A cadeira é feita sob medida para Francisco, com assento em gel, para proteger a pele das escaras, e foi orçada em R$ 10 mil, dinheiro arrecadado pelo site em sete dias.
A história do pequeno Francisco Fiaukovski, de 06 anos, ficou conhecida em toda a cidade por meio das redes sociais na última semana. Uma amiga da família criou uma Vakinha para angariar fundos e comprar uma cadeira de rodas adaptada para que ele tivesse uma melhor qualidade de vida.
A Folha de Campo Largo conversou com a mãe do menino, Maria Rita Fiaukovski, que contou um pouco da história dele. “Francisco foi diagnosticado com mielomeningocele e hidrocefalia no quinto mês de gestação e nós não tínhamos nenhum conhecimento sobre a doença, tivemos que ter coragem e enfrentar o desconhecido. Começamos a ser acompanhados pelo médico que realizaria a cirurgia dele no pós-parto a partir de fevereiro, ele nasceu em abril. Realizou sua primeira cirurgia na coluna para a correção da mielo uma hora após o nascimento. Em um período de seis meses fez sete trocas de válvula.”
Segundo a descrição da história de Francisco no site Vakinha, “uma das sequelas da mielomeningocele é a bexiga neurogênica, por isso ele precisa do uso de fraldas e medicamento, tem crise convulsiva, a qual ele controla com tratamento de medicamentos de uso contínuo”. A mãe relata que desde bebê, Francisco frequenta terapias multidisciplinares, com fisioterapeuta, fonoaudióloga, musicoterapeuta, entre outros.
“Nós levávamos ele em uma clínica do Estado, na qual ele recebia um atendimento de primeira, com vários profissionais. Ficou lá por dois anos, mas no entendimento do Estado foi suficiente para a estimulação dele, o que não era verdade. Tentamos fazer pelo plano de saúde, mas não era a mesma coisa. Foi quando eu, conversando com outras mães, decidi entrar com uma liminar para garantir o tratamento de qualidade para ele. Hoje ele está sendo amparado por excelentes profissionais, tudo pela liminar. Somente a fono e a musicoterapia são feitas com profissionais escolhidas por nós por causa do vínculo afetivo que ele já havia criado com elas”, diz.
Com a série de tratamentos que Francisco é submetido, a mãe já percebe muitas evoluções. “Lembro que o médico falou para mim que o mais importante era ele saber falar. Antes ele não falava nada, agora já conseguimos entender a maioria das coisas que ele nos conta. O que a gente não entende, ele dá um jeito de explicar de outra forma. Sempre estivemos incentivando e trabalhando a marcha, percebemos muitos avanços embora uma grande dificuldade motora de membros inferiores, a fraqueza muscular é grande. Conseguimos que ele realizasse a marcha para pequenas distâncias com o auxílio de andador e ortese”, retrata Maria Rita.
A roda Azul
Até pouco tempo atrás, o meio de locomoção era engatinhando, no colo ou no carrinho de bebê, o que limitava bastante sua independência. “Ele começou a perceber que outras crianças que fazem os estímulos também na mesma clínica usavam cadeira de rodas. Ele ficava falando que queria uma ‘roda azul’, mas nós não conseguíamos entender. A fisioterapeuta então entendeu que ele queria a cadeira de rodas. Colocamos ele em uma emprestada, para fazer um teste e ele dominou o funcionamento. Deu para perceber que era tudo o que ele queria e precisava, melhorou muito a autoestima dele. O médico e a fisioterapeuta então fizeram a receita para a compra”, relembra a mãe.
A cadeira é feita sob medida para Francisco, com assento em gel, para proteger a pele das escaras, foi orçada em R$ 10 mil, dinheiro arrecadado pelo site em sete dias. “Por enquanto ele está usando uma cadeira de rodas emprestada, até setembro. Depois vamos alugar outra, porque não temos como tirar essa liberdade que ele ganhou. A cadeira dele leva 90 dias para ficar pronta”, diz Maria Rita.
Agradecimento é a palavra da vez desses pais. “Nós primeiramente agradecemos a Deus, pelo amor que Ele tem por nós. Depois agradecemos muito a todos os amigos que compraram a causa e irão proporcionar uma qualidade de vida ao Francisco. Essa campanha nos mostrou o quanto somos amados primeiramente por Deus e depois pelos nossos amigos, que são presentes dEle em nossas vidas e aos que não nos conhecem mas que exerceram o mandamento de Deus, amando o próximo. Nosso muito obrigada, de todo o coração. Que vocês sejam muito abençoados”, finalizou.