Alunos do Sesi foram às ruas de Campo Largo na última semana para realizar um trabalho de intervenção urbana, estimulando a reflexão de que a escravidão ainda existe.
05/09/2016
Por Danielli Artigas de Oliveira
A escravidão marcou a cultura brasileira, como também a de outros países, deixando marcas até hoje. Apesar da Lei Áurea, que extinguiu a escravidão no Brasil, alunos do 1º, 2º e 3º ano do Sesi foram às ruas de Campo Largo na última semana para realizar um trabalho de intervenção urbana, mostrando que a escravidão ainda existe.
Capitalismo, tráfico de mulheres, trabalho infantil, pessoas que ganham quase nada para exercerem suas atividades, entre outras situações são reflexos da escravidão. O trabalho foi coordenado pelos professores Everton Bastos e Everton Andreassa e teve apoio da professora de Artes, Renata Kamarowski. Everton Bastos, professor de Língua Portuguesa, explica que os alunos atuaram pelas ruas da cidade, desde a Avenida Padre Natal Pigatto até a praça Getúlio Vargas, estimulando a reflexão da população quanto à relação das pessoas amarradas com a escravidão que existe hoje.
Foi um choque de realidade, como comentou Everton. Os alunos se maquiaram, reproduzindo ferimentos abertos, com sangue, e encenaram a fuga dos escravos. Chamaram atenção por onde passaram, não só pelo fato do inusitado, mas pela dedicação de todos no trabalho realizado.
“Ainda hoje temos um preconceito velado com o negro”, enfatiza Everton, parabenizando os alunos que foram muito participativos e se envolveram com o tema. Os alunos distribuíram flyers informativo contra o racismo, enfatizando que o preconceito está nos olhos de quem não quer ver e que por dentro todos são da mesma cor. No cartaz levado pelos alunos, a frase que fez os campo-larguenses refletirem: “Estamos todos presos, mas não há grades”.