Trata-se do projeto Paraná sem Corrupção, desenvolvido pelo órgão, para trabalhar com os alunos a função do executivo, legislativo e judiciário, e também a quais projetos podem ser encab
Por meio dos promotores de Justiça, o Ministério Público estará presente nos colégios estaduais de Campo Largo. Trata-se do projeto Paraná sem Corrupção, desenvolvido pelo órgão, para trabalhar com os alunos a função do executivo, legislativo e judiciário, e também a quais projetos podem ser encabeçados e executados por cidadãos comuns.
Outro objetivo do projeto é a tentativa de mudança na cultura do “jeitinho brasileiro”, conforme explica o promotor de justiça de Campo Largo, Guilherme de Barros Perini. “Nossa intenção é promover a ética e a honestidade também entre esses adolescentes, com a esperança de gerar adultos mais conscientes no futuro. Hoje, com o projeto, já tivemos respostas positivas de adolescentes que entenderam o seu papel como cidadão e estão realizando projetos para levar à votação dos governantes. Eles entendem com o projeto que os governantes trabalham para nós, o dinheiro é público, por tanto, pertence a todos e também projetos que eles mesmos podem desenvolver, melhorando o espaço em que vivem. Isso é percepção do espaço público.”
O promotor explica que o Ministério Público desenvolveu o projeto em parceria com a Secretaria de Estado de Educação, para que fosse expandido em todos os colégios. Em Campo Largo, foi realizada uma reunião com o Núcleo de Educação, posteriormente com diretores e pedagogos, e depois com professores. Foi trabalhado o conteúdo em sala de aula e depois uma conversa com os promotores da cidade que participam do projeto.
O primeiro colégio que recebeu essa roda de conversa foi o Colégio Estadual São Pedro e São Paulo, que aconteceu no último dia 01 de novembro, no período da tarde. A pedagoga Lorena Laskoski, conta que o colégio desenvolveu trabalhos com os temas “O que é corrupção?” e “Jeitinho Brasileiro”, para mostrar aos alunos que não somente os políticos podem ser corruptos. “Após a fala do promotor, convidamos os alunos a pensarem em propostas de melhoria (poderia ser para a casa, escola, bairro, cidade). A partir das propostas consigo trabalhar com eles os papéis dos vereadores, prefeitos, deputados, governadores. Já começamos a receber as propostas, como de arrumar as ruas, cobrirem a cancha da escola, cuidar dos animais abandonados, aumentar a biblioteca da escola, solicitando livros que estão ‘parados’ nas casas”, diz Lorena.
Para a pedagoga esse trabalho é importante pois acontece a conscientização desde cedo. “Precisamos saber qual o nosso papel como cidadão, o que podemos fazer para melhorarmos o lugar que vivemos, e também precisamos cobrar e fiscalizar o trabalho dos nossos governantes. É muito comum pessoas acharem que “após a eleição acabou o papel de cidadão” ou “não votei nesse prefeito/vereador/governador não posso cobrar nada”, finaliza.
Próximos passos
Em 2018, a intenção do Ministério Público é levar esses alunos a intervirem dentro da comunidade. Ainda não foi definida qual a atividade que será feita ou a sua data, mas ela será realizada. Os alunos podem ser levados a assistir uma sessão na Câmara dos Vereadores, conversar com os representantes ou mesmo desenvolver um projeto para limpeza de praças e pinturas de muros, por exemplo.