Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 02:43:43
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Conhecimento e dedicação são essenciais para negócios na juventude

Jovens empreendedores de Campo Largo falam sobre realizar investimentos baseados na inovação e no digital.

Conhecimento e dedicação são essenciais para negócios na juventude

Quando pensa em bu­siness e mundo cor­porativo, é comum imaginar pessoas mais velhas à frente, mas os jovens Filipe So­levicz (23) e Thais Gomes (21) estão tentando mudar esse para­digma. Eles montaram há um ano uma startup voltada ao Design Gráfico e publicidade, que busca fazer especialmente trabalhos na modelagem freelancer.

“Nós não somos da área, eu me formei recentemente em En­genharia Civil e ela estuda En­genharia da Produção, mas eu sempre gostei de desenhar e es­tudar sobre Marketing Digital. As­sim, estamos aplicando nossos conhecimentos em nossa empre­sa, buscando sempre estar atua­lizado e repassar novidades aos clientes. Nós trabalhamos com freelancer, pois é uma tendência hoje no mercado, especialmen­te para pequenas empresas, que muitas vezes não dispõem de or­çamento para montar uma equipe específica para isso”, diz Filipe.

Segundo os jovens empreen­dedores, o maior desafio ainda é a organização e a aplicação da te­oria na prática. Eles contam que dentro do ramo em que atuam, o Marketing Digital, tudo é muito rápido e é preciso sempre estar muito bem atualizado, fazendo lei­turas diárias de conteúdos dispo­nibilizados na rede.

Outro desafio é conseguir se estabelecer, tornando aque­la empresa como sua única fonte de renda. “Empresários se dedi­cam inteiramente ao seu trabalho, foi isso que aprendemos conver­sando com pessoas mais expe­rientes. Você não pode ter um negócio apenas como sua fonte de renda extra. É preciso enten­der como tudo funciona e buscar um nicho de atuação. Nós ainda somos muito novos perante a so­ciedade e trabalhamos com home working, o que ainda causa es­tranheza em algumas pessoas. Tentamos mudar isso mostrando nosso trabalho e compromisso, além de sempre enviar portifólio e referências”, aconselha Thais.

Nos planos a longo prazo, pretendem criar uma startup en­volvendo as Engenharias, princi­palmente viabilizando projetos de construção civil para rendas mais baixas e otimizando processos.

Aceitação da família

Maior que o desafio de enfren­tar os “preconceitos da sociedade”, é conseguir a aceitação da família. “Iniciamos a startup quando eu es­tava na reta final da faculdade. Fiz estágio por dois anos em um lugar e todos já trabalhavam com a pos­sibilidade do meu estágio se tornar efetivo. Foi quando eu resolvi sair, para me dedicar ao meu negócio. Apesar de ser um estágio ainda, meus pais demoraram para aceitar a minha decisão. Eles encaravam que a minha startup seria apenas uma renda extra, e era o que eu não queria. Eu queria ser empre­sário”, relembra Filipe.

Para Thaís, a geração em que os dois estão inseridos consegue trabalhar melhor com a ideia de não ter um emprego fixo, com car­teira assinada. “Todo mundo co­meça com um pequeno negócio e vai crescendo. Uma grande par­cela das startups que iniciam fe­cham porque é preciso entender que a dedicação e o conhecimen­to são a base para uma empresa sólida. O desafio é mostrar que é possível ter estabilidade financei­ra por outros meios que não são os tradicionais”, completa Thais

Experiência que já conta

Os empreendedores contam que o networking, ou a troca de experiências, é sempre válida, o que os fez criar um novo projeto, para incentivar a juventude a se tornar empresária. O SEED, que tem significado duplo, o primeiro é “Seu Empreendedorismo em De­senvolvimento”, e outro é semen­te em inglês.

A iniciativa consiste em dar palestras e fazer troca de expe­riências a fim de fomentar o lado empreendedor de jovens adoles­centes, que ainda estão no En­sino Médio. “Essa é uma fase de incertezas, que não sabemos o que queremos fazer ainda, nossa intenção é mostrar que existe algo além de uma faculdade. Ela é im­portante para conseguir conheci­mento técnico, mas a experiência só vem com a prática”, diz Thais.

O projeto permite que jovens conversem com jovens, com uma fluência mais natural. “Nós tam­bém crescemos muito com a troca de experiências. Será um projeto muito enriquecedor”, finaliza Fili­pe.

Eles já estão realizando pa­lestras para adolescentes e tam­bém estão abertos para empresas já sólidas que queiram trabalhar com inovação.