O anúncio feito pela Caixa Econômica Federal reacendeu a esperança da população que busca o financiamento da casa própria. Especialista comenta esse novo cenário, que deixa mercado otimista
Uma notícia que estava sendo bastante aguardada no ramo imobiliário vai movimentar a economia nacional, como também a local. Diversos processos de compra de imóveis usados estavam parados devido à falta de liberação de recurso da Caixa Econômica Federal para financiamento.
Na última segunda-feira (06), a Caixa anunciou a liberação suplementar de mais de R$ 8,7 bilhões para o crédito imobiliário, recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O recurso será voltado para normalizar as vendas de imóveis que se encaixam no Programa Minha Casa, Minha Vida voltados a famílias com renda de até R$ 4 mil/mês.
O proprietário da Campo Largo Imóveis, Celso José Czaya, comentou que havia imóvel vendido e há mais de 30 dias estava com cadastro aprovado, mas a Caixa não tinha recurso para finalizar o financiamento. Exemplos como esses estavam bastante comuns, o que acaba atrapalhando a economia, o ramo imobiliário e também dificultando a vida de muitas pessoas que precisam do imóvel para morar, mas que para conseguir realizar a compra têm que fazer financiamento. Com essa mudança, ele afirma que “profissionais do ramo devem fechar um 2017 bom e iniciar 2018 mais otimistas. A expectativa do mercado é bem positiva”.
No dia 25 de setembro deste ano a Caixa anunciou uma mudança da normativa para crédito de imóvel usado, de que só passariam a financiar 50% do valor do imóvel, não mais os 80% como era até então. Isso impactou negativamente o mercado, pois demanda um alto valor de entrada para o comprador. Foi dada uma carência de 30 dias para entrar em vigor, mas mesmo neste período não tinha verba para liberação.
Devido a isso, Celso comenta que com essa liberação de recursos agora, para os contratos já firmados, os compradores continuarão com o benefício de até 80% do valor do imóvel financiado. Cita que os compradores estavam contando com uma morada e tiveram que esperar mais tempo. Além disso, o cliente estava preparado para 20% de entrada e se passasse a se encaixar na nova regra de 50% dificultaria manter a venda. “Esperamos que esta norma seja alterada novamente para estimular o mercado”, opina.
Segundo informações do presidente de Habitação da Caixa, Nelson de Souza, as liberações de recursos devem ser resolvidas até 30 de novembro. A gerente do banco é quem entra em contato com os clientes, para assinaturas dos contratos.
Segundo a Caixa, essa medida tem objetivo de manter aquecida a indústria da construção civil do país, responsável por gerar emprego e renda. Para compra de imóveis novos a regra do percentual de financiamento não muda, varia de acordo com cada caso e renda do cliente. As taxas dependem do perfil do cliente. A contratação do crédito imobiliário neste ano na Caixa está cerca de 20% superior em relação ao mesmo período do ano passado. A Caixa emprestou mais de R$ 72,4 bilhões até o momento em todas suas modalidades de crédito imobiliário.