Entre as reações, estão o vermelhidão, queimação na região, sensação de ardência, podem fazer placas e bolhas, que podem durar horas ou dias
Bicho-cachorrinho, bicho-cabeludo, madorová, taturana e tantos outros nomes para as lagartas, animais invertebrados, encontrados especialmente nas épocas mais quentes, no verão. Futuramente, eles irão encasular e se tornar mariposas.
Essa é a breve explicação dada pela equipe da Vigilâcia Sanitária de Campo Largo às lagartas, que podem causar queimaduras em estágios leves, moderados e graves. A primeira recomendação é deixá-las em seu habitat natural e evitar matar sem motivo algum. “Essa é a fase larval das mariposas, uma das responsáveis pela polinização – assim como borboletas, abelhas e morcegos. Elas em geral vivem em colônias, nas árvores e levam de três a seis meses para encasularem”, conta a bióloga do município, Virginia Ramos.
“Depois de saírem do casulo, esses animais vivem entre uma semana até dois meses. Algumas espécies, inclusive, morrem em apenas 24 horas após a saída do casulo”, completa Mariana Boaron, estagiária de Biologia que auxilia na identificação desses animais.
O fato é as lagartas costumam ter veneno, que causa irritações bastante incômodas nas pessoas atingidas. “O veneno delas é produzido pelas glândulas dentro do corpo e são enviadas às cerdas, ‘os cabelinhos’ popularmente falando. Eles funcionam como agulhas e injetam esse veneno na pele”, explica Virginia.
Entre as reações, estão o vermelhidão, queimação na região, sensação de ardência, podem fazer placas e bolhas, que podem durar horas ou dias.
O diretor técnico do município, Dr. Carlos Rocha, explica que uma espécie pode provocar lesões mais graves e levar até a morte. “A Lonomia obliqua é a lagarta mais perigosa de todas. Ela pode fazer hemorragias e em casos extremos levar até insuficiência renal aguda. Por isso pedimos para que pessoas que tenham sofrido algum acidente com lagarta, leve junto ao pronto atendimento, preferencialmente viva ou em um vidro com álcool, para que possamos identificar. No caso dessa lagarta em específico, existe um soro especial para combater o seu veneno, o anti-lonomico ou Salon, que só é usado se há acidentes com ela.”
Caso o paciente não leve consigo a lagarta ou ela não seja identificada, são feitos exames de coagulação e o paciente é mantido em observação. Para tratamento são indicados pelo médico antialérgicos, corticóide, remédios para dor. Em caso de acidente, lavar com água e procurar atendimento médico imediatamente.
“É preciso ter bastante cuidado especialmente com crianças, idosos ou pessoas com comorbidades como problemas renais, hipertensão, diabetes, entre outros, pois nesses casos um acidente com uma lagarta da espécie Lonomia obliqua pode ser ainda mais perigoso”, adverte Dr. Carlos.
Não matem as lagartas!
Embora o susto ao se deparar com as lagartas, é importante reafirmar que não é preciso matá-las assim que vê-las. Segundo a bióloga Virginia, elas exercem um papel importante na natureza e a queda no número dessas espécies pode causar impacto ambiental.