Jovens empreendedores de Campo Largo falam sobre realizar investimentos baseados na inovação e no digital.
Quando pensa em business e mundo corporativo, é comum imaginar pessoas mais velhas à frente, mas os jovens Filipe Solevicz (23) e Thais Gomes (21) estão tentando mudar esse paradigma. Eles montaram há um ano uma startup voltada ao Design Gráfico e publicidade, que busca fazer especialmente trabalhos na modelagem freelancer.
“Nós não somos da área, eu me formei recentemente em Engenharia Civil e ela estuda Engenharia da Produção, mas eu sempre gostei de desenhar e estudar sobre Marketing Digital. Assim, estamos aplicando nossos conhecimentos em nossa empresa, buscando sempre estar atualizado e repassar novidades aos clientes. Nós trabalhamos com freelancer, pois é uma tendência hoje no mercado, especialmente para pequenas empresas, que muitas vezes não dispõem de orçamento para montar uma equipe específica para isso”, diz Filipe.
Segundo os jovens empreendedores, o maior desafio ainda é a organização e a aplicação da teoria na prática. Eles contam que dentro do ramo em que atuam, o Marketing Digital, tudo é muito rápido e é preciso sempre estar muito bem atualizado, fazendo leituras diárias de conteúdos disponibilizados na rede.
Outro desafio é conseguir se estabelecer, tornando aquela empresa como sua única fonte de renda. “Empresários se dedicam inteiramente ao seu trabalho, foi isso que aprendemos conversando com pessoas mais experientes. Você não pode ter um negócio apenas como sua fonte de renda extra. É preciso entender como tudo funciona e buscar um nicho de atuação. Nós ainda somos muito novos perante a sociedade e trabalhamos com home working, o que ainda causa estranheza em algumas pessoas. Tentamos mudar isso mostrando nosso trabalho e compromisso, além de sempre enviar portifólio e referências”, aconselha Thais.
Nos planos a longo prazo, pretendem criar uma startup envolvendo as Engenharias, principalmente viabilizando projetos de construção civil para rendas mais baixas e otimizando processos.
Aceitação da família
Maior que o desafio de enfrentar os “preconceitos da sociedade”, é conseguir a aceitação da família. “Iniciamos a startup quando eu estava na reta final da faculdade. Fiz estágio por dois anos em um lugar e todos já trabalhavam com a possibilidade do meu estágio se tornar efetivo. Foi quando eu resolvi sair, para me dedicar ao meu negócio. Apesar de ser um estágio ainda, meus pais demoraram para aceitar a minha decisão. Eles encaravam que a minha startup seria apenas uma renda extra, e era o que eu não queria. Eu queria ser empresário”, relembra Filipe.
Para Thaís, a geração em que os dois estão inseridos consegue trabalhar melhor com a ideia de não ter um emprego fixo, com carteira assinada. “Todo mundo começa com um pequeno negócio e vai crescendo. Uma grande parcela das startups que iniciam fecham porque é preciso entender que a dedicação e o conhecimento são a base para uma empresa sólida. O desafio é mostrar que é possível ter estabilidade financeira por outros meios que não são os tradicionais”, completa Thais
Experiência que já conta
Os empreendedores contam que o networking, ou a troca de experiências, é sempre válida, o que os fez criar um novo projeto, para incentivar a juventude a se tornar empresária. O SEED, que tem significado duplo, o primeiro é “Seu Empreendedorismo em Desenvolvimento”, e outro é semente em inglês.
A iniciativa consiste em dar palestras e fazer troca de experiências a fim de fomentar o lado empreendedor de jovens adolescentes, que ainda estão no Ensino Médio. “Essa é uma fase de incertezas, que não sabemos o que queremos fazer ainda, nossa intenção é mostrar que existe algo além de uma faculdade. Ela é importante para conseguir conhecimento técnico, mas a experiência só vem com a prática”, diz Thais.
O projeto permite que jovens conversem com jovens, com uma fluência mais natural. “Nós também crescemos muito com a troca de experiências. Será um projeto muito enriquecedor”, finaliza Filipe.
Eles já estão realizando palestras para adolescentes e também estão abertos para empresas já sólidas que queiram trabalhar com inovação.