Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 03:50:39
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Maior eclipse total da Lua do século 21 ocorre nesta sexta

Olhar para o céu no início da noite de amanhã (27) será um convite obrigatório. A par­tir das 16h30 começa o eclip­se lunar mais longo do século 21, que deve durar cerca de uma hora e 43 minut

Maior eclipse total da Lua do século 21 ocorre nesta sexta

Olhar para o céu no início da noite de amanhã (27) será um convite obrigatório. A par­tir das 16h30 começa o eclip­se lunar mais longo do século 21, que deve durar cerca de uma hora e 43 minutos. Em quase todo o planeta será possível acompanhar o fenô­meno que, geralmente, ocor­re duas vezes por ano, com um tempo de duração de 60 a 80 minutos, podendo durar até muito menos. Em 2015, por exemplo, a cobertura to­tal da Lua durou apenas 12 minutos.

“Agora a Lua vai atraves­sar bem no centro da sombra da Terra”, explicou a pesqui­sadora Josina Nascimento, do Observatório Nacional. E é por isso que vai demorar mais tempo até que ela vol­te a aparecer. Mas, no Brasil, essa fase do eclipse não será visível pelo período integral de 104 minutos. “Toda a par­te leste do Brasil vai ver a Lua nascer já durante o eclipse to­tal. Dependendo do lugar, no Rio de Janeiro, por exemplo, a Lua vai nascer 17h26, quan­do o céu ainda estará claro. Por volta de 18h13, fica mais visível e é quando começa o eclipse parcial [quando a Lua começa a sair da sombra da Terra]”, afirmou.

O eclipse da Lua aconte­ce quando o Sol, Terra e Lua ficam alinhados nesta ordem. O Sol, iluminando a Terra, faz uma sombra no espaço em duas partes: a penumbra, que ainda revela raios do Sol, e a umbra que não recebe qual­quer feixe de luz. “Quando a Lua, caminhando em torno da Terra, penetra totalmente na sombra escura temos o eclip­se total”, completou a pesqui­sadora.

No Brasil, em toda a parte leste do país, a Lua já vai nas­cer na fase total do eclipse, fase que termina às 18h13, no horário de Brasília. A partir desse horário, a Lua começa a sair da sombra mais escu­ra da Terra [umbra], iniciando o eclipse parcial, que dura até 19h19. O fenômeno completo, que inclui a fase penumbral do eclipse, termina às 20h29. Se­gundo Josina, o eclipse total será visto por toda as regiões Sul, Sudeste e Nordeste. “O Centro-Oeste e parte da Re­gião Norte verá o eclipse par­cial e a parte mais a oeste da Região Norte verá somente o eclipse penumbral”, disse.

Se o tempo do fenômeno já carrega um grau de ineditis­mo, o espetáculo promete ser ainda maior pelas cores com as quais a Lua despontará no horizonte: um efeito laran­ja avermelhado que dá nome à Lua de Sangue, provocado durante o eclipse total.

“Depois que o sol se põe você tem a tonalidade do ho­rizonte avermelhado que é causado pelos raios de sol passando pela atmosfera. Ou seja, mesmo sem ver o sol, ainda recebe um pouco dessa luz. Os tons vermelhos são os menos filtrados e acabam se destacando mais. O mesmo acontece no eclipse total da Lua. Quando está totalmen­te na umbra [sombra mais es­cura da Terra] fica totalmente escura mas ainda chega à Lua os raios solares que pas­sam pela atmosfera da Terra. Passam os mais próximos do vermelho e ela fica com essa tonalidade”, explicou a pes­quisadora.

O show celeste ainda pro­mete a maior visibilidade de planetas que estarão na mes­ma linha. Marte, sem dúvida, merecerá o destaque por es­tar, desde o início do ano, em máxima brilhância, se des­tacando como um ponto ver­melho ao lado da Lua. O pico desse efeito está previsto para o dia 3 de agosto, mas já é impossível ignorar a presen­ça desse planeta visto a olhos nus. “Júpiter também estará no alto. Vênus está a oeste e Saturno estará entre Marte e Júpiter, na mesma linha, tam­bém muito brilhante mas me­nos que Marte.”