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Lei que proíbe som alto divide opiniões

Enquanto há moradores de Campo Largo que comemoram a medida, outros pedem a revisão da lei para não terem os direitos violados. Multa é de R$ 195,23 e cinco pontos na Carteira.

Lei que proíbe som alto divide opiniões

10/11/2016

Aprovada ainda no dia 19 de outubro, a lei que proíbe motoristas de ouvirem som alto está dividindo opiniões entre os campo-larguenses. Segundo o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), por meio da Resolução nº 624, quem for pego perturbando o “sossego público” será autuado em R$ 195,23, cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e terá o carro retido até a regularização.

Diferente do que era feito anteriormente, onde o agente de trânsito só poderia emitir multas se portasse um aparelho específico chamado decibilímetro, aprovado pelo Inmetro, agora ela poderá ser feita independente do volume ou da frequência, e cabe ao agente apenas informar no campo de observação de infração a constatação do fato gerador da multa.

Entretanto, a lei divide opiniões entre os cidadãos. Recentemente, um leitor que preferiu não se identificar, mas é morador da Vila Otto, entrou em contato com a Redação da Folha de Campo Largo e disse que “estava mais do que na hora de essa lei ser aprovada”. Segundo ele, o som alto o perturbava, tirava o sono e o descanso. “Cansei de passar noites em claro por causa de pessoas que passavam de carro com o som no último volume. Às vezes no domingo, quem trabalha a semana inteira quer descansar, mas tem gente que passa com o som alto e atrapalha. Sem contar os vidros que tremem e quando eu precisei desligar o alarme do carro que dispara todas as vezes que eles passam. Ainda bem que agora eles regularizaram lugares para que isso aconteça e não nos perturbe mais.”

Já para Juliano Bieda, a lei deveria ser revista. “Sim, sou contrário à lei. Tenho som forte no meu carro, mas nunca ninguém me viu pelo Centro com o som alto incomodando; agora não posso dar uma volta com o meu carro, com volume que seja audível pelo lado de fora. Se estou passando pelo centro e vem um ‘jacuboy’ com seu som alto, passando por vários veículos, quem está ali por fora não consegue distinguir qual foi o carro que passou com o som alto demais, isso pode gerar multa para quem não tem nada a ver com aquela pessoa.” Ele ainda faz um pedido aos vereadores da cidade. “Peço para que os vereadores da cidade indiquem ou cedam um local para podermos nos encontrar e nos divertir com nossos brinquedos. Campo Largo tem muitas pessoas que realmente têm por hobby o som automotivo”, diz. Juliano está organizando uma passeata pacífica para este mês. “Estamos em reunião em Brasília tentando alterar a lei, mas a princípio a audiência pública está marcada somente para dia 12 de novembro, na capital federal”, conta.

De acordo com o Capitão Alves, responsável pelo 17º Batalhão de Polícia Militar de Campo Largo, a fiscalização seguirá o padrão na Polícia Militar, ou seja, serão constantes em blitz de trânsito programadas ou em abordagens de rotina, além da solicitação por quem se sentir prejudicado.

Em nota, a Guarda Municipal de Campo Largo divulgou as novas regras para som automotivo. Nela, além de explicar as mudanças na resolução, a Guarda também enfatiza que a medida faz exceção aos ruídos produzidos por buzinas, alarmes, sinalizadores de marcha ré, sirenes pelo motor e demais itens obrigatórios do veículo. “Também não estão incluídos na decisão os veículos prestadores de serviço com emissão sonora de publicidade, divulgação, entretenimento e comunicação, desde que estejam autorizados por órgão ou entidade competente, além de veículos de competição e os demais de entretenimento público, que estejam permitidos a utilizar o som específico em locais apropriados ou de apresentação estabelecidos pelas autoridades competentes”, finaliza a nota.