As vendas de final de ano sempre foram muito esperadas pelo comércio, por se destacar entre todas as datas comemorativas do calendário brasileiro. Entretanto, com a crise econômica que vem devastando o país as vendas se tornaram mais difíceis. O ano de 2017, no tocante às vendas de final de ano, elas ficaram equiparadas às do ano anterior, vendendo um pouco melhor, deixando os comerciantes mais otimistas com o futuro da economia.

A Folha de Campo Largo foi até algumas lojas conversar com gerentes e proprietários que contaram um pouco da situação atual. Uma grande parte dos entrevistados relataram o crescimento das vendas à vista ou parcelado em cartão de crédito, buscando realizar sempre a compra em um número menor de parcelas e apontando um cliente menos interessado em realizar crediário direto com o comércio.

Nas Lojas Spack, por exemplo, o relato da gerência da loja mostra clientes mais preocupados em comprar roupas e calçados para usar no dia-a-dia, prevalecendo a escolha e pesquisa dos itens mais minuciosa. Na loja também há relato do aumento da procura por itens e presentes para o público masculino, o que acabou surpreendendo. “Itens da linha feminina, como em todos os anos, prevaleceu na hora da compra, mas ficamos surpresos com o aumento da procura no setor masculino. Era uma área que não tinha muita procura, comparado aos anos anteriores, mas que esse ano houve bastante saída”, disseram.

A maior saída de produtos femininos também se repetiu na Chamego. De acordo com a gerência da loja, a busca sempre é maior para mulheres, seja para uso diário ou para presentear. Há relato também de que o movimento foi maior se comparado ao ano passado, mas não somente no Natal, durante todo o mês de dezembro. “Ainda não fechamos o mês, pois ele ainda não acabou, mas tivemos uma grande movimentação durante dezembro inteiro. Foram vendidos mais presentes, pois a procura por trocas foi bem alta. Isso também anima a nós, pois quando o cliente vem realizar a troca pode acabar ficando com mais alguma coisa”, relata.

Na Chamego, diferente dos demais locais, a busca por crediário ainda foi bem significante. “Pessoas que gastaram um valor mais alto preferiram optar pelo crediário da loja. Sabemos que muitas pessoas ainda irão procurar a loja agora, depois das festas, pois existe esse perfil também de quem prefere buscar presentes depois dessas datas”, finaliza a gerência.

A Lojas Puppi também avaliou bem o movimento neste Natal. Para eles, depois da crise esse foi o melhor resultado desde 2013. “Destacamos que as vendas ocorreram de forma equilibrada em todos os setores da loja e não podemos nos queixar. Hoje 80% dos nossos clientes compram no cartão de crédito ou à vista e apenas 20% buscam o crediário da loja”, contam.

Também há loja que comemora o crescimento em 2017, como é o caso da Loja Produtiva. “Nós notamos um crescimento bem significativo durante todo o ano, não somente no Natal. Nesse ano pudemos inclusive gerar empregos temporários e aguardamos um bom movimento para o Ano Novo também. Apesar de ser uma loja especializada em roupas femininas, percebemos a movimentação de um público variado, que buscava presentes, roupas para festas ou para usar no dia-a-dia”, conta a gerente do estabelecimento.

A Acicla e o Sindivaregista declararam que ainda não realizaram um balanço oficial sobre os números do Natal 2017, pois a campanha finaliza somente em janeiro de 2018. Porém, é possível afirmar que o Natal foi superior ao do ano passado, mostrando uma recuperação da economia local, após medidas adotadas para essa movimentação por parte do Governo Federal.

Impostos sem fim

Apesar das vendas, os impostos ainda impedem a manutenção dos preços mais atraentes. A grande parte das lojas declarou que com a subida dos preços, ficou muito difícil não repassar nos produtos, o que deixa os preços menos atraentes.

Campanha de Natal

Houve um recorde de participações das lojas na Campanha de Natal deste ano, com mais de 100 locais participantes. As rasgadinhas distribuídas também surpreenderam os organizadores e ficou acima do projetado, necessitando que a Acicla encomendasse um lote extra das rasgadinhas. Isso demonstra que tanto os lojistas como os consumidores ficaram animados em participar da campanha.