Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 04:27:19
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Jovens campo-larguenses estão cada vez mais cedo se preocupando com emprego

O Projeto Gerar atua em Campo Largo e já existe há 15 anos. Na semana passada inaugurou sua nova sede, e agora está junto ao campo do Internacional. Atualmente atende cerca de 120 alunos, aos quais oportuniza a chance de trabalh

Jovens campo-larguenses estão cada vez mais cedo se preocupando com emprego

As filas foram trocadas por cadastros digitais, onde muitas vezes não é possível mensurar a quantidade de jovens à espera de uma vaga como Aprendiz Legal para conseguir uma experiência e assim facilitar a sua entrada no mercado de trabalho.

Na última sexta-feira (13) foi comemorado o Dia do Jovem e os dados referentes ao emprego para eles ainda são bastante preocupantes. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 35% do número de desempregados em todo o mundo possuem a faixa etária de 18 a 24 anos, considerados na juventude. No Brasil, a faixa etária entre 14 e 17 anos é de 39% e da faixa etária de 18 a 24 anos é de 25,3% no número de desocupados. O levantamento foi realizado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada em março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Projeto Gerar atua em Campo Largo e já existe há 15 anos. Na semana passada inaugurou sua nova sede, e agora está junto ao campo do Internacional. Atualmente atende cerca de 120 alunos, aos quais oportuniza a chance de trabalhar em grandes empresas instaladas em Campo Largo, como na Famiglia Zanlorenzi, Incepa, Germer, Caterpillar, Eurotec, entre outras.

A instituição é focada em oportunizar experiência aos jovens de 14 a 24 anos, que estejam estudando, já tenham concluído o Ensino Médio ou estejam na graduação – como gostam de dizer, ‘só não pode estar parado’. A instituição é inclusiva e abre também espaço para Pessoa com Deficiência. As inscrições devem ser feitas nos sites, ou a própria empresa entra em contato com a Gerar após receber currículo de candidatos às vagas de Aprendizes.

O diferencial é que a instituição oferece um curso ao longo dos 11 meses de contrato, em que o jovem deve participar uma vez na semana. As cargas horárias podem variar entre quatro e seis horas – depende da empresa, função e idade -, e além do salário, muitos recebem benefícios. São disponibilizados cursos de Administração, Logística, Comércio e Varejo, Ocupações Administrativas e Produção. Após o término do contrato, o jovem recebe uma certificação do curso e pode ser efetivado pela empresa que o contratou.

Relatos e mudanças de vida

“O melhor de trabalhar aqui é poder acompanhar todos os passos deles. Eles entram aqui de um jeito e saem completamente diferentes de quando entraram. Eles mudam a forma de como se comportam, mudam a comunicação, mudam os relacionamentos, aprendem a administrar o seu dinheiro, conseguem ajudar com as despesas de casa. Temos alunos que a partir da sua passagem aqui conseguiram inclusive pagar a sua faculdade. Isso é extremamente gratificante”, conta a professora Andrea Bonato.

A Folha de Campo Largo conversou com alguns alunos da instituição para saber o que mudou após começarem a trabalhar. Acson Liberato, 20 anos, é aprendiz da Stival Alimentos, no setor de RH, e também já trabalhou na Incepa, no mesmo setor, como aprendiz e diz que quando o jovem quer entrar no mercado de trabalho, ou consegue uma vaga, muitas vezes não consegue dimensionar a responsabilidade, fica ansioso, assustado. “O jovem precisa de um apoio e foi isso que eu encontrei aqui. Conquistei muitas coisas, como minha carteira de motorista, consegui comprar dois veículos – o que eu me orgulho bastante -, mas sem dúvida o mais importante foi o conhecimento na área de RH, Segurança do Trabalho, entre outras. Conhecimento é algo que ninguém tira, você não deixa lá na empresa, leva com você e enriquece seu currículo.”

Fernanda de Farias, 16 anos, trabalha na Germer e conta que não conhecia o Gerar ainda . “Quando me chamaram para a entrevista eu conheci. Nós ficamos ansiosos porque é o primeiro emprego, não imagina muito o que é isso. Eu não tinha ideia de como agir na entrevista, na própria empresa, e eles me prepararam para isso. Eu vejo que adquiri muito conhecimento trabalhando e fazendo o curso, isso pode ser usado lá fora para conquistar outras vagas e até mesmo no meu curso superior no futuro.”

Já Sara Pereira, 18 anos, que trabalha na Porcelana Schmidt, diz que no início se sentiu um pouco deslocada, mas acabou gostando bastante do projeto. “Eu gosto muito da ligação entre o curso e a empresa, pois isso enriquece muito o conhecimento. Eu cresci tanto do lado pessoal, como profissional, isso já me ajudou inclusive a definir o curso de graduação que eu pretendo fazer, em qual caminho seguir.”

Wellington de Souza, de 19 anos, trabalha na Incepa e conta que conseguiu vencer a timidez por meio da oportunidade. “Eu melhorei muito a minha comunicação. Eu era muito tímido, tinha muita vergonha e aprendi como conversar com as pessoas. Isso com certeza irá refletir muito no meu futuro, pois uma pessoa tímida muitas vezes tem que lidar com o bloqueio, eu aprendi a administrar isso.”