Senado aprova inclusão de empreendedorismo nas escolas. O intuito é tornar o ensino mais criativo e formar pessoas com maior iniciativa.
27/07/2016
Colaboração de Caroline Paulart
com supervisão de Danielli Artigas
A Comissão de Educação, Cultura e Esporte aprovou na última terça-feira (12) uma lei que muda as Diretrizes e Bases da Educação para a inclusão do estudo do empreendedorismo nas salas de aula. O intuito é tornar o ensino mais criativo e formar pessoas com maior iniciativa, não somente frente ao mercado, mas também nos mais diversos aspectos da vida. O texto que teve decisão terminativa agora segue para a Câmara dos Deputados.
Procurando saber mais sobre o assunto, a redação da Folha de Campo Largo foi até a Associação Comercial e Industrial de Campo Largo (Acicla), conversar sobre como o empreendedorismo pode ser benéfico aos estudantes e aos possíveis empresários do futuro. O primeiro ponto abordado por Juliano Bregoli, gerente executivo da Acicla, foi determinar o que é o empreendedorismo. “Empreender hoje é você encontrar respostas para problemas e tornar aquilo benéfico e rentável. O empreendedorismo é uma característica da pessoa, que, se desenvolvida, permite que ela alcance o sucesso, seja ele empresário, pertencente às empresas do terceiro setor ou até mesmo um colaborador.”
Para o presidente da Acicla, Marcelo Antônio Weber, abordar esse tema desde pequeno pode
gerar provocações na criança. “Empreendedorismo é uma forma de fazer com que as pessoas encontrem respostas para seus problemas e se tornem mais independentes. No futuro, se incluído
de fato essa disciplina, haverá uma quebra do paternalismo estatal, onde toda a população depende do governo para tudo e encontre caminhos para tornar aquilo concreto.”
O que vem sendo muito abordado em tempos de crise é a forma de como pessoas que foram
mandadas embora encontrassem na crise uma chance de conseguir dar a volta por cima. “Problemas
devem ser vistos como oportunidades, em que se deve enxergar o que fazer. O brasileiro hoje é um dos povos mais empreendedores e criativos que existe, o que falta é lapidar melhor essa característica”, diz Juliano.
Um dos benefícios apontados pelos especialistas é a criação de uma nova cultura. “Quando o empreender é estimulado, outras áreas acabam sendo trabalhadas, como a educação financeira,
o planejamento, a política de preço. Isso fica claro e é mais fácil administrar até mesmo as contas do cotidiano”, comenta Marcelo. Algumas instituições educacionais já trabalham com assuntos ligados ao empreendedorismo e inovação. “As feiras de Ciências, por exemplo, é uma forma de trabalhar o quesito
inovação. Hoje o nosso país não possui ideias inovadoras possíveis e viáveis de realização, mas dentro dessas feiras, estudantes do ensino fundamental e médio, conseguem usar a criatividade para resolver ou melhorar assuntos rotineiros”, explica Marcelo.
Outro ponto abordado por Juliano é a função da escola. “Aconteça ou não a implementação dessa matéria na escola, é importante sempre lembrar que a educação não é obrigação somente da escola. Ela não irá tornar, sozinha, uma pessoa empreendedora. A família e a comunidade onde aquele jovem
está inserido contribui muito para esse desenvolvimento.”Ponto negativo Quando questionados sobre
pontos negativos da implementação dessa disciplina a opinião é a mesma. “Nem tudo é somente positivo. Pode ser que se trabalhado o assunto na escola ou na faculdade, acabe tornando pessoas
individualistas ou teimosas; mas tudo isso ainda há de ser estudado e muito bem pensado.
Até o lado negativo pode ser trabalhado, mostrando a importância da coletividade”, diz Juliano. “O que não pode acontecer é deixar de implantar por medo de não dar certo”, finaliza.