A alta ou queda do dólar influencia diretamente na vida dos campo-larguenses. Economista explica sobre o assunto.
22/09/2016
Colaboração de Caroline Paulart com supervisão de Danielli Artigas
Todos os dias o valor do dólar é apresentado para leitores ou telespectadores, independente da procura ou não dele. E ele sempre gera reações diversas quando se mostra muito alto ou muito baixo. A questão é: será que a população realmente sabe como as oscilações do dólar interferem na economia local?
Para explicar de forma mais didática como o dólar pode influenciar na economia campo-larguense, o economista Marcelo Aoki, professora da Faculdade CNEC Campo Largo, começa dizendo que cada país possui uma moeda e o valor atribuido a ela define o valor dos itens de mercado disponívies. Para determinar a diferença de valores entre as moedas dos países, é adotado uma referência mundial, que atualmente é o dólar. “Diversos são os motivos para que o valor do dólar em relação ao real seja maior ou menor, o desempenho e expectativas da economia são alguns deles. Porém, temos produtos que são mundialmente consumidos e comercializados por praticamente todos os países como minério de ferro, petróleo, soja, trigo e milho, também conhecidos como commodities. Por ter uma comercialização intensa entre muitos países, esses produtos têm seus preços automaticamente definidos em dólar para facilitar sua comercialização.”
O Brasil é um grande importador desses commodities, e também exporta algumas dessas matérias-primas. “Se a nossa moeda fica mais desvalorizada em relação ao dólar, alguns produtos básicos que importamos passam a ficar cada vez mais caros e afetam não somente a economia como um todo, mas o dia a dia de cada brasileiro. Assim, quando o dólar sobe, todos somos impactados em maior ou menor grau. Em contrapartida, quando o dólar sobe acabamos aumentando nossa capacidade de exportar produtos, já que os compradores externos têm maior poder de compra em relação a nossa moeda”, explica Marcelo.
Campo Largo é conhecido por ser um pólo de indústrias voltadas para a porcelana e também recebe instalações de montadoras de nível internacional. Segundo o economista, quando o dólar apresenta desvalorização, as empresas com potencial exportador conseguem potencializar a sua venda, causando um impacto positivo para a cidade, pois o dinheiro circula mais. “Já as empresas que precisam importar componentes e bens de capital para suas operações e têm seu maior potencial de venda no mercado interno, caso das montadoras, são mais prejudicadas nesse cenário, pois seus produtos encarecem e diminuem seu potencial de venda”, diz.