Um propósito quando ecoa por meio de vários lábios pode ser mais facilmente ouvido se comparado a quando provem de uma pessoa somente. Organizar-se para lutar pelos mesmos objetivos é tão importante que existe até o Dia das Organizações Populares, comemorado no dia 03 de setembro. O dia é também para conscientizar as pessoas e estimular com que isso aconteça. É a união de pessoas que lutam por uma mesma causa, sempre para melhorar um contexto.
É uma luta voluntária e os integrantes precisam seguir algumas normas e padrões para que aconteça por vontade do coletivo e não individual. Dessa forma, as pessoas passam a ter mais voz e respeito diante de autoridades, pois já mostra que os assuntos foram discutidos e avaliados para se buscar as melhorias. Também porque as organizações representam um número maior de pessoas.
Um exemplo dessa união, que vem dando certo, é a promovida pelos moradores dos bairros São Vicente, Águas Claras, São Marcos e demais localidades próximas, a fim de cobrar melhorias na Rua Alcebíades Afonso Guimarães. Os moradores se uniram e há muito tempo reivindicam mais segurança e uma melhor infraestrutura para o local. Segundo eles, a região está crescendo muito e começou a ‘afogar’ a rua.
Na tarde desta terça-feira (27), os moradores estiveram em reunião com o prefeito Marcelo Puppi e demais autoridades para conseguir algum recurso ou obra para a região. Aproximadamente 10 pessoas participaram da reunião no Gabinete. Dentro dessa organização, além das associações de moradores, estão inclusos representantes religiosos, comerciantes e diretores de escola, por exemplo, com participação ativa dentro do grupo.
A reivindicação pela revitalização da Rua Alcebíades Afonso Guimarães já dura quase um ano – iniciou no mês de maio de 2017 -, e agora já está entre os projetos futuros da Prefeitura. “Ainda faltam alguns documentos para conseguir a liberação de uma verba do Paraná Urbano, conforme foi conversado com o prefeito na tarde desta terça-feira. Ele disse que talvez demore alguns meses para que ela efetivamente comece, mas irá contemplar um novo asfalto, calçadas e paisagismo. Nossa reivindicação é para que aquela região receba a atenção que merece, especialmente na melhoria de acesso. Com essa atitude mostramos que estamos prontos e dispostos a conversar, atentos e vigilantes quanto à fiscalização”, explicou um dos representantes dos moradores, Alexandre Deda, que também já foi ex-presidente da Associação de Moradores do São Vicente.
Alexandre acredita que essa organização também interfere no atendimento e atenção que os cidadãos recebem das autoridades. “Ontem fomos muito bem recebidos pelas autoridades. Eles nos ouviram e demonstraram interesse em realmente resolver a questão. Era um grupo de pessoas representando uma causa, isso faz com que tenha mais credibilidade mesmo na reivindicação. Demorou para termos um espaço, mas como não deixamos o assunto morrer, uma hora fomos atendidos”, diz.
A Prefeitura disse que ainda faltam estudos complementares para decidir qual será a readequação e confirmou que os recursos serão do Paraná Urbano. Por conta dessa decisão que depende de levantamento de dados e conversas com a população local, ainda não é possível mensurar uma data para início ou conclusão da obra.
Estuda-se realizar a pavimentação com asfalto e alargamento da rua, ou deixá-la em pista simples para no futuro transformá-la em mão única, entretanto, ainda nada foi decidido.
Outras organizações
Em geral, a cidade se mostra organizada, mas ainda é importante alinhar as pautas. Com frequência, a Folha de Campo Largo recebe reclamações de moradores referente a um mesmo assunto que acaba afetando várias outras pessoas. A união poderia fazer a diferença nesses casos.
Há bairros em que os vizinhos montaram grupos de vigilância pelo Whatsapp, ou que lutam há anos por uma melhoria em específico, como os moradores da Avenida Gralha Azul, na Ferraria, que há 18 anos esperam por um asfalto.
São mudanças difíceis, mas que não devem desmotivar os campo-larguenses para lutar por uma sociedade melhor.