No dia 09 foi comemorado o Dia do Açougueiro. Atualmente o açougueiro mais antigo de Campo Largo ainda trabalhando é o José Alfredo Ferreira (60), que conta sua história e amor à profissão.
14/10/2016
Por Danielli Artigas de Oliveira
Dia 09 de outubro, último domingo, foi comemorado o Dia do Açougueiro. Atualmente o açougueiro mais antigo de Campo Largo ainda trabalhando é o José Alfredo Ferreira (60), que tem em carteira 45 anos exercendo essa profissão. E parar não está nos planos dele, diz que segue trabalhando até sua saúde deixar.
Ele conta que começou a trabalhar aos 15 anos de idade com o seu tio, Joaquim Norberto, com quem aprendeu muito. Aprendeu ainda novo a limpar as carnes e fazer os cortes. Dois anos depois seu tio fez uma sociedade com Linor Cavalli e trabalhou com eles por mais três anos, o que foi um grande aprendizado, pessoal e profissional.
José Alfredo passou a trabalhar, então, com Pedro Kampa no Açougue Mezadri Kampa Ltda, durante sete anos. Comenta que sempre gostou de atender no balcão e fazer o corte conforme o gosto do cliente. Fazer linguiça está entre suas especialidades, até hoje faz questão de ele mesmo produzir.
“Sou de família humilde e sempre tive o sonho de ter um açougue, mas meus pais achavam que isso era algo muito difícil de se alcançar”, comenta Alfredo. Mas quando resolveu abrir seu próprio negócio recebeu um grande incentivo do Pedro Kampa. Quando Alfredo se desligou da empresa recebeu como presente do Pedro meio boi e meio porco para começar seu próprio açougue, o qual era localizado em uma sala alugada na Rua XV de Novembro. Vendeu um Fusca que tinha na época e com o dinheiro comprou balcão, serrafita e máquina de moer carne. Com seu profissionalismo e carisma foi conquistando uma boa clientela no Açougue São Joaquim.
Em 1985 construiu uma sede própria, onde seu estabelecimento funciona até hoje, na Rua Rocha Pombo, no Centro. “Com meu trabalho formei três filhos e sinto muito orgulho disso. Devo isso à minha mulher Sueli, que me incentivou desde quando éramos namorados. Posso dizer que hoje no açougue eu sou 40% e ela 60%, está sempre na frente, resolve tudo”, declara, enaltecendo também o trabalho de sua equipe, que é muito boa e gostam do que fazem.
Há um ano, com apoio administrativo do filho Tiago, foi realizada uma grande reforma na empresa, agregando um novo conceito de açougue boutique. Hoje, Alfredo diz que aprende com o filho a fazer novos cortes de carne. “O Tiago estuda muito sobre carnes e tem me ensinado bastante. Partes que antes achávamos que era carne de segunda aprendi que fazendo o corte certo são carnes nobres”, explica.
O corte que Alfredo mais gosta de fazer é o famoso churrasco de Igreja. É o que mais vende e muitas paróquias e capelas entram em contato com ela para fazer encomendas. “O corte tem que ser padrão, uns 850 a 950g de carne por pedaço, tem que cortar na grossura certa”, afirma.
Alfredo é conhecido pelo seu carisma e muitos que vão ao seu açougue fazem questão de pedir para serem atendidos por ele e afirmam que só ele conhece o corte do jeito que o cliente gosta, resultado de uma história de 45 anos de amor à profissão.
“É trabalhoso, muito corrido, mas tenho prazer no que eu faço. Meus filhos falam pra eu diminuir o ritmo, delegar mais para os funcionários, mas só vou parar quando não aguentar mais mesmo”, revela.