congelamento.
Juliano Toppel, presidente da Associação Comercial de Campo Largo, Acicla, confirma que esse comportamento também é bastante visível nos empresários de Campo Largo. “A cidade como um todo está mais cautelosa. Os clientes estão segurando mais o dinheiro, porque aconteceu o aumento da luz, do gás e dos alimentos em geral. A circulação do dinheiro diminui e o comércio fica bem prejudicado”, ressalta.
Segundo ele, hoje a Acicla trabalha para alavancar o comércio local. “Conseguimos fazer com que a Campanha de Natal fosse considerada uma das melhores do Paraná, segundo a Faciap (Federação das Associações Comerciais do Paraná). Para esse ano não será diferente, estamos finalizando um vídeo sobre a cidade para atrair novas empresas e investimentos, precisamos mostrar que ela possui uma composição geográfica diferenciada, perto da capital, do aeroporto, portos, com acesso a várias rodovias nacionais que acabam facilitando a logística, possui serviços de qualidade e uma área industrial de 45 milhões de m2, onde foi feita a desafetação da Bacia do Rio Itaqui. Precisamos tomar essa iniciativa para a geração de empregos”, explica.
Juliano também conta que a Associação trabalha para mostrar a importância da união da classe empresarial na cidade. “Neste tempo que estamos à frente no comando da Acicla, conseguimos aumentar em 70% o número de associados, mostrando para eles a importância em fazer parte da Acicla. Hoje oferecemos cursos para os empresários e seus colaboradores, buscando deixá-los cada vez mais atualizados e preparados para o futuro. Por meio dos dados da Campanha de Natal, conseguimos saber o perfil dos clientes de determinado estabelecimento. Isso contribui para a concretização do marketing daquela empresa, para ajudá-lo a saber como trabalhar de modo a atrair mais clientes. Poucas pessoas utilizam essa ferramenta, mas ela está disponível para todos os associados. Aos poucos, acredito que eles vão aprendendo a utilizar esses dados”, diz.
De acordo com ele, o cenário empresarial campo-larguense está em constante evolução e passará por mudanças importantes no futuro. “Apesar da grande crise que assola o nosso país, precisamos estar preparados para as mudanças que estão prestes a bater em nossas portas. A qualificação é a melhor saída para que possamos sobreviver a ela”, finaliza.