Schmidt completa 100 dias de Recuperação Judicial. O Plano foi apresentado à Justiça, com a previsão de parcelamento das dívidas, beneficiando primeiramente os trabalhadores demitidos.
20/09/2016
A Porcelanas Schmidt, uma das maiores produtoras de porcelana do País, há 100 dias em Recuperação Judicial, já tem alguns números para comemorar. A empresa voltou a produzir em escala, recuperou parte do seu quadro de trabalhadores (já são mais de 600), e está reconquistando clientes tradicionais no Brasil, nos demais países da América do Sul e nos Estados Unidos, principalmente.
Os advogados Eduardo Agustinho, professor da PUC-Paraná, coordenador da Recuperação Judicial, Adenar Nitschke Junior, também professor da PUC-Paraná, especialista em Estratégia de Recuperação, e Pedro Parolin Teixeira, que atua na área de Planejamento Estratégico, em entrevista à Folha de Campo Largo comemoraram os primeiros resultados do trabalho. Hoje a empresa está produzindo mais de 1,5 milhão de peças/mês, com foco no mercado de hotéis e restaurantes, além das linhas de maior valor agregado.
Qualidade
“A Schmidt atravessou um período de dificuldades, vencido graças ao seu patrimônio, à parceria dos trabalhadores, à credibilidade, à força da marca e ao domínio do mercado, com produtos de alta qualidade”, disseram os advogados. “Foi uma crise de liquidez acentuada, com atraso no pagamento dos fornecedores e salários dos trabalhadores de Campo Largo, Pomerode e São Paulo, que chegou a um montante aproximado de R$ 50 milhões”, explicaram.
Hoje, 100 dias após o início da Recuperação Judicial, deferida pelo juiz substituto da Vara Cível de Campo Largo, Rubens dos Santos Junior, em 14 de junho de 2016, os números, segundo os advogados, já mostram resultados animadores. Eles estão muito otimistas com a expansão das vendas e com a reconquista do mercado norte-americano, onde um representante tem apresentado ótimos resultados nas vendas para grandes clientes, inclusive redes de churrascarias.
Recuperação
O Plano de Recuperação Judicial foi apresentado, oficialmente, no último dia 25 de agosto, à Justiça, com a previsão de parcelamento das dívidas, beneficiando primeiramente os trabalhadores demitidos que ainda aguardam na Justiça o acerto rescisório. O projeto prevê, inclusive, a alienação de bens da empresa, para pagamento desses valores o quanto antes. O plano apresenta proposta de carência de cinco anos e pagamento em dez anos, para os demais credores do grupo, conforme a recuperação das vendas e do fluxo de caixa. Para os advogados, é importante a retomada das atividades da empresa, a recuperação da credibilidade e o fortalecimento da marca. Eles não descartam a alienação de bens, para fazer frente às dívidas.
Destacam, ainda, os advogados, o planejamento estratégico do grupo empresarial, que hoje trabalha com um horizonte de longo prazo, em todas as 13 empresas Schmidt. A Recuperação Judicial trouxe tranquilidade para os trabalhadores, permitindo a reorganização administrativa e o retorno da produção à normalidade. Foram realizados, ainda, importantes cortes de despesas e descontinuadas linhas de produtos de baixo valor agregado. O plano deverá ser discutido, em breve, pela Assembleia de Credores, com a supervisão do Poder Judiciário e, com sua aprovação, a Porcelanas Schmidt poderá voltar a conquistar uma grande parcela do mercado de porcelanas em todo o País, o qual já liderou pela excepcional qualidade dos seus produtos. O trabalho na Schmidt tem orientação do administrador judicial Carlos Galarda e acompanhamento do escritório de advocacia Vedolin Teixeira Advogados Associados.