“Não se pode afirmar que ela morreu de tristeza, poderia ter depressão, sim, mas não que isso ocasionasse sua morte”, explica veterinária sobre a morte de Dory, cachorrinha da professora Ângela
Milhares de pessoas se comoveram com a história da cachorrinha Dory, que acabou falecendo no último domingo (26) supostamente de “saudade”, em um quadro de depressão. Ela pertencia à professora de matemática Ângela Ferreira Pires da Trindade, de 49 anos, que faleceu no dia 27 de outubro em decorrência de um aneurisma cerebral.
Entretanto, a Folha de Campo Largo conversou com o marido da professora, Moisés Lima Trindade, e com a médica veterinária Morgana Cardoso Pelim, que atendeu a cachorrinha quando ela passou mal, e que contaram o que realmente aconteceu com a Dory.
O marido da professora contou que Ângela tinha duas cachorrinhas e ambas começaram a sentir falta da dona quando ela ainda estava no hospital. “A Ângela acabou ficando internada durante oito dias antes de falecer e ambas já andavam pela casa procurando ela. Realmente ficaram estranhas, mais tristes e realmente sentindo a falta da Ângela. Isso aconteceu com a Dory e ainda acontece com a outra que está viva”, diz.
Elas eram realmente apegadas à dona, segundo relato, pois como Ângela trabalhava em casa estava sempre brincando com elas e enquanto trabalhava dava atenção às cachorrinhas.
Entretanto, Moisés nega informações divulgadas que a Dory estaria sem se alimentar ou que ficava cheirando as roupas da dona. “Isso não aconteceu, até porque elas não têm acesso às roupas da Ângela, é uma informação absurda. Era uma cachorrinha bem cuidada, vacinada, recebia alimentação de qualidade e acompanhamento médico veterinário sempre que necessário, assim como a outra que está conosco”, relembra.
Na noite em que Dory passou mal e teve uma convulsão, Moisés imediatamente levou-a até a Dra. Morgana, que a atendeu prontamente. “Ela já chegou em convulsão, desfalecida. Infelizmente não conseguimos reverter o quadro dela, ainda não tinha visto um cachorro não retornar de uma convulsão”, diz a médica veterinária.
“Não se pode afirmar que ela morreu de tristeza, poderia ter depressão, sim, mas não que isso ocasionasse sua morte. Ela teve uma lesão neurológica e constatamos que ela estava com a glicemia baixa, por meio do exame de sangue. Reafirmo que não é possível afirmar que foi de tristeza. Não foi realizado nenhum exame de necrópsia no animal para determinar sua morte”, enfatiza.
A outra cachorrinha foi levada até a clínica para um check-up e está com uma ótima saúde.
Depressão em cães
A Dra. Morgana explica que os cães podem desenvolver quadros de depressão, assim como os humanos. “Sempre que constatar que o animal não está se alimentando direito, está muito triste, não brinca mais, não recebe o dono quando ele chega e está ansioso é importante que traga o cachorro até a clínica veterinária para o diagnóstico e tratamento corretos”, finaliza.