Há pouco mais de quatro anos, os campo-larguenses acompanhavam o desfecho da CPI da UPA na cidade, que denunciava irregularidades na construção da Unidade de Pronto Atendimento II (UPA), no bairro Populares Velha. Entretanto, no último dia 02 de março, o Ministério Público Federal divulgou o parecer dizendo que não havia grandes irregularidades na obra.
O processo foi apresentado ao Ministério Público Federal pelo engenheiro civil responsável pelo projeto na época, José Roberto Ribeiro Dias, que segundo relatou à Folha de Campo Largo se sentiu ofendido pela CPI instaurada na Câmara Municipal. Ele anexou no processo de investigação feito ao Ministério Público Federal toda a documentação necessária para o levantamento das possíveis irregularidades. Segundo o engenheiro, algumas irregularidades foram fruto de vandalismos que a obra acabou sofrendo ao longo da sua execução e após a entrega.
A UPA II começou a ser construída em 2009, e tinha o prazo máximo para colocar em funcionamento até março de 2014. A própria comissão contratou um engenheiro perito para avaliar os projetos e a execução da obra. Dentro das investigações, foram levantadas algumas irregularidades como gastos 25% a mais do que o valor previsto para as obras, serviços não necessários, não prestados, e já pagos, falta de Rede de Oxigênio nos ambulatórios, consultórios médicos sem janelas, falhas no projeto, falhas nas planilhas de licitação, sumiço do Boletim Diário das Obras e uso de materiais diferentes dos licitados.
Em conclusão, o Ministério Público Federal escreve que: “Por mais que a Comissão Parlamentar de Inquérito, em âmbito municipal, tenha apontado algumas irregularidades, estas são sanáveis e de natureza não gravosa, fatos que durante a construção de obras públicas são corriqueiros demandando atenção e fiscalização do poder público, in casu, da Prefeitura de Campo Largo – PR. [...] De fato, da análise do relatório final da CPI (fls. 561/568 do ANEXO IV), verifica-se que à falta de irregularidades relevante, a CPI apontou problemas tais como (fl. 567 do ANEXO IV): ‘fissuras superficiais’, ‘instalações de todas as saboneteiras sanitárias’, ‘venezianas de ar externo’, ‘ligações de água e luz’. Ocorre que a obra não estava concluída na data do relatório (março de 2014), como a própria comissão admitiu ao indicar a demora para a entrega da obra, tendo sugerido ao final a intimação da empresa construtora para realizar os ‘consertos dos defeitos’”.