Moradores da região de Bateias e Retiro entraram em contato com a Folha de Campo Largo para reclamar sobre as condições das estradas nessas regiões da cidade e também a sensação de abandono que sentem por parte dos administradores públicos.
Os moradores da região aproveitaram o feriado prolongado para roçar a região, pois havia muito mato, que acabava prejudicando até mesmo a passagem de veículos e colocava em risco os pedestres. A roçada aconteceu em toda a Rua Cezar Scarpin e pelo menos 12 moradores participaram da iniciativa, levando seus próprios equipamentos, como roçadeiras, foices, enxadas e cortadeiras.
Segundo os moradores, nunca foi feito pela Prefeitura qualquer trabalho de manutenção dessa natureza e o bairro apresenta também poucas calçadas. Outra questão abordada no relato é o ponto para que os alunos possam pegar o ônibus escolar. “Foram os próprios moradores que construíram esse ponto de ônibus para abrigar eles do tempo – sol forte e chuvas -, mas ainda assim é pouco. Em dias de chuva, por exemplo, os alunos ficam ali e acabam se molhando inteiros, pois é um local que alaga. Seria necessária uma grande quantidade de saibro para que isso fosse resolvido”, relata uma moradora.
Duas reclamações são da estrada do Retiro e da estrada que dá acesso aos antigos fornos da Polovi/Germer, na região de Bateias. “Estamos com dificuldade para acessar as nossas chácaras, por isso pedimos que a Prefeitura envie uma patrola para reparar as estradas. Os esgotos nas laterais das estradas estão entupidos. Nós moradores estamos tampando buraco com pau e saco de terra para podermos chegar em nossas propriedades”, diz o morador.
“É lamentável o estado em que chegamos. O descaso e a ausência do administrador público em atuar de forma regular na solução e manutenção das estradas é triste e preocupante. Nós, moradores, não ficaremos inertes diante deste descaso”, relatou outro morador.
Outro ponto abordado pelos moradores é a necessidade de instalar uma caçamba para a destinação do lixo. Como algumas chácaras da região não possuem a coleta em suas ruas, por serem locais particulares, muitos acabam tendo que deixar o lixo na rua principal. Os coletores colocados lá acabam não dando conta da grande quantidade de resíduos, e muitos precisam deixar pendurados em muros ou até mesmo no chão. Com isso, muitos cachorros são atraídos para o local e acabam espalhando o lixo por toda a rua. “Por várias vezes, nós, moradores, precisamos ir até a rua, juntar os lixos espalhados pelos animais, caso contrário a rua ficaria suja”, disse uma moradora.
Por ser uma região bastante retirada, há muitos relatos de abandono de animais, especialmente à noite. Uma pessoa relatou que é comum, ao amanhecer, encontrarem cães que foram deixados por seus donos na região.
Respostas
A Folha de Campo Largo entrou em contato com a Secretaria de Viação e Obras, que esclareceu que já estão sendo feitos trabalhos na região do Guabiroba, Felpudo, Retiro e Salgadinho. Segundo eles, as ruas da região estão boas para tráfego, o que precisa mesmo é de roçada, entretanto não há equipe para realizar este trabalho.
A equipe responsável esclarece ainda que próximo à ponte do Guabiroba o trabalho começou a ser realizado ainda na quinta-feira (05), para melhorias no local.
Durante toda esta semana, a equipe de Viação e Obras esteve atuando na região do Ferraria, consertando a estrada que liga a BR-277 até o Dona Fina, uma reivindicação antiga dos moradores e considerada emergencial. Atualmente, a secretaria trabalha com uma equipe de apenas 15 pessoas, na qual 10 estão trabalhando em asfalto e operação tapa buracos e cinco cuidam das pontes e bueiros.
Nesta semana, a equipe será remanejada para operação tapa buracos no Centro e nos bairros que a situação estiver sendo considerada crítica. Em junho duas empreiteiras começarão a trabalhar junto à secretaria, o que irá melhorar a distribuição de serviço e atendimento aos bairros.
Sobre a colocação das caçambas de lixo, a Prefeitura informou que já foram colocadas 40 caçambas no inteiror da cidade, entretanto, essa colocação depende de um cronograma elaborado para esse fim.
As denúncias sobre abandono de animais devem ser feitas por meio da Central 156 e o ideal é que o denunciante possua o maior número de informações possíveis. O abandono de animais é crime entendido pelo artigo 32 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, na qual diz “Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa”.