A Maratona de Curitiba recebeu o evento The Hardest Run, que busca incentivar pessoas a se declararem como doadoras, independente do que doam – pode ser doação de sangue, tecidos ou órgãos
O domingo do dia 19 foi marcado pela estreia da The Hardest Run, ou A Corrida mais Difícil, em tradução livre. A Maratona de Curitiba recebeu esse evento, que busca incentivar pessoas a se declararem como doadoras, independente do que doam – pode ser doação de sangue, tecidos ou órgãos. Em torno de sete mil pessoas estiveram presentes, apesar de nem todas adquirirem seus kits, que compunham um número além da inscrição, mostrando que aquela pessoa se declara doadora.
Alguns campo-larguenses estiveram presentes na prova, entre eles Cassio Crovador, que já participou de outras corridas solidárias, como a promovida pelo Cemae, em Campo Largo, que aconteceu esse ano no Parque Cambuí e também no “Pernas para que te quero”, prova que firma parceria entre corredores e cadeirantes. “Este domingo foi especial para mim por dois motivos: o primeiro porque eu completei pela primeira vez uma maratona, com 42,195 km e por ser também a primeira vez que acontece uma corrida, com equipe engajada na divulgação de uma campanha que irá beneficiar tantas pessoas”, diz.
Participar da prova motivou Cassio a se cadastrar como doador de medula óssea. “Vejo isso como um gesto de carinho pelo próximo. Você poder salvar uma vida, é algo extremamente único e importante”, conta. Ele também diz que o número adicional que usou durante a prova, que foi o 000.581, será usado também durante todas as próximas provas que realizar daqui em diante.
Cassio já correu em mais de 100 provas e treina com a Equipe Chima Run. “Nós somos um grupo de amigos que se reúne para correr, sem custo algum e aberto para toda a comunidade. Nos reunimos todas às terças e quintas-feiras, às 19h30, na Rua Monsenhor Aloísio Domanski, nº 400”, convida.
Outro campo-larguense que também realizou a prova foi o atleta Fernando França, que já é cadastrado como doador de medula óssea há alguns anos, mas que infelizmente não pegou o número adicional. “Eu treino com uma assessoria que a empresa onde eu trabalho dispõe, a BPRun. Como eles retiraram o kit para mim, não consegui fazer o cadastro na The Hardest Run. Já realizei 30 corridas, em sua maioria de 10 km. Esse domingo foi marcante para mim, pois pela segunda vez realizei uma maratona completa, os 42,195 km”, relembra.
Fernando acredita que a campanha nesse meio de corridas é bastante eficaz, pois em sua maioria são pessoas saudáveis. “Foram milhares de pessoas participando, geralmente quem tem uma alimentação saudável pratica atividade física. São pessoas que podem ser doadoras e criam uma consciência ali, durante o evento”, diz.
The Hardest Run
O evento foi idealizado pelo maratonista extremo Marcelo Alves em parceria com o Hospital Nossa Senhora das Graças, para a formação de um cadastro geral, com informações importantes, como tipo sanguíneo, por exemplo. A ideia é que quando a entidade precise de doadores de sangue por exemplo, possa ter uma lista de pessoas compatíveis e aptas a doar.
Como se tornar um doador?
Para se tornar um doador de medula óssea é preciso ir até um hemocentro e pedir para realizar o cadastro e serão tirados cerca de 5ml de sangue, para compatibilidade genética. O doador será chamado somente se for compatível com alguém que esteja na fila. É importante manter todos os dados atualizados no site do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
Para se tornar doador de órgãos, é necessário expressar a vontade para a família e deixá-los cientes do desejo. Só podem ser doadores vivos de órgãos caso tenham parentesco de até 2º grau ou cônjuges. Não aparentados somente com autorização judicial.