Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 07:48:01
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Aumento de conselhos destinados às mulheres reforça a necessidade de proteção a elas

O botão do pânico, quando acionado, capta sons ambientes e imagens locais, que são repassadas
imediatamente ao setor de segurança, permitindo assim que a Guarda Municipal chegue ao local
Aumento de conselhos destinados às mulheres reforça a necessidade de proteção a elas

Aumentou em 975% o número de Conselhos Municipais de Direitos da Mulher em todo o Estado, segundo a Agência de Notícias do Paraná. Em Campo Largo, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher foi criado por intermédio da Lei 2725/15, quando houve a primeira Conferência Municipal dos Direitos da Mulher. Em sua composição estão cinco representantes governamentais e cinco não-governamentais, com poderes paritários, ou seja iguais. Entre os representantes não governamentais estão as ONGs, sindicatos, órgãos de classe, pastoral, associação de moradores, entre outros.

A advogada e membro do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Zeila Plath, explica que a atuação do Conselho é voltada para atender especialmente mulheres campo-larguenses, mas algumas de fora da cidade pedem orientações por não possuírem o órgão em seus respectivos municípios. “Atualmente estamos auxiliando a criação do conselho no município de Campo Magro. Quando se fala em direitos das mulheres, logo as pessoas pensam em violência de gênero, mas não é somente. A busca de apoio sempre vem em decorrência da violência doméstica, porém, trabalhamos a questão do empoderamento da mulher, envolvimento da mulher na política, solicitações junto ao Conselho da Saúde para trabalharem a questão do parto humanizado, a não violência obstétrica, prevenção ao suicídio, depressão pós-parto, além de requisições às secretarias diversas para realmente trabalharem a questão de políticas públicas efetivas para mulheres, com a criação de novas leis ou ainda efetivação das já existentes”, conta.

Zeila reforça que “a função primordial do conselho é deliberar, contribuir na normatização e fiscalizar políticas relativas aos direitos da mulher, propondo-se a ser um centro permanente de debates entre vários setores da sociedade”. A conselheira vê o aumento no número do Conselhos do Direito da Mulher como um grande aliado na disseminação da importância de assegurar direitos garantidos por Lei às mulheres, mas que podem não estar sendo cumpridos.

Segundo ela, as conselheiras têm promovido encontros e palestras junto à comunidade para tratar de diversos assuntos ligados aos direitos da mulher. “A demanda por palestras junto às empresas privadas têm crescido muito em todos os locais, e não somente em Campo Largo, e isso certamente é um crescimento e fortalecimento de nossos direitos. Tenho conversado e ministrado palestras sobre violência de gênero, empoderamento feminino, direitos das mulheres, feminismo, entre outros assuntos, com públicos diversos (homens, mulheres, trans, cisgêneros, empresas, religiões, crianças, jovens, adultos, idosos), em vários lugares, como escolas, empresas, academias, hospitais. Fico muito feliz em saber que sementes estão sendo lançadas e nossa luta tem se fortalecido, pois nos buscam para falar sobre esses assuntos”, ressalta.

Botão do pânico

Recentemente foi anunciada a criação de um botão do pânico para mulheres que estão sob proteção da Lei Maria Penha. Zeila destaca que a criação desse dispositivo é algo muito acertado e a implantação em Campo Largo representa um avanço para o município. “O dispositivo é imperceptível aos olhos do agressor, devido o modelo anatômico e como ele é orientado a ser utilizado. Quando acionado, começa a captar sons ambientes e imagens locais, que são repassadas imediatamente ao setor de segurança, dados que serão utilizados numa demanda processual. Salienta-se que a localização é enviada também ao setor de segurança, permitindo assim que mais rapidamente a Guarda Municipal chegue ao local resguardando a vida da mulher vítima. Por enquanto apenas 15 municípios paranaenses foram contemplados com esse convênio, e Campo Largo é um desses. O convenio está sendo firmado, tão logo se conclua essa fase, o botão será utilizado”, explica.

Para ela, o machismo ainda é figura presente na sociedade. “Um dos maiores erros cometidos por homens e mulheres é a culpabilização da vítima, sempre tentando encontrar uma desculpa para minimizar as agressões. Outro fator que fomenta esse tipo de julgamento é continuarmos disseminando piadas de cunhos machistas, e/ou vídeos em que expõe mulheres. Temos que trabalhar fortemente contra isso, para minimizar esse sentimento de inferiorização da mulher”, finaliza.