Participação da Polícia Militar de forma social na cidade é cada vez mais marcante, o que reforça o lado humanitário da profissão
São frequentes as notícias de que a 3ª Cia. do 17º Batalhão da Polícia Militar ajudou os cidadãos campo-larguenses. No último dia 19, por exemplo, a Folha de Campo Largo recebeu a informação de que os policiais haviam se juntado para comprar materiais didáticos para duas irmãs, que estavam sem ir para aula pela falta deles.
Em conversa com o Capitão Alves, responsável pelo comando da Companhia, ele explicou que esse modelo de Polícia Comunitária é espelhado no trabalho da polícia japonesa. “Antigamente a Polícia Militar ficava apenas atrás dos muros dos quartéis, tendo em vista os regimes que imperavam no país. Em 1994, foi criada a Polícia Comunitária, muito próximo do que já é feito em países como o Japão. Quando alguém se muda para o Japão, em menos de uma semana ela recebe a visita de um policial japonês, se colocando à disposição para qualquer eventual emergência. Essa aproximação do cidadão é de extrema importância para o policial e também para a sociedade, pois isso desmancha aquela visão de que a polícia prende, multa, apenas corrige”.
O Capitão afirma que é importante mostrar para a sociedade que o policial é parte dela também, que está inserido nas comunidades e está preparado para atender em qualquer situação, inclusive em alguns problemas sociais. “O policial vem da comunidade e uma das formas de se aproximar dela é realizando esse tipo de trabalho. Nós vemos hoje um grande número de crianças que têm vontade de seguir a carreira de policial, sempre quando veem a viatura cumprimentam. Nós tentamos ser os mais receptivos possível, tentando desmistificar aquela máxima do ‘se você não se comportar, vou chamar a polícia’. A polícia tem que ser vista como amiga, que protege e cuida. Se for uma pessoa boa, não haverá problemas com a polícia”, reforça o capitão.
A própria sociedade vai de encontro com a polícia para resolver algumas questões sociais. “A comunidade já entendeu o nosso propósito e muitas vezes nos procuram também para esse tipo de situação. Sejam pessoas, organizações ou instituições, principalmente escolas”, comenta.
A PM procura, primeiramente, ajuda dentro da sua própria corporação, pedindo contribuição ou doação vindas dos policiais, mas também entra em contato com empresários e parceiros da corporação para completar a ajuda. “As pessoas e empresas têm mais segurança quando ficam sabendo que a Polícia está ajudando, porque sabem que fazemos um trabalho sério, que realmente iremos entregar os donativos arrecadados. Contamos sempre com a presença dos policiais para realizar esse trabalho, assim passamos ainda mais credibilidade durante o processo”, ressalta.
Entrega
A entrega desses donativos também é feita de forma especial pela PM. Na maioria das vezes, os policiais explicam um pouco sobre o trabalho, deixam as crianças entrarem na viatura, falarem no rádio e tirarem suas dúvidas. O Capitão Alves reforça que a Polícia Militar está sempre disposta a atender escolas que queiram se aproximar ainda mais do trabalho desempenhado pela corporação.
Em grande parte das vezes, para a entrega são escalados os policiais que reportaram ao comando a necessidade de determinada família ou escola, junto com outros policiais. “Gostamos de escalar para essas entregas policiais femininas, que ainda são minoria em nosso efetivo. Assim, temos ali um ponto de referência para meninas também, que se espelham cada vez mais nas policiais. Também tem toda a parte afetiva, que é ainda mais marcante”, explica o Capitão.
No último dia 19 de fevereiro, a PM entregou material escolar para duas irmãs, moradoras do bairro Francisco Gorski, que frequentam o primeiro e o terceiro ano. Chegou aos policiais responsáveis pelo atendimento a informação de que elas não tinham começado a frequentar as aulas ainda por não possuírem material escolar. A Polícia Militar, junto com Edson Fales e mais empresários da região, juntaram um valor e conseguiram comprar os materiais, fazendo com que elas pudessem frequentar a escola no dia seguinte. “O mais importante é perceber que a Polícia Militar não é só para prender bandidos, multar, ou que é corrupta, que mata gente inocente, influenciados por notícias vindas do Rio de Janeiro, por exemplo. Em Campo Largo temos outra realidade de Polícia Militar, que além de proteger, tem a função assistencialista também”, finaliza o Capitão.