Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 11:46:23
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Suicídio é uma solução definitiva para um problema temporário

Aquela pessoa que muitas vezes parece estar feliz pode já ter pensado ou até planejado um suicídio. Não existe uma causa específica, nem sempre o pensamento suicida acontece devido à depressão e pode

Suicídio é uma solução definitiva para um problema temporário

Imagem: reprodução da internet

Aquela pessoa que muitas vezes parece estar feliz pode já ter pensado ou até planejado um suicídio. Não existe uma causa específica, nem sempre o pensamento suicida acontece devido à depressão e pode acontecer por um problema isolado em que a pessoa não consegue ver uma solução. É preciso estar sempre alerta com familiares e amigos e por isso psicólogas enfatizam a importância de falar, sim, sobre o assunto. Foi lançada a campanha Escolha Viver no dia 10 de agosto, a qual permanece até o dia 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

A psicóloga clínica Éllen Martins Salvador (CRP 08/24797), especializada em Terapia do Esquema, diz que é comum as pessoas falarem que quem quer se matar não avisa, o que não é verdade. Segundo ela, a pessoa dá muitos sinais, tanto de fala, quanto comportamentais, de que algo está errado. A busca pelo suicídio pode acontecer em três níveis - baixo (quando só pensa sobre a possibilidade), médio (quando já planeja como pode fazer) e alto (quando já fez uma tentativa).

É preciso estar atento em alguns casos, como quando a pessoa sempre gosta de algo e de repente desanima e não quer mais fazer, quando muda a rotina, perde o ânimo. “Mudanças repentinas devem ser percebidas”, explica ela, que está há pouco tempo em Campo Largo e lançou esta campanha em parceria com Renata Khodair, do blog .

Ela comenta que muitas vezes a busca por terapia é quando a pessoa já tem a ideia do suicídio, não quando o problema está no início. Em caso com adultos, eles mesmo procuram ajuda, já com adolescentes a iniciativa parte da família. A procura pelo tratamento pode acontecer quando o paciente sente uma dor de cabeça que não cura, um desânimo, desamparo, fadiga e dores no corpo sem explicação, por exemplo.

Quem tenta o suicídio muitas vezes diz estar cansado de tentar, não sabem porque estão aqui e dão sinais de que não aguentam mais encarar algum problema. Em muitos casos a família pode achar que é frescura, que isso vai passar, e faz com que a pessoa acabe se sentindo pior.

A automutilação é um dos sinas de que algo está errado, a pessoa quer colocar a dor para fora. Éllen informa que isso acontece mais com meninas que não conseguem resolver seus problemas emocionais. Dizem que sentem alívio ao se cortarem e depois vem a culpa.

O suicídio está sempre ligado ao desamparo, à desesperança, a não ver um caminho. Pode ser uma consequência de sofrer bullying, da falta de apoio na família e entre os amigos, ou não ter um grupo de amigos, ficar muito exposto a computador ou quando sofre abuso e não tem com quem falar. O bullying pode ser por característica corporal ou por ser mais tímida, por exemplo - todo tipo de não aceitação gera o bullying. Também tem o cyberbullying, em que espalham fotos da pessoa em uma situação delicada e que pode acarretar em muitos problemas.

Quem tem uma ideia suicida já precisa de tratamento, pois quando chega em um nível alto a pessoa já perdeu todas as esperanças. “Existe um jeito certo de se falar de suicídio. É importante identificar para a pessoa buscar ajuda, entender a dor dela. Tem que mostrar que existe prevenção, como se cuidar”, explica Éllen.

Uma das opções para quem quer uma ajuda, mas tem dificuldades financeira, é o Centro de Valorização da Vida, onde ela já teve a oportunidade de prestar trabalho voluntário. Basta discar 141, gratuitamente, e profissionais capacitados dão um suporte. Uma possibilidade é também ir a um posto de saúde e explicar para um médico o que está acontecendo.

Ela relata que aconteceram 1.514 tentativas de suicídio em Curitiba e região em 2015 – 94 mortes por esta causa. A tentativa é maior em mulheres e casos com mortes é maior com homens, mas os números podem ser ainda maiores porque muitas vezes não se relata que a pessoa se matou, apontam outras causas. Para os homens, muitas vezes o que leva ao suicídio são questões de emprego e fatores de bullying para as mulheres são bem grandes.

O primeiro passo é reconhecer o problema e buscar ajuda e com isso é possível reverter muitos casos e alcançar melhor qualidade de vida. Éllen publica artigos relacionados ao assunto no site: https://ellenmartinspsico.wixsite.com/saudedasemocoes.