Eles possuem o ouvido mais aguçado se comparado aos humanos, o que deixa os fogos de artifício insuportáveis aos ouvidos deles
29/12/2016
As festas de final de ano, em especial Ano Novo, são uma verdadeira tortura para animais de estimação. Isso porque eles possuem o ouvido mais aguçado se comparado aos humanos, o que deixa o fogos de artifício insuportáveis aos ouvidos deles.
De acordo com a veterinária Evelyn Vodovoz Canto, todos os animais de estimação, independente do tamanho e raça, sofrem com os fogos. “Cães e gatos apresentam um aparelho auditivo muito sensível. Eles identificam sons tão claramente quanto nós, mesmo eles estando quatro vezes mais longe da fonte do ruído. No entanto eles conseguem perceber e ouvir sons que são absolutamente inaudíveis para nós, principalmente nas frequências mais altas.”
Os animais podem ter danos sérios por causa disso ou provocar alterações psicológicas nos animais. “Se um artefato deste explodir muito próximo ao cão, pode ocorrer dano físico ao tímpano (ruptura ou laceração), comprometendo a audição. Para sons não tão próximos, o que conta é o efeito psicológico, pois o cão associa aquele barulho intenso e pouco comum com a movimentação e a desordem que normalmente ocorrem nestes períodos. Desta forma instala-se um quadro de fobia que pode, inclusive, resultar em um quadro sintomático de ansiedade, tremores, aumento da frequência cardíaca, vocalização excessiva, como chorar ou latir, e até mesmo óbito em casos extremos”, alerta.
Para evitar que isso interfira muito na vida dos animais, a médica dá algumas dicas: “Existem algumas medidas que podem ser adotadas e ajudá-los a passar por isso, como colocar algum som mais alto e suportável ao cão no ambiente, pode ser música ou a televisão, enriquecer o ambiente do animal com brinquedos ou desafios para que ele possa ter sua atenção desviada. Esses brinquedos podem ser bolinhas, túneis, caixas de papelão entreabertas. Se ele insistir em se esconder, permita que ele vá à sua cama, ou em casa fique em local resguardado e abrigado, como no canto de um sofá ou debaixo de uma mesa, mas sempre evite permitir o acesso a locais potencialmente perigosos, como varandas, janelas e piscinas, por exemplo. Outra saída é colocá-lo em contato com outros cães, preferencialmente que não se assustem com barulhos. Não deve se esquecer de fechar cortinas, portas e janelas, para diminuir o som”, orienta.
Existe ainda a possibilidade de ministrar remédios calmantes para os animais, mas isso só pode ser indicado por um médico veterinário.
Comida da ceia não
É preciso evitar ao máximo dar alimentos que são consumidos no dia-a-dia pelos humanos a animais, essa atitude pode trazer sérias consequências à saúde deles. “Os alimentos que comemos apresentam muitos condimentos e gordura, o que pode prejudicar o trato gastrointestinal dos animais, ocasionando vômitos e diarreias. O cão e gato podem ingerir uma quantidade excedente de calorias, ocasionando sobrepeso. Um animal com sobrepeso pode desenvolver ao longo dos anos diabete, hipertensão, cálculo dentário, conhecido como tártaro, entre outros”, explica a médica.
Se ele, por acaso, acabar ingerindo algum alimento desses, é preciso ficar atento a alguns sinais, como falta de disposição e apetite, vômitos e diarreia. Nesses casos é necessário procurar o médico veterinário o quanto antes.