Embora a Secretaria de Desenvolvimento Social afirme que não há o que temer
e que há reforço de patrulhamento da GM, moradores relatam insegurança
Moradores das regiões do Águas Claras e do Jardim Meliane procuraram a Folha de Campo Largo para relatar uma sensação de insegurança, após a mudança da Casa de Passagem das Populares para aquela região. Segundo os próprios moradores, aquela área já possui um número preocupante de ocorrências e eles temem que esse número aumente.
A instalação da Casa de Passagem no local é provisória e deve permanecer até o final do mês de agosto, quando o frio fica mais ameno, conforme explica a secretária de Desenvolvimento Social, Zeila Plath. “O albergue funciona das 19h às 7h. As pessoas que utilizam este serviço passam antes pelo atendimento do Centro Pop, onde são identificadas, bem como é realizada a inserção nos serviços. Posteriormente vão até o abrigo, onde podem fazer a higiene pessoal, recebem roupas limpas (oriundas de doação de terceiros junto à Prefeitura), recebem alimentação e são encaminhadas para o alojamento onde passam a noite.”
A Casa de Passagem atende uma média de 22 pessoas por dia, chegando a atender 27 no máximo em dias de frio mais intenso. A capacidade é para 30 pessoas em situação de rua. Em sua maioria, o público atendido é formado por jovens, adultos, idosos e famílias que utilizam as ruas como espaço de moradia e/ou sobrevivência, com vínculos familiares e comunitários fragilizados ou rompidos. A Secretaria esclarece ainda que as crianças e adolescentes podem ser atendidos pelo Serviço somente quando estiverem em situação de rua acompanhados de familiar ou pessoa responsável.
Ao contrário do que se tem comentado na região, nenhuma medida dessas é realizada no Cras que existe nos bairros do Jardim Meliane, Ferraria e Rivabem, todos os procedimentos estão sendo realizados no Centro de Integração ao Menor (Cime). As crianças que fazem parte dos programas ofertados no local, foram realocadas para realizar suas atividades em outro prédio, podendo ter um melhor aproveitamento.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, não compete aos serviços sociais obrigar a pessoa a aceitar os serviços ofertados, obrigá-la a sair do local onde esta se encontra, retirar os pertences, que se encontram em espaço público, sem expressa permissão da pessoa, reter documentos pessoais, realizar investigação com o intuito de saber os antecedentes criminais e atender crianças e adolescentes, desacompanhados de seus responsáveis. “No município de Campo Largo, são atendidos no Centro Pop, em média, 100 usuários por mês, entre cadastros novos e antigos. Como o município está localizado em uma área de passagem (interior do PR – capital – litoral) e também está muito próximo a Curitiba, as pessoas que estão em situação de rua acabam permanecendo no município por um tempo maior, especialmente por receberem ajuda da população, tais como doações em dinheiro, alimentos e materiais”, diz Zeila.
Segundo ela, pessoas que quiserem contribuir, realizando doações de roupas, cobertores e calçados, podem se dirigir à Secretaria de Desenvolvimento Social, no Bloco 1 da Prefeitura Municipal, e informar que deseja realizar a doação. Para pedidos de abordagem social, basta o cidadão entrar em contato com o 156, serviço de ouvidoria do município, ou pelo telefone do Centro Pop 3392-1763.
Desde o início do ano, o Centro Pop já realizou 21 realocamentos de pessoas que estavam em situação de rua de volta às suas famílias, para suas cidades de origem.
Abordagem social
Outro recurso disponibilizado é a Abordagem Social, executada pelo Creas (Centro de Referencia Especializado da Assistência Social). “É realizada por uma equipe de orientadores sociais, os quais são responsáveis pela identificação de indivíduos e famílias que encontram-se em situação de risco pessoal e social pelas ruas, praças, esquinas, marquises e espaços públicos municipais. Este serviço público pauta-se na garantia da atenção às necessidades imediatas das pessoas atendidas, incluindo-as na rede de Serviços Socioassistenciais existentes na rede de proteção social municipal e nas demais políticas públicas, na perspectiva da garantia e acesso dos seus direitos”, explica a secretária.
Zeila orienta que o serviço do CREAS é feito de segunda a sexta das 8h às 11h30 e das 13h às 17h, podendo ser solicitado por meio do telefone 3291-5124.
Patrulhamento
De acordo com o Comandante Cordeiro, responsável pela Guarda Municipal, na região onde está instalada a Casa de Passagem não acontecem muitas ocorrências e o patrulhamento na área foi intensificado com a instalação temporária do serviço. “É feito um documento, pelo Inspetor Operacional, com todo o planejamento de áreas de patrulhamento preventivo, na qual é elencado tudo o que o GM deve fazer, a área que ele deve patrulhar, procedimentos como entrada e saída de escolas e a qualquer momento pode ser acionada na central, para verificar casos que envolvam pessoas suspeitas. O bairro Águas Claras e o Jardim Meliane estão sempre no nosso roteiro. O que acontece muito é das pessoas relatarem que não viram a viatura passar, mas acabam passando o dia todo fora, ou mesmo à noite ou madrugada, não nos vê passar”, explica.
Por conta da mudança da Casa de Passagem, todos os dias a GM vai até a região para fazer patrulhamento, até mesmo para auxiliar no atendimento dessas pessoas, não chega a passar a noite no local, mas durante o tempo do serviço social o patrulhamento está intensificado.