Para se manter no emprego, cada vez mais é necessária a atualização, seja através de novas graduações, especializações ou cursos. Professor explica que há duas vertentes em um pro
10/08/2016
Colaboração de Caroline Paulart
com supervisão de Danielli Artigas
O Brasil tem atravessado uma crise econômica bastante evidente, que acaba levando as empresas a realizar cortes de gastos e no quadro dos funcionários. Para se manter no emprego, cada vez mais é necessária a atualização, seja através de novas graduações, especializações ou cursos. Muitas vezes, o tempo vago pode ser usado para ajudar na construção de novos conhecimentos.
Onório José Santiago, professor universitário do curso de Administração da Unopar, explica que há duas vertentes em um profissional, que envolve a habilidade e a atitude. Na primeira, estão envoltos os conhecimentos práticos e teóricos que ele possui sobre aquele determinado assunto, já no segundo está a iniciativa e liderança. “Para alcançar o sucesso é preciso mesclar essas duas características, além de ter em mente que o processo de capacitação é constante, e sempre é preciso evoluir profissionalmente.”
De acordo com uma pesquisa divulgada no início de julho pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a população jovem e menos qualificada é a mais impactada pela crise econômica e têm maior dificuldade em encontrar emprego e se posicionar efetivamente no mercado de trabalho.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria, 65% das indústrias do país sofrem pela falta de mão de obra qualificada. “O jovem deve aproveitar os programas que estão disponíveis para ele, como o Pronatec, que pertence ao Governo Federal e o Jovem Aprendiz, que é ofertado pelas empresas privadas. Esta é uma ótima chance dele conseguir experiência em alguma área”, orienta o professor.
Qualificação e experiência
Ter um diploma não dá à ninguém a certeza de um emprego. Cerca de 10% da população hoje possui um diploma, quando recomendado é que pelo menos 30% da população do país tenha graduação no ensino superior.
A grande dúvida do jovem que está saindo do ensino médio é o que cursar no ensino superior. “Os jovens são condicionados a escolher muito cedo o que devem cursar na universidade. Ele precisa ter em mente que mais vale ele concluir o ensino médio e esperar um pouco, tentar se autoconhecer sem a pressão do que precisa cursar, procurar trabalhar as suas habilidades, a ficar cursando vários semestres de cursos diferentes”, aconselha. “Outra oportunidade interessante é fazer um curso técnico, em que o investimento é menor, na área de interesse. Assim ele já terá uma experiência e um conhecimento maior sobre aquele segmento”, completa o professor.
A experiência é um dos quesitos que mais deixa os jovens inseguros na hora de procurar um emprego. Muitos deles ainda não tiveram oportunidade de trabalhar fora e adquirir o conhecimento prático das tarefas desempenhadas por uma vaga. “A experiência prática vem de você ocupar de forma correta o seu tempo livre. Ao invés de ficar nas redes sociais, é possível realizar cursos online gratuitos, ou assistir vídeo-aulas que irão trazer algum benefício”, aconselha. Uma forma interessante de conseguir experiência é através do trabalho voluntário. “Realizar algum tipo de trabalho voluntário mostra que o jovem está interessado em ajudar a sociedade, e não fica só em casa”, diz.
Estágios também são uma forma de iniciar a carreira pretendida e também pode ser um caminho para o trabalho efetivado. “O estudante que faz estágio consegue sentir a profissão e treinar tudo o que está aprendendo. Um futuro profissional, que se formou e nunca exerceu a profissão pode se tornar defasado”, explica o professor.
Ainda assim, depois de terminar a faculdade, há outras graduações que acumulam pontos no currículo. “Depois da graduação vem a pós, o mestrado, o doutorado ou então o MBA. O importante nessa hora é fazer uma escolha consciente, optar por aquilo que irá acrescentar e de certa forma ‘casar’ com o que foi cursado na graduação”, recomenda.
Outros acréssimos que contam na hora de conseguir um emprego é o idioma. “Na década de 1980, houve a grande expansão do inglês; um pouco à frente, com a maior movimentação no Mercosul, muita gente aprendeu o espanhol; depois, com o advento do mercado oriental, muitos aprenderam a falar mandarim, japonês. O fato é que idiomas sempre abrem portas para boas oportunidades e hoje está mais fácil de aprender”, explica o professor.