Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 09:40:01
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Até que ponto se tem privacidade na Internet é algo bem questionável

A internet veio para facilitar a vida em muitas situações. Entretanto, com ela, todos estão expostos a sérias consequências. Especialista dá orientações e recomendações sobre cuida

Até que ponto se tem privacidade na Internet é algo bem questionável

É comum fazer uma pesquisa na internet, sobre viagem ou algum item que precisa ser comprado e de repente começa a receber e-mails sobre o assunto, entra em algum site e já aparecem propagandas relacionadas, o Facebook faz recomendações, entre outros. Além disso, saiu uma pesquisa recente informando uma maior facilidade de invasão quando se usa Wi-Fi, o que hoje é muito comum.

Esse bombardeio de informações começa a deixar muitos usuários desconfortáveis. Danilo Robert Loffler, que trabalha com Desenvolvimento de Sistemas Web, comenta que há diversos softwares maliciosos disponíveis para download na Internet e alguns sites inclusive ensinam como fazer um, o que é bem preocupante, pois coloca em risco a privacidade e segurança dos internautas.

Isso exige que as empresas tenham cuidados com os sistemas que colocam no ar. Cada vez mais as pessoas estão conectadas, até mesmo suas casas com sistemas de segurança, smartTV e outros. “É importante lembrar que a internet nada mais é do que uma grande rede que faz a ligação de diversos aparelhos entre si pelo mundo todo. Tudo está ao acesso de todos, porém empresas de tecnologia gastam meses desenvolvendo soluções e sistemas de segurança capazes de garantir a privacidade dos internautas que irão utilizar seus produtos, porém nenhuma rede é 100% segura e incapaz de ser invadida, então devemos sempre tomar certos cuidados”, explica.

Ele explica que “os softwares maliciosos (malware) mais conhecidos são feitos para espionar o comportamento do usuário e podem armazenar todas as informações digitadas e fazer o envio destes dados ao proprietário do malware. Através de alguns filtros, será possível identificar senhas de redes sociais, de cartões de crédito, internet banking, etc. Porém esse processo é muito trabalhoso para o invasor, pois ele irá ter em mão tudo o que você digitou em seu teclado durante semanas e terá que extrair de lá alguma informação útil para tirar proveito de você”.

Devido a isso, alguns bancos adotaram os teclados numéricos digitais, em que ao invés de digitar a sua senha para acessar sua conta, você deve clicar sobre o número, que muitas vezes troca de lugar. “Dessa forma, além de não armazenar o conteúdo, é praticamente impossível saber qual a tecla que foi clicada na tela para acessar a conta.

Wi-Fi

Foi publicada no último dia 16 uma pesquisa de Mathy Vanhoef, de uma empresa belga de segurança, em que ele afirma que o protocolo de segurança para Wi-Fi está comprometido de forma séria, tanto para redes pessoais como corporativas.

Danilo explica que “os sistemas operacionais identificam quando você se conecta a uma rede aberta, e alguns até perguntam ao usuário se a rede que está tentando acessar é pública ou privada. Sempre que estiver em uma rede pública, os acessos a informações do seu aparelho serão mais restritos do que uma rede privada. Porém esse filtro é feito pelo firewall instalado no dispositivo, então é importante que as pessoas que utilizam muito redes de terceiros, tenham o sistema operacional e antivírus dos aparelhos instalados de forma correta e com as atualizações em dia, pois isso irá garantir maior segurança dos dados.

As invasões pelo uso do Wi-Fi estão muito acima dos ataques comuns, pois exigirá um alto nível de conhecimento para uma invasão dessa. Se o que está armazenado na rede justifica a invasão, ele aconselha a buscar um profissional da área que poderá criar um sistema de segurança mais adequado para a necessidade. Algumas empresas, por exemplo, podem trabalhar com duas redes. “Algumas empresas armazenam dados importantes em HDs externos ou ainda em servidores desconectados da rede ou internet, ou seja, existem diversos procedimentos que podem ser realizados para dificultar a vida do invasor e evitar uma invasão indesejada.”

Mais segurança

Danilo orienta para nunca armazenar as senhas em dispositivos móveis, que podem ou se conectam frequentemente em redes abertas. “Ainda para dar mais segurança, é possível utilizar o modo de navegação privada, que vários navegadores já disponibilizam.”

Ele explica que também existem casos que exigem atenção. Um deles é chamado de Trojan Humano, quando uma pessoa se passa por técnico de informática para ter acesso à rede da sua empresa. “O ataque é muito simples e você nunca irá descobrir o que aconteceu e como tiveram acesso aos seus arquivos. E, acredito que o mais comum deles, sites maliciosos. Isso acontece quando a pessoa acha que está acessando um site, porém está acessando outro. Isso é muito comum em sites famosos, onde os hackers criam domínios muito parecidos com o original para tentar enganar os internautas, alterando uma letra do domínio, ou adicionando algo a mais. Para se prevenir disso, basta sempre olhar qual a URL do site que está acessando e verificar se está escrito de forma correta.”

É importante dar preferência para aplicativos baixados diretamente das lojas oficiais (como a Apple Store e Google Play), pois essas lojas possuem um controle sobre os aplicativos disponibilizados, já aplicativos baixados de outros sites não possuem.

“A maioria dos ataques são feitos por invasores que se aproveitam do descuido da vítima, portanto tomando certas precauções é possível ter segurança sem gastar dinheiro e sem se privar de utilizar a internet, que nos traz tantas ferramentas e facilidades”, completa.

Facebook

“Utilizar redes sociais para fazer login em determinados sites é uma prática muito comum e, no meu ponto de vista, mais seguro do que realizar um novo cadastro em cada site que acessar. O Facebook tem um destaque muito forte em redes, me arrisco a dizer que o forte do SEO da empresa é a infraestrutura de redes desenvolvida por ele para a plataforma. Quanto aos dados coletados, segundo a documentação da rede, serve apenas para anúncios publicitários, ou seja, o Facebook analisa os seus hábitos de navegação e utiliza isso para vender anúncios de seu interesse e é dessa forma que eles ganham dinheiro.

Essa informação não é vendida, segundo eles, e acredito nisso, pois o segredo do sucesso da plataforma é ter informação, se eles venderem isso a outras empresas, quais serão seus diferenciais em relação a concorrentes? A política do Facebook é bem restritiva quando às informações cedidas a outros sites que utilizam login combinado com o perfil social, ou seja, eles só passam as informações cruciais e necessárias.”

Cuidados básicos:

1. Nunca digite suas senhas de acesso em computadores que não são seus, ainda mais se você não sabe qual a procedência do dispositivo (por exemplo acessar o internet banking de uma Lan House);

2. Tome muito cuidado ao utilizar Pen Drives, cartões de memória, CDs, DVDs, ou qualquer mídia que você não conheça a procedência;

3. Manter seus dispositivos com o sistema operacional atualizado;

4. Ter um bom antivírus instalado, atualizado e ativo;

5. Não abrir qualquer link que recebe via e-mail, mensagem ou que encontra ao navegar;

6. Cuidado redobrado ao fazer download de conteúdo da internet, ainda mais se for de sites duvidosos.