Atitudes como pedir para que alguém recolha a correspondência ou panfletos deixados no portão colaboram para inibir ações criminosas. Conheça outras simples medidas de segurança
Sair para viajar exige bastante preparo. Seja para guardar dinheiro, arrumar as malas, separar comidas e alimentos, programação de destino, entre outros, mas o que não pode ser deixado de lado é a segurança da casa, para evitar transtornos na hora da chegada em casa.
O Sub-Comandante Arruda, da Guarda Municipal, conta que o descuido acontece mesmo em dias que os moradores estão em casa. “Quando estamos realizando rondas, percebemos que há muitos moradores que deixam portões, janelas e portas abertas quando estão em outros cômodos da casa, permitindo uma ação de pessoas mal-intencionadas. Elas poderiam entrar e furtar com facilidade. Às vezes chegamos a parar a viatura e instruir sobre cuidados que devem ser tomados.”
Quando sai de viagem, algumas atitudes de risco podem tornar a casa visada por marginais. “A atitude mais comum e que deveria ser deixada o quanto antes de lado pela população é deixar luz acesa. Seja da varanda, garagem ou algum cômodo, pessoas com más-intenções irão perceber que a luz se mantêm acesa mesmo de dia e interpretar que não há ninguém na residência. A saída é comprar uma foto-célula, que reconhece o anoitecer e amanhecer e apaga a luz assim que identifica a claridade. Há dispositivos mais elaborados que permitem o tempo que deseja de iluminação em ambientes. Isso dá a sensação que há alguém em casa e inibe a ação de marginais”, indica.
Os vizinhos podem ser aliados para inibir a ação. “Pedir para o vizinho acender ou apagar a luz da casa, abrir as cortinas durante o dia, até mesmo as janelas, desde que alguém fique lá por algum tempinho. É válido também pedir para colocar o carro na garagem, por exemplo”, recomenda.
Outra medida que pode chamar a atenção dos marginais é a presença de correspondência ou panfletos nos portões e caixas de correio. “Isso também irá depender da ajuda de alguém, mas marginais estão atentos aos portões das casas. Eles notam que não há pessoas em casa quando há acúmulo de panfletos de lojas e mercados presos nos portões. Se está ali é porque ninguém o tirou. Vale pedir para alguém retirar assim que perceber que foi deixado. O mesmo vale para entrega de jornais e revistas, que muitas vezes não cabem na caixa de correio”, diz.
As redes sociais, que anunciam viagens e mostram o local onde o proprietário da casa está, é hoje uma ferramenta utilizada para espionar e organizar crimes. “Não é possível você saber de 100% da índole dos seus contatos em redes sociais, por isso sempre procuramos recomendar que não sejam postadas fotos relacionadas à viagem quando se está fora de casa. Alguém pode se aproveitar dessa informação. Assim como avisar grupos de Whatsapp que está saindo viajar. Esse tipo de conversa se dissemina com facilidade e pode trazer algum tipo de prejuízo”, completa.
Por fim, uma dica importante é cortar a grama antes de sair de casa. “Nessa época de verão, as gramas e matos crescem muito rápido e denunciam um ‘abandono’ da casa. Por isso, uma recomendação é cortar a grama um dia antes de sair de viagem”, finaliza.
Aplicativo Alfred
Gratuito, eficaz e disponível para as plataformas Android e iOS, o Alfred – Home Security Surveillance IP Camera permite que o celular se transforme em uma câmera de segurança em tempo real. O programa é sincronizado pela conta Google com outro dispositivo e permite visualizar as cenas via acesso Wi-Fi, 3G e 4G. Na internet estão disponíveis tutoriais para a instalação, que é rápida e prática.
Existem opções para gravar o que está acontecendo, captar áudio do ambiente e até mesmo receber alertas sobre a presença de alguém naquele local. “É um aplicativo muito bom, que eu mesmo uso tanto em minha residência, como aqui na corporação. Isso faz com que você acompanhe de qualquer lugar o que acontece na sua casa e te faz passar férias mais tranquilas”, recomenda Arruda.
Olhos treinados, atenção redobrada
Cuidados nunca são demais, por isso o Sub-Comandante Arruda orienta a sempre ficar atento às proximidades das residências, ruas e até mesmo locais em que são frequentados. “É sempre importante avaliar a situação dos locais em que está chegando para verificar se não há risco de abordagens. Muitas vezes pode aparecer um veículo diferente, com placa de fora, motos paradas, pessoas caminhando pelo entorno. Eu procuro sempre entrar de ré na garagem, para não ter surpresas de abordagens. Sei que isso pode ser difícil para alguns motoristas, mas é uma saída”, orienta.
Perseguição também é algo que deve merecer atenção. “É importante estar atento aos espelhos, quando está no veículo, procurando, além de cuidar do trânsito, verificar se algum automóvel ou motocicleta não está seguindo até em casa. Caso seja identificada uma perseguição, deve-se dar uma volta na quadra. Se o veículo realizar a mesma volta que o motorista, é sinal que ele está mal-intencionado. Nesse caso vale a pena comunicar algum familiar, a Guarda Municipal ou a Polícia Militar, repassando todos os dados do veículo e, se possível, características do motorista, quantas pessoas há no veículo”, aconselha.
Mesmo ao andar pela rua exige certo cuidado. Algumas atitudes podem chamar a atenção de delituosos, como celulares e chaves a mostra, bolsas e mochilas abertas, andar com carteiras na mão.
“É possível perceber quando há alguém agindo com estranheza. Muitas vezes essas pessoas desviam olhares, gostam de disfarçar. Para, ao menos despistar, vale a pena fazer de conta que ligou para a Polícia e passou a descrição do indivíduo. Fale alto a roupa que ele está usando, características físicas marcantes, provavelmente se ele tem alguma intenção criminosa irá se evadir do local. Sempre que visualizar situações de risco, procure sair imediatamente dali.