A história de um amor incondicional em homenagem ao Dia dos Avós. Seu Joanin e seu neto Guilherme possuem uma relação admirável, de respeito, amor, amizade e companheirismo.
29/07/2016
Danielli Artigas de Oliveira e Caroline Paulart
Na última terça-feira (26) foi comemorado o Dia Mundial dos Avós, uma forma de homenagear, agradecer e retribuir todo o carinho dedicado aos netos. Atualmente, os avós têm ganhado cada vez mais participação na vida dos seus netos, sendo muitas vezes a figura de pai, mãe, conselheiro e amigo. Há um ditado que traz a verdade sobre a maioria deles, de que “são pais com açúcar”.
A história que trazemos aos leitores, em comemoração a esta data tão especial, é sobre o relacionamento entre João Francisco Ansolin, carinhosamente conhecido como Seu Joanin, e seu neto Guilherme, que possuem uma relação admirável, de respeito, amor, amizade, companheirismo. Trata-se de uma relação até difícil de se descrever, tamanha é a afinidade, o brilho no olhar ao falar um do outro, ao lembrar de tantas histórias juntos, da dependência de não passar um dia sem se falar. Um amor que transcende.
A união entre avô e neto é perceptível nos olhos e na forma de falar. Guilherme declarou que “não existe super-herói maior que o seu avô, ele é um herói de carne e osso”, e isso fez com que caíssem lágrimas dos olhos de Seu Joanim, ficando evidente que o respeito, o amor e o cuidado estão presentes a cada dia na vida deles.
Guilherme Ansolin Bora hoje tem 27 anos e é advogado. Sempre teve uma identificação muito grande com seus avós, a ponto de decidir morar com eles quando seus pais se separaram, quando tinha apenas 10 anos de idade. “Sempre fomos muito próximos, uma identificação muito natural. Quando meus pais se separaram, cheguei a passar um tempo com minha mãe e outra temporada com meu pai, mas na hora de escolher, decidi ficar com meus avós”, relembra Guilherme.
Seu Joanim, avó de Guilherme, conta que tem outros três netos, Jéssica, Heloize e João Vitor, todos já adultos. “Não vejo muita diferença entre ser avô e ser pai. A única coisa é que o lado mais carinhoso é mais presente; nós, como avôs, somos muito mais apegados aos netos do que aos filhos”, diz. “O Guilherme sempre morou do lado da minha casa, então sempre passamos muito tempo juntos, por isso desenvolvemos um relacionamento diferente, mais próximo, mais amigo. Mas, não tem diferença, amo todos os meus netos”, avisa o avô.
O neto conta que ele e o avô dividem gostos muito parecidos e que ele participou de todas as decisões importantes da sua vida. “Sempre pedi conselhos para o meu avô. Desde uma compra e até na hora de casar. Sempre digo que se ele tivesse dito não, eu não teria casado”, brinca Guilherme.
O advogado também conta que possui um sentimento muito forte pelo lugar onde nasceu e cresceu. “Sempre morei no bairro Itaqui. Nasci lá, cresci lá, meus amigos sempre moraram lá, tem a casa do meu avô. Então até hoje sou chamado de ‘piá do Itaqui’, por ter muito orgulho das minhas origens.”
Seu Joanin é fundador da Deda, empresa que faz recalques para porcelana, fundada em 1978. Ele trabalhou como decorador na Porcelana Schmidt por 20 anos e quando foi trabalhar na Germer - onde ficou por 12 anos como diretor de produção - decidiu abrir a própria empresa com a sua esposa, Maria Batista. Atualmente, já aposentado, ele cria bois em sua chácara.
O neto Guilherme trabalhou na Deda durante nove anos. “Nunca fui cobrado para trabalhar, minha cobrança maior era com o estudo, mas trabalhei por muito tempo na Deda e passei pelos mais diversos setores, desde o trabalho mais braçal até o administrativo”, conta, comentando que gostava mesmo era do chão de fábrica. Guilherme conta que sempre teve orgulho do avô pela simplicidade. “Sempre tratou muito bem os funcionários. Um dos atributos que eu herdei dele foi a positividade e a força de vontade.” Ele lembra com muito carinho de diversas histórias com o avô, em que todas ele consegue tirar ensinamentos e lembranças para a vida toda.
Avós também têm direitos
Segundo a legislação, os avós têm direito de ver e ficar com os netos e nem mesmo os pais podem proibí-los disso, pois a Lei reconhece que o convívio com eles é essencial na vida da criança. Pela lei, os avós têm direito a um final de semana por mês com os netos.
Quando possuem a guarda definitiva da criança, também devem receber pensão alimentícia, segundo a Lei.