Cônego Ivanir Leonardi fala sobre liberdade, amor e perdão. “Vingança é um sinal de fraqueza. Às vezes boas conversas são capazes de curar várias feridas. Perdoe ainda que o outro não venh
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”, Evangelho de João, capítulo 3, versículo 16. Essa é uma das semanas mais importantes para os cristãos, independente da religião praticada. Para os cristãos é o momento de redenção, quando Cristo se fez homem, veio à Terra para salvar a humanidade. Reflexão é o verbo que marca a Quaresma, Semana Santa e domingo de Páscoa.
O cônego Ivanir Leonardi, da Igreja Matriz Nossa Senhora da Piedade, explica que Jesus Cristo veio cumprir o que estava nas escrituras. “O primeiro verbo aqui é libertar. Liberdade tem uma importância tremenda na Bíblia Sagrada. Deus não nos impõe que nós O amemos, Ele não é um ditador. Desde a criação, Ele deu o livre-arbítrio para que pudéssemos escolher como conduzir as nossas vidas. Os conselhos dEle são sempre para a retidão, segundo Suas escrituras. Mesmo para sair do pecado, o homem jamais conseguiria sair sozinho, é sempre Deus que nos ajuda, mas é preciso permitir com que Ele nos ajude. Ele é um Deus de amor, que nos deu a libertação do pecado.”
O sacerdote segue explicando que esse foi o ponto alto da vida de Jesus. “Ele morreu por nós, para que pudéssemos ser salvos e morar com Ele, como seria no princípio. A vida precisa ser respeitada, amada e consagrada. É isso que Jesus veio nos ensinar quando andou no meio de nós, como humano. Ele passou por provações, passou por tentações, mas provou que quando está andando junto ao Pai Celestial, todas as outras coisas já não importam. Essa é a lição do amor”, diz o cônego.
Segundo o cônego, durante a vida de Jesus na Terra, Ele sempre falou com autoridade, mas jamais com autoritarismo. O exemplo sempre foi uma das mais marcantes características do caráter de Jesus. Ele fazia com que as pessoas enxergassem nEle os traços de um cristão verdadeiro, ensinando o caminho do amor, realizando primeiro o que era certo e ensinando depois. “Jesus nunca julgou ninguém aqui durante a sua passagem. Pelo contrário, Ele defendeu vários personagens bíblicos dos dedos apontados. Ele não era autoritário, pois pessoas autoritárias costumam levar uma vida contrária ao que impõe. Ele vivia o que pregava”, conta.
O perdão é a maior libertação do ser humano, segundo o sacerdote. Pesquisas científicas já comprovaram que o rancor e o ódio podem causar danos graves ao corpo físico e ao emocional de uma pessoa. “Perdoar é um dos gestos mais nobres que o ser humano pode ter.
Vingança é um sinal de fraqueza. Guardar o rancor e o ódio é como tomar um veneno e esperar que o outro saia ferido. Às vezes boas conversas são capazes de desfazer vários sentimentos, curar várias feridas. Perdoe ainda que o outro não venha te pedir perdão. Seu consciente irá agradecer da atitude”, aconselha.
Mas perdoar ainda é um desafio para o ser humano. “Orações pedindo orientação para como saber perdoar é o melhor conselho. Já imaginou quantas vezes Deus te perdoa todos os dias? Na Bíblia Sagrada há uma história em que alguém questiona Jesus em quantas vezes deve-se perdoar. Ele disse que são 70x7, mas não apenas as 490 vezes, muito mais. Perdão é um dos verbos mais importantes do cristão, junto ao verbo amar”, completa.
O cônego também diz que o perdão e o arrependimento sinceros não deixam as pessoas remoendo o que está acontecendo. “Perdão sincero limpa o coração e faz com que a pessoa esqueça aquilo, o popular virar a página”, diz.
Aleluia, alegria
A palavra Páscoa vem do hebraico “Pessach” e quer dizer passagem. O momento da Páscoa é a passagem para uma vida nova, momento de libertação do seu antigo “eu”, como diz o cônego. “Aleluia quer dizer alegria, e alegria é um dos ingredientes principais na vida do cristão. Alegre-se porque Jesus venceu a morte e com a graça dEle nós iremos vencê-la também”, acrescenta.
Confissões
Durante a semana passada, a Igreja Matriz recebeu 2.600 fiéis para confissão e precisou do auxílio de 12 padres para atender a todos. Foram 10 horas ininterruptas para atender a todos os campo-larguenses que compareceram à Igreja. Durante a Sexta-Feira Santa, o cônego irá realizar confissões das 6h às 9h e o Padre Anderson assume das 9h às 11h. O cônego relembra aos fiéis que essa data é dedicada à vigília e oração.