A campo-larguense Daniele Luz é responsável em confeccionar collants para ginastas e meninas de nado sincronizado, tanto para apresentações no Brasil como para representar o País no mundo.
Os campo-larguenses sempre surpreendem e muitos realizam trabalhos que são destaque mundo afora. Um exemplo é a Daniele Luz, que aos 34 anos tem visto sua vida profissional se transformar. Ela é responsável em confeccionar collants para ginastas e meninas de nado sincronizado, tanto para apresentações no Brasil como para representar o País no mundo.
Começou neste ramo por acaso e a demanda de trabalho só tem crescido. Neste ano precisou se estruturar e já tem oito pessoas que a auxiliam com o trabalho. Ela é mãe da Camila, Edson Mateus e Miguel. A filha, hoje com 13 anos, começou a fazer ginástica rítmica aos 6 anos. Daniele trabalhava como estilista em uma loja, com moda fitness. Quando Camila entrou para o Clube Agir, de Curitiba, para ginastas de alto rendimento, Daniele precisou sair do emprego, pois era intenso o ritmo de treinos da filha, diariamente.
Surgiu a ideia da técnica para que Daniele fizesse collants para vender e assim conseguiria se manter, já que havia largado o emprego e porque é difícil encontrar empresas especializadas nisso. Ela então começou a fazer os collants para Camila e para a equipe Estreantes, até que passou a produzir para todas as meninas do grupo, uma média de 25 a 40 atletas, tendo uma demanda de trabalho para o ano inteiro.
Através delas, conseguiu contato com a Seleção Brasileira. Cita a ginasta Bárbara de Kássia Godoy Domingos, curitibana que faz parte da Seleção Brasileira de Ginastas e já ganhou importantes títulos nacionais e internacionais, vestindo os collants confeccionados pela Daniele. Outras ginastas de destaque também vestem as peças produzidas em Campo Largo, como a Karine Walter que representa o Brasil na Rússia, neste mês. Só de Curitiba, atende sete meninas que representam o País e começou a atender meninas de outros países.
Collants
Daniele conta que vê uma grande evolução na produção dos seus collants, desde o início. Agora aposta nos cristais e pinturas feitas à mão, tornando cada trabalho único, além de lycra e tule com elastano.
As mães das ginastas pegam algumas ideias na internet e passam para ela ou às vezes ela mesma cria os desenhos, ou faz com base em uma estampa. Cuida desde o botão que vai usar, para não machucar, no tamanho do cristal e sempre com medidas personalizadas. Um trabalho bem artesanal, feito com muita paciência por todas as colaboradoras, que tornam as peças bastante delicadas e diferenciadas.
No mês passado produziram 82 collants. É um trabalho bem demorado e por isso estão trabalhando de domingo a domingo desde fevereiro. Vê que já precisa aumentar sua equipe para atender a demanda. Este ano se abriu um leque de oportunidades e tem sido muito indicada, principalmente pela divulgação da ginasta Bárbara Godoy.
Hoje tem clientes de Maringá, Belo Horizonte, Brasília, também das equipes paranaenses de patinação artística e de nado sincronizado, como também ginastas de São José dos Pinhais e Pinhais. Já está com cerca de 200 atletas para atender. Neste mês está produzindo para uma equipe de Itajaí/SC.
Mesmo com muito trabalho, afirma que não quer perder a essência do empreendimento que iniciou e que por isso se tornou diferencial. Não quer deixar de fazer a produção artesanal, acompanhando sempre todos os detalhes. Ela, que achava que nunca conseguiria fazer um collant, porque mal sabia como usar a máquina de costura, hoje se orgulha do trabalho que realiza.
Relata que faz como se fosse para a filha dela, para quem sempre fez os próprios desenhos de collant. Tem sido um período de muito aprendizado, porque teve, até mesmo, que aprender a cobrar pelo produto. Até o ano passado diz que tinha muito prejuízo, porque cobrava valores que não pagavam as contas. Para isso precisou de uma ajuda técnica e está se reestruturando.
Fica feliz porque tem a ajuda da filha, que hoje treina na Vila Olímpica. Já foi Campeã Paranaense de Ginástica Rítmica Individual Infantil nível II no ano passado e em 2015 foi segundo lugar geral. Devido a uma lesão no joelho, precisou diminuir o ritmo de treinos. No último campeonato, em Londrina, foi para ajudar a professora voluntariamente, tanto a fazer coques nas meninas como também auxiliou com orientações a elas, pois tem bastante conhecimento técnico.