A morte do garotinho Breno dos Santos Padilha de Souza, de 11 meses, fato ocorrido na última segunda-feira (29) no Centro Médico Hospitalar de Campo Largo, deixou revoltados os pais e demais familiares. Eles acreditam que o menino poderia ter sobrevivido, se o atendimento no Centro Médico fosse melhor, mais humano. “A criança não foi atendida como deveria, ficou apenas algumas horas em observação, e foi mandada de volta para casa, como se estivesse melhor. Não estava, porque piorou e foi levada direto para o Posto de Saúde e depois, socorrido em uma ambulância do Samu, foi levado de volta para o Centro Médico, onde acabou morrendo”, explicaram os pais.
Uma prima de Breno, Eliandra Padilha de Souza, disse que “o menino foi no sábado ao Pronto Socorro para ser atendido pois tinha um caso de Bronquiolite, estava com febre e vomitando, além de muita dificuldade em respirar. A médica o atendeu, deu Paracetamol e Prednisolona, para o pulmão e o mandou pra casa. Às 5 horas da manhã de segunda-feira ele piorou e foi levado novamente ao Pronto Socorro. Chegando lá a enfermeira já o colocou em uma maca, pois ele estava bem sufocado. A médica o atendeu e pediu para por no soro, enfermeiras tentaram quatro vezes, mas não acharam a veia, e simplesmente não colocaram. Também fizeram o teste no pezinho, para medir a respiração. A respiração dele estava em 71 sendo que o normal seria 98, segundo os médicos. Ele deveria ser internado, mas às 9 horas ele teve alta, segundo a médica, para ser tratado em casa com Paracetamol e inalação”.
Luceli Santos, a mãe, vendo que o menino não estava bem, foi direto ao Posto de Saúde, onde a pediatra rapidamente o atendeu e, vendo o estado grave do Breno, acionou o Siate cuja equipe tentou internar o menino em outro hospital, mas não conseguiu. Por isso ele foi levado novamente ao Centro Médico. Ao chegar lá a mesma médica que tinha atendido ele, antes, e os médicos do Samu o atenderam, vindo o menino a falecer ao meio dia do dia de segunda-feira (29).
A Reportagem da Folha de Campo Largo esteve no Centro Médico e entrevistou o diretor, Germano Krüeger e o Diretor Clínico, médico Juliano Ardigó Lopes. Eles informaram que todo o procedimento com Breno será investigado pelo Comitê de Mortalidade Infantil de Campo Largo. Adiantam que foram colhidos materiais para se determinar a causa da morte do menino, inclusive para teste de H1N1, uma vez que o quadro infeccioso evoluiu muito rápido e não há, ainda, como determinar o que causou o óbito.
Disseram, Germano e Juliano, que “a médica que atendeu o menino é muito competente e que todos os procedimentos protocolares foram realizados por ela e a equipe. Disseram que toda a equipe ficou muito abalada com a morte do menino e que todos os profissionais estão ali para atender bem, e salvar vidas”. Explicaram, ainda, os dois servidores, que Breno tinha, segundo seus familiares, problemas de saúde desde outubro de 2016, quando era ainda recém-nascido, quando foi internado em hospital. Nos registros do Centro Médico, existem cinco atendimentos do menino, desde outubro de 2016.
Germano disse, ainda, que o menino foi atendido no sábado, no Centro de Saúde, e socorrido em seguida por uma equipe do Samu, com quadro de Insuficiência Respiratória Grave. “Todos os procedimentos foram realizados. Ele ia ser internado no Pequeno Príncipe, no protocolo de Vaga Zero (internado imediatamente), quando teve uma PCR. Todo o protocolo foi realizado, mas ele não resistiu, não respondeu. Estamos abalados, mas estamos efetuando o levantamento de todo o prontuário, todo o atendimento, para determinar a Causa Mortis através de exames e levar o caso para o Comitê de Mortalidade Infantil”, explicou.
Na tarde desta quinta-feira, uma equipe da Secretaria Municipal de Saúde esteve na casa da família de Breno, para ouvir o relato sobre o atendimento do menino. Os profissionais buscaram saber detalhes sobre a saúde da criança, desde o nascimento, o internamento no hospital Angelina Caron, em outubro e o atendimento no Centro Médico, em Campo Largo.