Especialista em Marketing Pessoal dá dicas para quem irá participar de entrevistas de empregos, bem como conseguir manter um bom relacionamento depois de conquistá-lo
Marketing é a estratégia usada para vender uma ideia ou produto. Marketing Pessoal é saber como vender uma boa imagem, seja na sociedade em geral como também – e principalmente – em ambiente profissional.
A especialista em marketing pessoal e professora Andréa Bonato confirma essa evidente competição pela recolocação do mercado e reafirma a necessidade da evolução na carreira, momento em que os profissionais precisam investir em atualizações e qualificações constantes, visto o mercado competitivo e o aumento das exigências. “Todos já ouviram falar da frase ‘quem não é visto não é lembrado’. Hoje essa frase já não basta para o mercado, temos que conhecer quais são nossas qualidades, características e habilidades, quais são nossos pontos fortes e quais são os pontos fracos. As empresas querem saber o que estamos fazendo para melhorar os pontos fracos, o que será agregado, quais benefícios terão ao contratar.”
Qual mensagem estou passando?
Hoje, os concursos públicos atraem uma grande quantidade de candidatos, entretanto, em alguns são realizados, inclusive, entrevistas com familiares próximos e vizinhos, a fim de constatar comportamento. Por isso, é importante se preocupar também com a imagem que está sendo passada para essas pessoas.
“O marketing pessoal é a excelência nos esforços diários, nas atitudes, no modo de pensar e de se comportar. Ou seja, se não se relacionar bem com vizinhos e familiares, as organizações vão relacionar nossa postura negativa com uma possível postura que teríamos com os departamentos, clientes internos e externos, representantes ou fornecedores que terá que se relacionar diariamente dentro da organização. É preciso cuidar muito bem das redes de relacionamento”, orienta Andrea.
Outra peça chave é saber quais informações e assuntos podem ser passados ou conversados com colegas de trabalho. Entre os citados pela especialista, são indicados evitar fazer comentários imaturos sobre seus colegas e suas atividades, sobre departamentos ou até mesmo sobre a empresa, pois isso poderá se voltar contra o próprio colaborador.
Ela ressalta que em caso de reclamações sobre alguém ou departamento, deve sempre ser comunicado ao superior, de forma profissional e neutralidade. Não é indicado expor a vida pessoal.
As roupas também são uma eterna discussão. “Hoje temos muitas empresas liberais, porém o estilo pessoal ousado pode não ser adequado para alguns ambientes profissionais. É importante evitar roupas sensuais ou roupas de time, ser discreto sempre é o melhor. Devemos chamar atenção no ambiente profissional, não há dúvidas, mas que seja pelas qualidades de um trabalho bem desenvolvido”, aconselha.
A atenção também é válida para as expressões corporais. “O cansaço mental acontece, levantar para tomar um café ou lavar o rosto pode fazer a diferença para que a expressão de cansaço desapareça e, melhor, para sentir-se renovado. Outra questão relacionada à expressão corporal é manter o contato visual, que é necessário para manter a confiança. Uma fisionomia que passa tranquilidade é essencial, quanto maior for a calma, o semblante suave, maior será a ideia de confiança transmitida”, diz.
Cuidado com as redes sociais
Não é de hoje que as empresas consultam as redes sociais antes de contratar alguém. Informações de Facebook, Instagram, Twitter, Linkedin ou WhatsApp, como as fotos, os comentários, a posição política, o que se compartilha, os check-ins, são analisadas.
Por isso, Andrea aconselha a repensar antes de compartilhar algum conteúdo. Não é preciso mudar a essência da pessoa, apenas buscar se preservar.
O cuidado também é válido para pessoas que já estão empregadas, pois há muitos casos de pessoas que foram demitidas com base em publicações nas redes sociais.
Segunda chance
Andrea comenta sobre as pessoas que são ex-presidiárias, que cumpriram a pena e agora buscam entrar no mercado de trabalho. “No Estado do Paraná existe um Escritório Social para atender pessoas que saem do sistema prisional. Atualmente o Paraná é o segundo Estado a adotar essa iniciativa que faz parte de um projeto da Cidadania dos Presídios, do Conselho Nacional de Justiça. A intenção é que o ex-detento seja acompanhado, capacitado e se reintegre à sociedade. Para quebrar a barreira de preconceito ele deve mostrar que realmente mudou e que está aproveitando ao máximo as oportunidades oferecidas. Admitir que errou e que não quer repetir. É uma batalha árdua, porém é necessário para que a sociedade, a família e as organizações possam perceber realmente isso. É indispensável a contribuição da família, dos amigos e da sociedade como forma de apoio e incentivo, acompanhar para que ele não seja reincidente”, finaliza.