O número crescente de delitos cometidos por moradores de rua em Campo Largo está chamando atenção das autoridades e preocupando a população
A terceira reunião do Conselho de Segurança de Campo Largo, que aconteceu na quinta-feira (09), abordou um tema que vem preocupando bastante a população em geral, o número crescente de delitos cometidos por moradores de rua na cidade.
A Folha de Campo Largo recebeu na última semana, uma denúncia de um comerciante local, dizendo que com frequência presencia os moradores de rua utilizando a Fonte da Saudade, o Chafariz de Campo Largo, para tomar banho e fazer suas necessidades fisiológicas no local. O mesmo comerciante já registrou denúncias de invasão de propriedade particular e furto por parte dos moradores de rua.
Um dos membros do Conseg, Pedro Teixeira, contou que esse tema foi sugestão do juízo do município e explicou que essas pessoas têm o direito de ir e vir, morar na rua se assim quiserem. Cabe à Campo Largo realizar o encaminhamento dessas pessoas ao Centro POP, para que elas sejam identificadas e recebam, além de alimentação e espaço para tomar banho e lavar a roupa, também recebam atendimento com a assistente social e psicóloga.
A intenção é trabalhar de modo que essas pessoas sejam identificadas, pois isso é um direito de todos os brasileiros. Para isso, Pedro explica que no segundo atendimento será necessário realizar a identificação dessa pessoa, além do preenchimento de um cadastro com dados mais completos, para controle. Pessoas que alegarem não possuir identidade serão encaminhadas ao Instituto de Identificação de Campo Largo e receberão atendimento imediato, visto que não é possível agendar um horário para elas. Com isso, a intenção é inibir moradores de rua que cometam delitos.
No ano passado o Centro POP atendeu 354 pessoas e realizou 156 abordagens sociais. Esse ano foram 324 atendimentos e 118 abordagens sociais. Nessas abordagens sociais, os assistentes orientam as pessoas em situação de rua a procurarem meios de saírem dessa condição, ofertam ajuda psicológica, tratamento de combate à dependência química e oferecem acesso ao estudo.
Dentro desses dados foram constatados 86 pessoas novas e 63 moradores que possuem família em Campo Largo e tinham residência fixa na cidade. Os assistentes sociais tentam entrar em contato com a família, nesses casos. Segundo Teixeira, em breve, policiais e guardas municipais receberão treinamento para realizarem também a abordagem social. Também estão sendo projetados pelo Conseg um mapeamento nas áreas mais sensíveis da cidade, ou seja, com maior concentração de moradores de rua, para tentar realizar o encaminhamento social dessas pessoas.
A Conseg reitera o pedido para que não sejam doados alimentos e roupas diretamente a essas pessoas, mas que a população converse com o morador de rua e explique como chegar ao POP.
Abordagem
O Comandante Cordeiro, da Guarda Municipal, explicou que nas abordagens realizadas pela GM nesses casos, os moradores de rua só são levados à Delegacia para prestar esclarecimentos se estiverem em atitude suspeita ou portando drogas. Caso contrário, não há o que fazer além do aconselhamento para procurar o Centro Pop, pois trata-se do direito de ir e vir, concedido a todos e previsto na Constituição Federal.
Planos futuros do Conseg
Ainda neste ano, durante dezembro, a Conseg irá realizar um plano para deixar mais seguro o comércio local, enquanto os cidadãos realizam as compras de final de ano. Para o próximo ano o Conseg já está planejando algumas ações diretas com a sociedade, como trazer a participação mais social da Guarda Municipal, em uma parceria com os projetos do Rotary e campanhas anti-drogas em todos os colégios do município.