Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 03:30:05
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Mudança na Casa de Passagem causa sensação de insegurança aos moradores

Embora a Secretaria de Desenvolvimento Social afirme que não há o que temer
e que há reforço de patrulhamento da GM, moradores relatam insegurança

Mudança na Casa de Passagem causa sensação de insegurança aos moradores

Moradores das regiões do Águas Claras e do Jardim Meliane pro­curaram a Folha de Campo Lar­go para relatar uma sensação de insegurança, após a mudança da Casa de Passagem das Populares para aquela região. Segundo os próprios moradores, aquela área já possui um número preocupante de ocorrências e eles temem que esse número aumente.

A instalação da Casa de Pas­sagem no local é provisória e deve permanecer até o final do mês de agosto, quando o frio fica mais ameno, conforme explica a se­cretária de Desenvolvimento So­cial, Zeila Plath. “O albergue fun­ciona das 19h às 7h. As pessoas que utilizam este serviço passam antes pelo atendimento do Centro Pop, onde são identificadas, bem como é realizada a inserção nos serviços. Posteriormente vão até o abrigo, onde podem fazer a higie­ne pessoal, recebem roupas lim­pas (oriundas de doação de ter­ceiros junto à Prefeitura), recebem alimentação e são encaminhadas para o alojamento onde passam a noite.”

A Casa de Passagem atende uma média de 22 pessoas por dia, chegando a atender 27 no máxi­mo em dias de frio mais intenso. A capacidade é para 30 pessoas em situação de rua. Em sua maioria, o público atendido é formado por jovens, adultos, idosos e famílias que utilizam as ruas como espa­ço de moradia e/ou sobrevivência, com vínculos familiares e comuni­tários fragilizados ou rompidos. A Secretaria esclarece ainda que as crianças e adolescentes podem ser atendidos pelo Serviço so­mente quando estiverem em situ­ação de rua acompanhados de fa­miliar ou pessoa responsável.

Ao contrário do que se tem comentado na região, nenhuma medida dessas é realizada no Cras que existe nos bairros do Jardim Meliane, Ferraria e Riva­bem, todos os procedimentos es­tão sendo realizados no Centro de Integração ao Menor (Cime). As crianças que fazem parte dos pro­gramas ofertados no local, foram realocadas para realizar suas ati­vidades em outro prédio, podendo ter um melhor aproveitamento.

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, não compete aos serviços sociais obri­gar a pessoa a aceitar os servi­ços ofertados, obrigá-la a sair do local onde esta se encontra, re­tirar os pertences, que se encon­tram em espaço público, sem ex­pressa permissão da pessoa, reter documentos pessoais, realizar in­vestigação com o intuito de saber os antecedentes criminais e aten­der crianças e adolescentes, de­sacompanhados de seus respon­sáveis. “No município de Campo Largo, são atendidos no Centro Pop, em média, 100 usuários por mês, entre cadastros novos e an­tigos. Como o município está loca­lizado em uma área de passagem (interior do PR – capital – litoral) e também está muito próximo a Curi­tiba, as pessoas que estão em si­tuação de rua acabam permane­cendo no município por um tempo maior, especialmente por recebe­rem ajuda da população, tais como doações em dinheiro, alimentos e materiais”, diz Zeila.

Segundo ela, pessoas que quiserem contribuir, realizan­do doações de roupas, coberto­res e calçados, podem se dirigir à Secretaria de Desenvolvimen­to Social, no Bloco 1 da Prefeitu­ra Municipal, e informar que dese­ja realizar a doação. Para pedidos de abordagem social, basta o ci­dadão entrar em contato com o 156, serviço de ouvidoria do mu­nicípio, ou pelo telefone do Centro Pop 3392-1763.

Desde o início do ano, o Centro Pop já realizou 21 realo­camentos de pessoas que esta­vam em situação de rua de volta às suas famílias, para suas cida­des de origem.

Abordagem social

Outro recurso disponibiliza­do é a Abordagem Social, executa­da pelo Creas (Centro de Referen­cia Especializado da Assistência Social). “É realizada por uma equi­pe de orientadores sociais, os quais são responsáveis pela identificação de indivíduos e famílias que encon­tram-se em situação de risco pes­soal e social pelas ruas, praças, esquinas, marquises e espaços pú­blicos municipais. Este serviço pú­blico pauta-se na garantia da aten­ção às necessidades imediatas das pessoas atendidas, incluindo-as na rede de Serviços Socioassistenciais existentes na rede de proteção so­cial municipal e nas demais políticas públicas, na perspectiva da garantia e acesso dos seus direitos”, explica a secretária.

Zeila orienta que o serviço do CREAS é feito de segunda a sex­ta das 8h às 11h30 e das 13h às 17h, podendo ser solicitado por meio do telefone 3291-5124.

Patrulhamento

De acordo com o Comandan­te Cordeiro, responsável pela Guar­da Municipal, na região onde está instalada a Casa de Passagem não acontecem muitas ocorrências e o patrulhamento na área foi intensifi­cado com a instalação temporária do serviço. “É feito um documento, pelo Inspetor Operacional, com todo o planejamento de áreas de patru­lhamento preventivo, na qual é elen­cado tudo o que o GM deve fazer, a área que ele deve patrulhar, pro­cedimentos como entrada e saída de escolas e a qualquer momento pode ser acionada na central, para verificar casos que envolvam pesso­as suspeitas. O bairro Águas Claras e o Jardim Meliane estão sempre no nosso roteiro. O que acontece mui­to é das pessoas relatarem que não viram a viatura passar, mas acabam passando o dia todo fora, ou mes­mo à noite ou madrugada, não nos vê passar”, explica.

Por conta da mudança da Casa de Passagem, todos os dias a GM vai até a região para fazer patrulhamento, até mesmo para auxiliar no atendimento dessas pessoas, não chega a passar a noite no local, mas durante o tem­po do serviço social o patrulha­mento está intensificado.