Inaugurada na última terça-feira (21), a empresa espanhola Grifols do Brasil, responsável pela produção de bolsas de coleta e fracionamento de sangue, irá gerar 122 empregos diretos na primeira fase da sua i
A Grifols, uma das mais importantes indústrias da Espanha, inaugurou nesta terça-feira (21), em Campo Largo, a sua unidade brasileira de produção de bolsas de coleta e fracionamento de sangue, que antes eram importadas da matriz na Espanha. A empresa está investindo no Brasil 16,3 milhões de Euros, gerando em Campo Largo, na primeira fase, 122 empregos diretos. O evento contou com a participação do presidente da companhia, Victor Grifols, do prefeito de Campo Largo, Marcelo Puppi, do representante do Ministro da Saúde Ricardo Barros, Marcos Granado, e do embaixador da Espanha no Brasil, Fernando Villalonga.
Uma companhia global, de referência mundial na área de Saúde, a Grifols conta com mais de 18 mil empregados em todo o mundo. Desde sua fundação em Barcelona, em 1940, a Grifols contribui para melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas. Mais de 75 anos de compromisso com pacientes, profissionais de saúde, comunidade científica, com inovação, impulsionando tratamentos terapêuticos com proteínas plasmáticas, além de outras especialidades farmacêuticas de uso hospitalar. No campo de diagnósticos, a empresa oferece soluções integradas e integrais, que contribuem à saúde e à segurança transfusionais, destinadas a laboratórios clínicos, bancos de sangue e centros de transfusão.
Como companhia global que produz e comercializa seus produtos em mais de cem países, a Grifols dispõe de grande capacidade de resposta global, integral e eficiente para atender a todas as necessidades de clientes e pacientes. Está em 30 países, com instalações produtivas na Espanha, Estados Unidos, Austrália, Suíça e, agora, no Brasil, dispondo de instalação produtiva de bolsas de sangue, com objetivo de tentar atender à crescente demanda dos mercados brasileiros e latino-americano.
Na primeira fase, a capacidade de produção é de dois milhões de kits de bolsas. Uma vez executada a segunda fase de investimentos, a capacidade dobrará para quatro milhões. Esse trabalho deverá iniciar no primeiro trimestre de 2018, uma vez finalizados todos os trabalhos de validação, hoje em marcha. A diretoria da empresa informou que está disponibilizando toda atenção à comunidade brasileira, objeto da sua atividade fabril.
O presidente da Grifols, Victor Grifols, falando em Castelhano, disse que a fábrica é uma das mais modernas unidades da empresa, em todo o mundo. No ato, pediu às autoridades brasileiras, especialmente a representantes da Anvisa, que solucionem as demandas da empresa, o quanto antes. Ele explicou que está convencido que a inauguração não é o final, mas o começo, e que pretende produzir derivados de sangue, a partir da segunda fase, na ampliação da planta. Lembrou que o projeto de implantação da fábrica no Brasil já tem 20 anos, quando chegou aqui um cidadão andaluz, de nome Manolo Romero, e escolheu Campo Largo para a instalação da fábrica da Grifols.
O diretor-superintendente e administrador da Grifols Brasil e Gri-Cei Produtos para Transfusão, Manuel Romero Garrido, informou que a unidade vai suprir a demanda brasileira pelos produtos da companhia. Segundo ele, a fábrica deve operar já no início de 2018 e tem como meta conquistar 50% do mercado brasileiro no setor.
O prefeito Marcelo Puppi inicialmente justificou a ausência do ministro Ricardo Barros, que recentemente se submeteu a uma cirurgia, precisou voltar ao hospital, e ainda está em ritmo no qual não pode trabalhar completamente. Em nome do ministro, deu as boas-vindas aos empresários e autoridades espanholas. Disse que é disposição do Município, do Governo do Estado e do Governo Federal, verificar, com a Anvisa, e apurar todos os procedimentos que ainda faltam para o pleno funcionamento da empresa.
Marcelo lembrou do primeiro catalão que conheceu em Campo Largo, Joe de Paul Soler, recentemente falecido, tendo vivido aqui por 50 anos. Quando resolveu imigrar, foi ao Consulado do Brasil e Barcelona, onde o Cônsul João Cabral de Melo Neto, disse “já que vai ao Brasil, vá ao Paraná, e já que vai ao Paraná, vá a Curitiba”, e ele só contrariou o cônsul vindo a Campo Largo, e aqui foi feliz pela vida inteira.
O prefeito lembrou que o segundo catalão que conheceu em Campo Largo veio para a transição do Grupo Laufer, suíço, para o grupo Roca, espanhol, da maior indústria cerâmica do Município, a Incepa, José Arolas Garcia, a quem o Município deve muito. Mais adiante o prefeito disse que ao receber a Grifols, uma empresa global, é preciso também contar um pouco da sua aldeia, e destacou que Campo Largo é excelente em tudo o que faz, desde à cerâmica, à água mineral, um bom vinho, além de uma infinidade de outros itens. Lembrou que o local onde a Grifols se instalou, o Quarteirão da Ilha, foi o local onde, pela primeira vez, os portugueses pisaram em nosso solo. Destacou a excelência da mão-de-obra campo-larguense, que considera uma das melhores do mundo, e disse que a Grifols terá o melhor dos campo-larguenses, que agora também vão produzir vida, quando não há princípio, e nem fim.