Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 06:24:58
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Adaptação às necessidades de idosos e pessoas com deficiência podem deixar a casa confortável

Adaptação às necessidades de idosos e pessoas com deficiência podem deixar a casa confortável

Nada como se sentir em casa, com autonomia e segurança que o lar proporciona. Por isso, é importante que casas em que residam pessoas já na terceira idade ou que apresentam mobilidade reduzida sejam adaptadas para atenderem a essas necessidades. É importante manter todos os utensílios acessíveis, escolher um tipo de piso antiderrapante, cuidados com a iluminação, entre outros pontos.

Pensando nisso, a Folha de Campo Largo conversou com as arquitetas Dayane e Marina Chemin, que instruíram algumas mudanças, cômodo a cômodo, que podem proporcionar uma melhor mobilidade dentro de casa. “É importante frisar que todo espaço destinado à pessoa com mobilidade reduzida ou mesmo com alguma deficiência deve proporcionar total autonomia ao seu usuário, do contrário seria um ambiente adaptado e não acessível. Devemos tornar os ambientes acessíveis. Construir um ambiente acessível desde o início da obra não chega a custar 5% a mais no valor total da obra, mas a reforma chega a custar mais de 25% a mais no valor da obra”, explica Dayane.

De forma geral, a orientação das profissionais é que o ideal para uma casa adaptada é que ela seja somente em um pavimento, livre de escadarias. Se ainda assim a casa for de dois ou mais andares é importante que tenha um quarto no térreo da casa, evitando assim que essas pessoas corram riscos de caírem nas escadas. “Caso necessite implantar uma rampa para vencer um desnível, lembre-se que a rampa deverá ter no máximo 8% de inclinação. Corredores largos são essenciais a eles. Cadeirantes ou pessoas com mobilidade reduzida precisam de no mínimo 90cm para se locomoverem sem se chocar com as paredes”, orienta Dayane.

A iluminação também é fator importante na hora de conseguir um bom resultado na adaptação. Temporizadores ajudam as pessoas a se orientarem à noite e luzes de emergência são eficazes quando há queda de distribuição de energia.

É importante evitar o uso de tapetes na casa, para evitar acidentes, como tropeços. Entretanto, caso o desejo de manter esse item de decoração, eles podem ser colados ao chão com fitas adesivas, conforme aconselham as profissionais.

Para as áreas externas, a preocupação envolve colocar pisos antiderrapantes e em locais com escadas procurar construir rampas de acesso e instalação de corrimãos, evitando quedas.

Escolhendo móveis

Os móveis também devem receber uma atenção especial. “A disposição dos móveis deverá proporcionar auto mobilidade aos seus usuários, de forma que consigam se movimentar e ter acesso a todos os cômodos da casa, é preciso prever o espaço de circulação da cadeira (1,5 metro x 1,5 metro é o mínimo para uma cadeira de rodas girar em seu próprio eixo)”, diz Dayane.

Nos dormitórios, é preferível usar móveis de cantos arredondados para evitar ferimentos. Outro ponto chave é optar por móveis com portas de correr, pois ocupam menos espaço e são mais práticos, em especial para os cadeirantes. “E o ideal é que a cama não seja encostada na parede para facilitar a transferência da pessoa para a cama. Escolha sempre estofados e colchões firmes que facilitam a pessoa a se levantar”, aconselham.

A cozinha e lavanderia devem receber a mesma atenção: “um bom projeto deve dar garantia de circulação segura, aproximação e alcance dos utensílios. O ideal é preferir móveis com cantos arredondados, e evitar armários altos. A bancada com vão livre de 0,73m permite o encaixe da cadeira de rodas. O melhor é utilizar cooktops elétricos, pois sem a presença do fogo na cocção, o trabalho torna-se mais seguro”, orientam.

Atenção especial com o banheiro

Um dos ambientes em que mais acontecem acidentes é no banheiro, por isso ele recebe uma atenção especial na hora do planejamento. Segundo as arquitetas, na NBR 9050 estão todas as orientações. “O piso do box por ficar sempre molhado deve-se escolher muito bem para não ficar escorregadio, a nossa dica é escolhermos piso esmaltado (sem ser polido), e até mesmo um piso antiderrapante, há várias opções no mercado hoje em dia. A instalação de barras de apoio dentro do box e próximo do vaso sanitário irá ajudar e muito. As barras devem atender à Norma 9050 da ABNT – que estabelece dimensões e resistência apropriadas. As barras devem ser inteiramente de aço inox, incluindo suportes e parafusos de fixação sextavados”, indicam.

Outras orientações incluem a instalação de espelhos com inclinação - por ficar permanentemente sentado, o cadeirante tem dificuldade de utilizar espelhos planos -, bancos articulados para banho, elevação para vaso sanitário e metais sanitários (torneiras, registros etc.) com sistema de acionamento diferenciado. “A entrada do box também deve se pensar muito bem, precisa ter uma abertura com largura de pelo menos 80cm, e evitar materiais que tenham risco de quebra (como vidro por exemplo). A porta de entrada do banheiro deverá ter largura mínima de 90cm, e com a abertura para fora do ambiente, para facilitar o acesso principalmente do cadeirante. A bancada da pia deverá ter altura livre embaixo de 73cm, sem a marcenaria embutida, para que o cadeirante possa chegar próximo da pia”, finaliza Dayane.