Avanços importantes foram discutidos em Audiência Pública sobre segurança, como ações para implantação de câmeras de monitoramento e Vizinhança Solidária, com organizaç
06/06/2016
Por Danielli Artigas de Oliveira
O número de assaltos aumentou 70% em Campo Largo nos primeiros quatro meses deste ano. A violência que tem assustado os campo-larguenses motivou a realização da Audiência Pública na última segunda-feira (30) na Faculdade CNEC, promovida pela 2ª Promotoria de Justiça de Campo Largo e Ordem dos Advogados do Brasil Subseção Campo Largo. Avanços importantes foram discutidos, como ações para implantação de câmeras de monitoramento, Vizinhança Solidária com organização da população em grupos de WhatsApp e encaminhamento solicitando mais policiais e viaturas, entre outras questões práticas. No evento ainda ocorreu o anúncio de que Campo Largo fará parte de importante projeto de segurança com apoio do Governo de Israel.
Com o tema “Campo Largo mais segura: um debate sobre ideias práticas para a prevenção e a repressão a furtos e roubos”, a audiência reuniu cerca de 200 pessoas. A mesa foi composta pelo juiz Marcos Antonio da Cunha Araújo, da Vara Criminal de Campo Largo; pelo promotor Dr. Bruno Vagaes, da 2ª Promotoria de Justiça; Dr. Ivo Cezário Gobbato de Carvalho, presidente da OAB local; e pelo coordenador do curso de Direito da Faculdade CNEC, Marlon Cordeiro.
O deputado estadual Alexandre Guimarães iniciou falando que hoje Campo Largo tem 48 guardas municipais e que precisaria de 130, mas que existe um limite da Folha de Pagamento que impede novas contratações, mas fez um importante anúncio. “Consegui com o Ratinho Junior um projeto piloto de segurança em parceria com Israel. Apenas três municípios do Paraná farão parte, Campo Largo, Paranaguá e Pato Branco. A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano vai financiar a implantação”, ressalta o deputado, detalhando que será realizada uma reunião neste mês para discutirem sobre implantação de câmeras, sinalização e lombadas eletrônicas, pois o projeto também tem foco em segurança no trânsito.
Alexandre informou que está tentando junto ao Estado para que seja cedido o terreno para a construção da sede da Polícia Militar. Quanto à falta de viaturas, Alexandre comentou que muitas estão em conserto, mas em breve devem voltar para as ruas. “É muita burocracia para ser arrumada, porque tudo precisa de licitação. Se estraga uma roda, a viatura fica seis meses parada”, explicou. Ele conclui dizendo que não adianta aumentar o número de policiais, viaturas, entre outros, se não fizer a prevenção às drogas, que é a “mãe da violência”, por isso a importância de projetos de combate, como o realizado pela Secretaria de Políticas Sobre Drogas do município, que é referência no Estado.
O capitão Alves, do 17º Batalhão da Polícia Militar, falou da necessidade de melhor estrutura física e de armamentos, comentando que receberão a doação de dois fuzis. Respondeu a pergunta de um morador sobre rondas com motocicletas e disse que por questão operacional as ações em viaturas são muito mais eficientes, sendo necessário ao menos três policiais por viatura, um motorista e dois para fazerem o embate. As motocicletas, que precisam ser adquiridas, são importantes para fazerem rondas, mas necessita de dois policiais para que um deles possa fazer o uso de arma.
“Em 1991 eu era cabo e Campo Largo tinha 86 pms, hoje tem 78. Bairros cresceram e o número de policiais diminuiu. O ideal seria um efetivo de 175 policiais para atender Campo Largo e Balsa Nova”, destacou o capitão Alves, complementando que para atender a cidade precisariam de 12 motocicletas.
Dr. Marcos Araújo falou da precariedade do Cadeião e que é necessário um melhor atendimento à mulher. Segundo ele, já foi protocolado no Tribunal de Justiça um pedido de doação de parte do terreno onde hoje está o Fórum para que seja construído o Batalhão da PM e com isso poderia ter um atendimento especializado às mulheres vítimas de violência no local onde hoje funciona o Detran.
Monitoramento
Ficou definido na Audiência que será criado um grupo de trabalho envolvendo o Poder Executivo, a PM, GM, Acicla e Cocel, para definir 30 a 40 pontos estratégicos no Centro e região periférica para implantação de câmeras de monitoramento. O estudo desse grupo deve ser entregue dentro de 30 dias e deve conter aonde será a Central de Monitoramento, a qual funcionará 24 horas por dia.
Ficou de responsabilidade da Acicla a apresentação de três orçamentos para aquisição e instalação das câmeras, que deverá ocorrer também após 30 dias da entrega do estudo citado. Será elaborado um termo de ajustamento de conduta a ser firmado com a Prefeitura e a Associação Comercial para implantação e manutenção do sistema. O Conselho da Comunidade também contribuirá com os custos de aquisição das câmeras.
Dr. Bruno Vagaes explicou que na maioria dos crimes o assaltante avalia o custo benefício, levando em consideração o risco, por isso o monitoramento auxilia. “Se tiver câmeras em rotas de fuga e a PM ou GM vendo e passando coordenadas, já teremos resultados positivos. É preciso dificultar”, enfatiza o promotor.
Vizinhança Solidária
Representantes de cada bairro de Campo Largo serão orientados a implantar o Vizinhança Solidária, com base no que já acontece hoje no Ouro Verde e tem tido excelentes resultados, com diminuição no índice de assaltos.
Serão seguidos os moldes do que acontece nesse bairro, com fixação de placas sinalizando que os vizinhos são participantes do projeto e criação de grupos de WhatsApp, com comunicação direta com PM e GM. O projeto estimula com que os vizinhos fiquem de olho no que acontece no bairro, e um cuide da casa do outro, alertando caso algo de suspeito aconteça, ou acionando a polícia. O objetivo é que aconteçam reuniões periódicas para discutirem constantes melhorias.