A luta feminista tenta aproximar as mulheres uma das outras para que elas se defendam, diminua o preconceito e também é contra os julgamentos com bases rasas. Já o Empoderamento Feminino é dar poder à mulher.
É difícil encontrar alguém que ainda não conheça o Movimento Feminista e a luta pelo Empoderamento da Mulher. A grande questão que envolve o Feminismo, hoje, é o pré-julgamento, a falta de conhecimento sobre o que prega e qual o propósito dessas mulheres.
Para Zeila Plath Oliveira Silva, coordenadora do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, a partir do momento que a mulher sai para trabalhar ou trabalha em casa, tem o direito de se divorciar e de votar, ela já está sendo feminista, uma vez que esses direitos vieram da luta. “Muitas pessoas acabam confundindo o Feminismo com aversão ao homem, à maternidade. Há extremistas que pregam isso, mas o movimento em essência não é assim. Na verdade o Feminismo é a busca pelos direitos igualitários, que só estão no papel, tanto no campo do trabalho quanto na sociedade.”
Ao que diz respeito à sociedade, a luta feminista tenta aproximar as mulheres uma das outras para que elas defendam uma a outra, a diminuição do preconceito com a mulher e também contra os julgamentos com bases rasas. “Nós queremos ter o direito de nos vestir e agir de acordo com a nossa vontade, sempre respeitando as leis. Quanto mais luta, mais espaço vamos conquistar. Muitas mulheres ainda são resistentes ao Feminismo, mas isso acontece por conta do pensamento machista que ainda é presente na sociedade. A mulher precisa entender que o Feminismo também luta por aquela que quer trabalhar em casa, cuidar dos filhos, mas quer fazer isso porque ela quer, não porque ela é obrigada pelo marido”, explica Zeila.
Já o Empoderamento Feminino é dar poder à mulher. No Brasil hoje as mulheres recebem salários 30% menores que os homens para desempenhar o mesmo trabalho, e a disparidade entre os salários aumentam quando o cargo é menor, segundo a Catho. Entretanto, o mesmo levantamento feito pela Catho mostrou que a liderança feminina frente às empresas aumentou 109,93% desde 2002, nos quais os cargos que teve maior aumento foram vice-presidente, gerente, supervisora, presidente, diretora e encarregada.
“A representatividade da mulher, mesmo dentro da política do município, ainda é muito pequena, a exemplo da Câmara dos Vereadores, onde somente duas mulheres representam as mulheres de Campo Largo, que são 53% do eleitorado do município. Porém é importante dizer que hoje temos muitas mulheres nas secretarias e isso mostrou um avanço. Hoje temos mulheres à frente da Secretaria de Finanças, Saúde, Educação, além das coordenadorias. Ainda é pouco, mas comparado a gestões anteriores que tinham uma ou nenhuma mulher, já é um avanço”, diz Zeila.
Segundo Zeila, as mães devem educar os filhos para que eles respeitem e ajudem as mulheres, não somente da sua família, mas também da sociedade em geral. “Nós precisamos criar homens mais colaborativos com as tarefas de casa, que respeitem as mulheres desde pequenos. Eles precisam entender que a casa também é deles, o filho também, então é desnecessário aplaudir toda vez que ele troca uma frauda. Isso é obrigação do pai também”, enfatiza.
Entenda o que é e como trabalha o
Conselho Municipal dos Direitos da Mulher
“Foi criado por força de Lei em 2015 o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, porque o Ministério Público chegou no gestor da época e disse que a cidade precisava de um Conselho da Mulher, este que ainda tentou contra-argumentar essa necessidade”, esclarece Zeila Plath Oliveira Silva, coordenadora do Departamento.
O Conselho começou a operar somente em 2016 e Zeila é a primeira coordenadora. Ele busca trabalhar em conjunto com a Câmara de Vereadores, apresentando propostas para as Políticas Públicas para Mulheres, com a gestão pública (prefeito e vice prefeito) e também junto ao Ministério Público. Agora, o Conselho também poderá fornecer uma certificação para locais de acolhimento às mulheres, onde haverá critérios de avaliação para receber essa certificação.
Atualmente a mulher campo-larguense tem algumas necessidades emergenciais que já estão sendo trabalhadas. “A mulher hoje precisa de atendimento à mulher em situação de violência. Com relação a isso, nós já estamos há um tempo lutando por uma Delegacia da Mulher, até tivemos na semana passada em reunião com o representante da Secretaria de Estado de Segurança, com o deputado e também com delegados, para tentar abrir pelo menos um setor especializado no atendimento de mulheres aqui. Precisamos de capacitação de pessoas que atendem mulheres que passaram por violência e também para dar continuidade ao processo. Uma unidade de acolhimento para essas mulheres também é necessária, onde já estamos com um processo avançado de convênio com o Poder Judiciário, para acolher essas mulheres em situação emergencial”, diz Zeila.
Uma ONG está sendo criada no município, especializada no atendimento da mulher. O propósito é de atender tanto a vítima de violência, quanto para a prevenção da violência, ensinando a reconhecer o agressor, o suporte que a mulher tem da Polícia e do Poder Judiciário, o que denunciar, entre outras medidas preventivas.