Proprietários de túmulos devem ir à Central do Luto atualizar seus cadastros e são responsáveis pelas melhorias
Os cemitérios Municipal, no Centro, Santo Ângelo, no Rivabem e do Parque, nas Polulares, estão sob cuidados e administração da Prefeitura Municipal, por meio do Departamento da Central do Luto. Entretanto, não é só responsabilidade do órgão o cuidado com o local. Proprietários dos túmulos também devem fazer sua parte.
Segundo o diretor da Central do Luto, Antonio Cordeiro, os colaboradores contratados para zelar pelo cemitério cuidam da limpeza geral do local - como cortar matos crescendo nos corredores - e varrem o local. Entretanto, há funções que não cabem a eles fazerem, como a limpeza dos túmulos, assim como os consertos de túmulos quebrados, azulejos caídos e pintura.
A Folha de Campo Largo foi até o Cemitério Municipal e ao Santo Ângelo e constatou que há mais de uma dezena de túmulos com aparência de abandono. Alguns no Santo Ângelo inclusive que estão quebrados a ponto de conseguir ver ossos dos falecidos. “Já recebemos várias pessoas que se depararam com essa situação incômoda. Muitas vezes vai ao cemitério e o túmulo do familiar está ao lado de um túmulo aberto. Chega a ser desconcertante. Mas, como explico sempre que chegam essas pessoas aqui, isso cabe somente ao dono fazer. Nós não podemos reformar o túmulo por conta própria por ele ser uma propriedade particular”, diz Antonio.
Ele explica ainda que para que a reforma aconteça é necessário que o proprietário compareça à Central do Luto, atualize o cadastro e pague uma taxa de R$ 100. Além disso, o profissional contratado para a reforma deve possuir alvará compatível com a construção e reforma de túmulos, uma vez que há normas a serem seguidas, como padrões de medidas, por exemplo.
Também não é possível fazer a reforma sem antes passar pela Central do Luto. “Há duas pessoas que acompanham de perto os cemitérios, sempre que elas percebem alguma reforma não autorizada pedem para que a família compareça à Central. É importante manter esse controle para que tudo fique nos devidos padrões”, completa.
Os túmulos cedidos pela Prefeitura podem abrigar por três anos os restos mortais de uma pessoa. Depois desse prazo, caso a família ainda não tenha conseguido um local para enterrar, os ossos vão para o ossuário geral, todos misturados. “Não é possível separar todos os ossos. São muitos. Eles são retirados da gaveta apenas quando é preciso utilizar aquele espaço. Isso também acontece no Corredor dos Anjinhos, no Municipal. Quando os ossuários estão cheios é preciso contratar um crematório, que cobra por pessoa. Eles montam mais ou menos como seria um corpo e fazem o preço. Antes disso os ossos eram enterrados, mas a Secretaria do Meio Ambiente não permite mais”, explica.
Além dos túmulos quebrados, outro problema existente nos cemitérios são os roubos de placas de bronze e esquadrias de alumínio. “Não temos como impedir esse crime, mas assim que as famílias constatarem o roubo pedimos para elas irem até a polícia e registrem um boletim de ocorrências. Também pedimos para que se souberem de algum lugar que está atuando como receptador comunique a polícia também. Só assim poderemos diminuir essa prática”, orienta. Antonio também comentou que a Guarda Municipal conseguiu inibir a presença de moradores de rua no Cemitério Municipal, o que era uma das reclamações mais frequentes dos campo-larguenses.
Quanto aos túmulos que estão com aparência de abandono, o diretor pede para que famílias proprietárias das sepulturas dos três cemitérios compareçam à Central do Luto para atualizar seus cadastros. Alguns cadastros foram feitos há mais de 80 anos e não houve mais contato com essas famílias.
Permissionários
Outro alvo de confusões no entendimento dos campo-larguenses é a questão das funerárias. Atualmente existem cinco permissionários na cidade, são elas Machado, Jess, São Camilo, Bom Jesus e Andrettio. Essas estão autorizadas a fazerem os trâmites de velório e enterro de pessoas que moram no município. Entretanto, o que o familiar deve estar atento no momento de um falecimento de um ente?
Quando o falecimento acontece no hospital, o familiar deve ir até a Central do Luto, e lá irá escolher entre as opções normal (pago) e gratuito, que dá direito a um caixão simples. Na opção normal é possível escolher qual funerária irá realizar o serviço, já na opção gratuita é a funerária da vez.
Quando alguém morre em casa, é preciso chamar o Samu, que irá constatar a morte e dará uma ficha guia amarela. O familiar vai até a Central do Luto com essa guia e escolhe qual opção quer. A funerária escolhida ou da vez vai até a casa, busca o corpo e leva para o Centro Médico Hospitalar, que fará a constatação definitiva da morte, só então o corpo será liberado para o velório.
Familiares que são de outras cidades, mas querem velar seus entes aqui também, devem passar pela Central do Luto para realizar a chamada complementação com um dos cinco permissionários da cidade. Somente o enterro que pode ser direto no cemitério.
Para a realização do enterro, o proprietário deve comparecer com o documento que comprove a posse do túmulo, para então emitir uma autorização para a abertura do túmulo. A taxa de retirada dos restos mortais, limpeza e fechamento do túmulo é de R$200, acerto com o pedreiro que irá realizar o serviço. Esse é o procedimento para quem quer fazer transferência de restos mortais para outros cemitérios ou túmulos.
Taxa futura
Atualmente não é cobrada nenhuma taxa dos proprietários dos túmulos. Isso pode mudar no futuro. Segundo o diretor, há na Câmara dos Vereadores uma proposta para a cobrança de uma taxa anual, que permitirá um trabalho melhor nos cemitérios. Com essa “possível verba”, poderão ser contratados seguranças para os turnos diurnos e noturnos, instalação de câmeras de vigilância e realizar melhorias no local.
Para o feriado de Finados, no final do ano já estão previstas pinturas nos corredores, com a verba isso seria feito com maior frequência.