Com mais de mil funcionários, a maioria em Campo Largo, a Incepa, maior empregadora do Município, esperou o que foi possível, a recuperação da economia brasileira, mas teve que demitir. No início de julho foram dispensados cerca de 100 trabalhadores da matriz (unidade de Campo Largo) e 40 da unidade de São Mateus do Sul. Nas áreas Administrativa e de Apoio, a empresa e os trabalhadores, num total de 118,  optaram pela redução da jornada de trabalho e de salários, em 10%, entre agosto de 2016 e janeiro de 2017, para preservar os empregos. 

 

“Fizemos o possível para não demitir, mas não deu para segurar mais”, disse a diretora de Recursos Humanos da empresa, Rosane Chemin Gadens, em entrevista exclusiva à Folha de Campo Largo. Ela adiantou, ainda, que a empresa vinha tentando manter esses empregos desde o final do ano passado, mas teve que desligar um forno em São Mateus do Sul e outro em Campo Largo.

 

Vendas

 

Uma pesquisa da Abrabat – Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, revelou que, nos últimos 12 meses, as vendas de materiais de construção caíram 15,3%. A retração é importante para as indústrias, que têm na mão-de-obra um dos maiores custos do seu processo.

 

Desde novembro último, com dois fornos parados, a Incepa deu férias para uma parte dos seus colaboradores, entrou em lay-off e, cinco meses depois, mais um mês de férias, em junho. Em julho a empresa optou por desligar cerca de 140 trabalhadores, optando principalmente pelos que já tinham o desejo de se desligar, os aposentados e os mais novos na empresa.   

 

Mesmo assim, os trabalhadores das áreas de Administração e de Apoio concordaram em entrar num processo de redução de jornada e salários, em 10%, de agosto a janeiro, como medida de garantia dos postos de trabalho.

 

“Não há perigo de fechamento de unidades, somos um grupo líder mundial em louças sanitárias, pisos e revestimentos (Roca), mas houve a necessidade de nos adequarmos ao momento de crise do mercado”, explicou Rosane, adiantando que o enceramento de uma parceria com um antigo cliente dos Estados Unidos não é motivo principal para a redução das vendas. “Estamos trabalhando muito para melhorarmos os níveis de exportação, para compensar a queda das vendas no mercado nacional”, explicou ela, adiantando que a empresa trabalha com a perspectiva de melhora dos índices para 2017.

 

Lembra, ainda, Rosane, que todos os colaboradores dispensados receberam a totalidade das suas verbas trabalhistas, sem nenhum problema.